tag:blogger.com,1999:blog-14577169799580071552024-03-05T16:38:09.446-08:00Minha Mesa de EstudosComeçando minha graduação em Ciências Sociais, vou manter esse diario de meus estudos.Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.comBlogger160125tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-25188131955340055502011-12-10T11:59:00.000-08:002011-12-10T11:59:56.900-08:00Eric Hobsbawm: "Me recuso a dizer que perdi a esperança"<span class="Apple-style-span" style="color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 12px; line-height: 18px;"><br />
</span></span><br />
<table class="contentpaneopen" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 12px; line-height: 18px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; width: 487px;"><tbody style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">
<tr style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><td style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"></td></tr>
<tr style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><td style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" valign="top"><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><br />
</div><div class="jce_caption" style="display: inline-block; float: left; margin-bottom: 10px; margin-left: 10px; margin-right: 10px; margin-top: 10px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><img alt="Eric Hobsbawm" src="http://farm3.static.flickr.com/2583/3953276515_70667ddc64_m.jpg" style="border-bottom-style: none; border-color: initial; border-left-style: none; border-right-style: none; border-top-style: none; border-width: initial; float: left; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><div style="clear: both; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: left;">Eric Hobsbawm</div></div><div style="text-align: justify;">O historiador Eric Hobsbawm - que tem sua trilogia (A Era das Revoluções, A Era do Capital e A Era dos Extremos) reeditada no Brasil - diz que o aniversário da queda do Muro de Berlim deveria motivar uma discussão sobre o Ocidente pós-guerra fria. Defendendo suas convicções marxistas, ele afirmou: "Me recuso a dizer que perdi a esperança". Para Hobsbawn, o capitalismo chegou ao seu limite. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Quando Eric Hobsbawm estava escrevendo "A Era do Capital" -lançado em 1975-, explicou que fazia um imenso esforço para estudar algo que não lhe agradava nem um pouco. Hoje, o historiador marxista diz ter o mesmo sentimento, "eu não gostava da burguesia vitoriana e ainda não gosto, embora apreciasse o dinamismo daquele tempo". À essa impressão, porém, vem adicionando, nos últimos anos, mais uma, a nostalgia. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"Agora, quando comparo o século 19 com o 20, sinto simpatia pelo modo como aqueles homens acreditavam no progresso. Foi um século de esperança. E essa minha nostalgia cresce à medida que o tempo passa e vejo, com pessimismo, o que vem acontecendo", diz. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hobsbawm, 92, conversou com a Folha por telefone, de Londres, justamente sobre a reedição no Brasil de sua trilogia sobre o século 19 ("A Era das Revoluções", "A Era do Capital", "A Era dos Impérios"), já um clássico da historiografia sobre o período, pela editora Paz e Terra -que também relançará em 2010 outro título do historiador, "Bandidos". </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Na trilogia, Hobsbawm analisou o que chamou de "longo século 19", período que vai de 1789 a 1914. Começa com as revoluções europeias que definiram a expansão do capitalismo e do liberalismo no planeta -a Francesa e a Industrial inglesa- e vai até as vésperas da Primeira Guerra Mundial. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Apesar dos ataques que sofre por ainda defender a bandeira do comunismo, os três volumes de Hobsbawm são reimpressos todos os anos na Inglaterra, tendo sua explicação sobre o tema se imposto como uma espécie de cânone. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Hobsbawm é com frequência procurado para comentar temas do presente -algo que seus críticos tampouco perdoam. Agora, às vésperas do aniversário de 20 anos da queda do Muro de Berlim (em novembro), seu conhecimento sobre os tempos que estudou e vivenciou, assim como suas convicções políticas, são novamente trazidos ao debate. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">"A queda do Muro foi o fim de uma era. Não só para a Europa do Leste, mas para o mundo inteiro. O capitalismo chegou a seu limite e a a crise econômica mundial indica claramente o fim de um ciclo." </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Contudo, o historiador considera que as discussões sobre o episódio estão muito centradas em tentar entender por que a experiência comunista fracassou, quando o que deveria estar na pauta é o futuro do Ocidente. Para ele, o mundo pós-Guerra Fria ainda não fez uma necessária autocrítica. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Leia trechos da entrevista que Eric Hobsbawm concedeu à Folha: </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div style="text-align: justify;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O que mais deveria ser discutido no aniversário de 20 anos da queda do Muro de Berlim? </strong></div></strong><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">A celebração é oportuna porque o capitalismo agora chegou a seu limite. A crise econômica mundial é o fim de um ciclo, que começou a ruir quando caiu o Muro em Berlim. No Leste Europeu, vejo dificuldade em rompimento com o legado comunista. Mas é o Ocidente quem deve refletir mais sobre o que ocorreu na Guerra Fria e o que pode ser feito para evitar um novo colapso. </div><div style="text-align: justify;"><br />
</div><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;"><div style="text-align: justify;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">As "Eras" são consideradas um exemplo de boa análise histórica dedicada a um amplo período. O sr. acha que falta ambição a historiadores hoje? </strong></div></strong><div style="text-align: justify;"><br />
</div><div style="text-align: justify;">Para fazer história com uma perspectiva maior, é preciso ser um intelectual maduro. Hoje, os jovens historiadores gastam muito mais tempo em suas especializações. Quando estão aptos a dar um passo maior, hesitam. A história equivocadamente se afastou da "história total" que fazia Fernand Braudel [1902-1985].</div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O sr. começa "A Era dos Impérios" contando uma história autobiográfica (a do encontro de seus pais no Egito) e então propõe uma reflexão sobre história e memória. Quão diferente foi escrever este volume, que se refere a passagens mais próximas do seu olhar no tempo, do que os anteriores?</strong></div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">Neste livro tive de trabalhar com o que chamo de "zona de penumbra", onde se misturam nossas lembranças e tradições familiares com o que aprendemos depois sobre determinado período. Não é fácil, pois trata-se de um território de incertezas e em que há um elemento afetivo. Por outro lado, trata-se de uma oportunidade de estimular aquele que lê a pensar sobre como seu próprio passado está relacionado com a história.</div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">Em seu novo livro ("Reappraisals"), o historiador britânico Tony Judt escreveu um ensaio sobre o senhor ("Eric Hobsbawm and the Romance of Communism"). Neste, mostra admiração por seu conhecimento, mas faz uma severa crítica: "para fazer o bem no novo século, nós devemos começar dizendo a verdade sobre o antigo. Hobsbawm se recusa a mirar o demônio na cara e chamá-lo pelo nome". Como o sr. responderia a seu colega?</strong></div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">A crítica de Judt não se justifica. O que ele quer é que eu diga que estava errado. Em "A Era dos Extremos", eu encaro o problema, o critico e condeno. Não tenho problemas em dizer que a Revolução Russa causou dor e sofrimento à população russa. Porém, o esforço revolucionário foi algo heroico. Uma tentativa de melhorar a sociedade como não se viu mais na história. Me recuso a dizer que perdi a esperança.</div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">O sr. havia dito, numa entrevista ao "Independent", que havia alguns clubes dos quais não iria ser sócio nunca, referindo-se aos intelectuais ex-comunistas. Ainda pensa assim?</strong></div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">Não vejo problema quando um intelectual, especialmente de países do Leste Europeu, percebe que a democracia é melhor do que o sistema autoritário em que vivia. É normal a mudança de posição quando surgem fatos novos. O ex-comunista que condeno é aquele que antes militava em grupos de esquerda e que hoje tem uma bandeira única, a de ser anticomunista apenas, esquecendo-se do resto das ideias pelas quais lutava. Também me entristece ver intelectuais jovens, que não passaram pela história dessas lutas, repetindo e tentando tirar benefício desse mesmo tipo de propaganda.</div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;"><strong style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;">A América Latina está às vésperas de comemorar, em vários países, os 200 anos do início das lutas de independência. Que análise faz do atual momento?</strong></div><div style="margin-bottom: 0.5em; margin-top: 0.5em; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify;">A dependência econômica ainda é um fato, mas politicamente a América Latina é cada vez mais livre. Washington jamais voltará a exercer a influência de antes, tampouco a apoiar golpes ou ditaduras como fez no passado. O que está acontecendo em Honduras é um sinal disso. O Brasil tem papel central nesse processo, uma vez que o México se transforma cada vez mais em apêndice dos EUA.</div></td></tr>
</tbody></table><br />
<br />
Origem -<br />
<a href="http://www.socialismo.org.br/portal/historia/148-entrevista/1149-eric-hobsbawm-qme-recuso-a-dizer-que-perdi-a-esperancaq">http://www.socialismo.org.br/portal/historia/148-entrevista/1149-eric-hobsbawm-qme-recuso-a-dizer-que-perdi-a-esperancaq</a>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-31571090211388443752011-10-23T07:23:00.000-07:002011-10-23T07:23:56.162-07:00Artigo - Crise estrutural do capital e precarização do homem-que-trabalha<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYBWoqoLM5eD_Tokk8Hr7ZDHCxCNvc6gaUJBbzBw5WXqS0HMhkc8-3jnC2dwvqVKipIqJaHt2CSouGnSuLgEaZLElg-QzzVbjyJZ4UlaoT69QHLPSaqRnONKYKAGFMyp9aI0-Nl6-dLw/s1600/11-08-29_giovanni-alves_crise-estrutural-do-capital-e-precarizac3a7c3a3o-do-homem-que-trabalha.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="227" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgYBWoqoLM5eD_Tokk8Hr7ZDHCxCNvc6gaUJBbzBw5WXqS0HMhkc8-3jnC2dwvqVKipIqJaHt2CSouGnSuLgEaZLElg-QzzVbjyJZ4UlaoT69QHLPSaqRnONKYKAGFMyp9aI0-Nl6-dLw/s320/11-08-29_giovanni-alves_crise-estrutural-do-capital-e-precarizac3a7c3a3o-do-homem-que-trabalha.jpg" width="320" /></a></div><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, 'Bitstream Charter', serif; font-size: 15px; line-height: 20px;"></span><br />
<div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A verdadeira crise do nosso tempo histórico não é a crise das economias capitalistas, mas sim a crise do homem como sujeito histórico de classe, isto é, ser humano-genérico capaz de dar respostas radicais à crise estrutural do sociometabolismo do capital em suas múltiplas dimensões. É importante salientar que crise não significa morte do sujeito histórico de classe, muito menos sua supressão irremediável, mas tão–somente a explicitação plena da ameaça insuportável à perspectiva de futuro, risco de desefetivação plena do ser genérico do homem e, ao mesmo tempo, oportunidade histórica para a formação da consciência de classe e, portanto, para a emergência da classe social de homens e mulheres que vivem da venda de sua força de trabalho e estão imersos na condição de proletariedade.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A crise é o momento em que se explicita, em sua dramaticidade histórica (e diriamos hoje, midiática), a “alienação” como um poder “insuportável”, isto é, um poder contra o qual homens e mulheres enquanto individualidades pessoais e sob determinadas condições, se insurgem ou se indignam na medida em que se torna perceptível, mesmo no plano da consciência contingente de classe, a sua condição de proletariedade.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Na <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Ideologia Alemã</em>, de 1847, Karl Marx e Friedrich Engels, conseguiram apreender, com genialidade visionária, o que torna-se hoje cada vez mais perceptível no capitalismo global do século XXI: a constituição de uma massa da humanidade como massa totalmente “destituída de propriedade” e que se encontra, ao mesmo tempo, em contradição com um mundo de riquezas e de cultura existente de fato. </span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Para Marx e Engels, a explicitação plena da condição de proletariedade – e que está na raiz dos movimentos de jovens precários no mundo do capitalismo mais desenvolvido – pressupõem um alto grau de seu desenvolvimento das forças produtivas, que segundo eles, “contém simultaneamente uma verdadeira existência humana empírica, dada num plano histórico-mundial e não na vida puramente local dos homens”. E salientam: “Apenas com este desenvolvimento universal das forças produtivas dá-se um intercâmbio universal dos homens, em virtude do qual, de um lado, o fenômeno da massa ‘destituída de propriedade’ se produz simultaneamente em todos os povos (concorrência universal), fazendo com que cada um deles dependa das revoluções dos outros; e, finalmente, coloca indivíduos empiricamente universais, histórico-mundiais, no lugar de indivíduos locais”.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Deste modo, é sob as condições históricas da crise do sujeito de classe que se coloca a oportunidade radical de sua afirmação objetiva e subjetiva, seja enquanto massa “destituida de propriedade”, seja enquanto indivíduos empiricamente universais, histórico-mundiais, no lugar de indivíduos locais” (não é desprezivel o papel da Internet com seus blogs alternativos e redes sociais – como facebook e twitter – na construção das individualidades histórico-mundiais).</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Por outro lado, é importante salientar também que a crise estrutural do capital<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">não</em> significa incapacidade de crescimento (e expansão) da economia capitalista. Crise estrutural do capital <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">não</em> significa estagnação e colapso da economia capitalista mundial. Apesar da sua crise estrutural, o capital como sistema de acumulação de valor e modo estranhado de metabolismo social, tem-se expandido nos últimos trinta anos, apresentando, por exemplo, na passagem para o século XXI, índices exuberantes de crescimento<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"> </em>do PIB (Produto Interno Bruto) nas fronteiras da modernização do capital (como Índia, China e Sudeste Asiático).</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Apesar da crise financeira e crise das dívidas soberanas nos EUA e União Européia, em 2008 e 2011, é provável que, a curto ou médio prazo, as economias norte-americanas e europeias possam retomar, a duras custas, o crescimento do PIB. Entretanto, percebe-se cada vez mais que o crescimento do PIB não se traduz em bem-estar social. Pelo contrário, nas últimas décadas aumentou nos países ricos a precariedade do trabalho, a contenção dos gastos públicos, corte de direitos sociais e a corrosão do Estado-Providência. Portanto, torna-se visível, cada vez mais, a incapacidade estrutural do capital como modo de controle estranhado do metabolismo social e sistema produtor de mercadorias, em realizar suas promessas civilizatórias de desenvolvimento e bem-estar social, inclusive no núcleo orgânico mais desenvolvido do capitalismo histórico.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Portanto, o sentido radical da crise do nosso tempo histórico diz respeito à incapacidade da forma social do capital em conter (e realizar) as possibilidades de desenvolvimento do ser genérico do homem pressupostas pela nova materialidade sócio-técnica em virtude da degradação das condições materiais de reprodução humana, inclusive no pólo desenvolvido do capitalismo global. Este é mais um elemento compositivo do esgotamento histórico de um modo de controle do metabolismo social baseado na propriedade privada dos meios de produção social e divisão hierárquica do trabalho.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Na verdade, a crise estrutural do capital possui as características de uma “síndrome” social, isto é, de um “estado mórbido” caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas associados a uma “condição social crítica”, suscetível de despertar reações de temor e insegurança global. Como salientou Antonio Gramsci em seus <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Cadernos do Cárcere</em>, “a crise consiste no fato que o velho morre e o novo não pode nascer: neste interregno verificam-se os mais variados fenômenos mórbidos” (é o que iremos tratar nos próximos artigos como sendo a barbárie social).</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"> A “condição crítica” da síndrome do capital é a convergência histórica de um conjunto de crescentes contradições sociometabólicas do sistema mundial do capital, principalmente a partir de meados da década de 1970. A principal delas diz respeito à contradição capital-trabalho, na medida em que é através do trabalho que o sociometabolismo do capital vincula os seres humanos à natureza: a aguda elevação da produtividade do trabalho em virtude do processo cumulativo do progresso técnico, tende a explodir a materialidade do valor-trabalho, uma “implosão” contínua e permanente no espaço-tempo comprimido do novo tempo histórico do capitalismo global. É por isso que o consumo de trabalho vivo de uma parte da força de trabalho torna-se irrelevante para o sistema do capital. (José Nun, um dos teóricos da CEPAL, irá chama-las de “massa marginal” e Robert Kurz, de “sujeitos monetários sem dinheiro”). Eis a raiz da ampliação persistente da precariedade social do trabalho no plano histórico-mundial.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Em 1863, nos <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Grundrisse</em>, Karl Marx conseguiu apreender o traço radical do nosso tempo histórico, ao observar que, sob o capitalismo, “o tempo é tudo, o homem já não é nada; é, quando muito, a carcaça do tempo”. Na verdade, são as “massas marginais”, os “sujeitos monetários sem dinheiro” ou ainda os homem-carcaças – a massa da humanidade “destituída de propriedade” – que estão se insurgindo nos <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">riots</em> dos bairros pobres de Londres ou nos movimentos sociais do precariato indignado que ocupa as praças de Lisboa e Madri.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Enfim, a crescente redundância do trabalho vivo e da força de trabalho é a “ponta do iceberg” de um sistema de metabolismo social baseado na precariedade social do trabalho e que expõe cada vez mais seus limites estruturais, demonstrando ser incapaz de conter o processo civilizatório humano-genérico.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Deste modo, podemos caracterizar a crise estrutural do capital como sendo, por um lado, no plano da objetividade social, pela (1) crise de formação (produção/realização) de valor, onde a crise capitalista aparece, cada vez mais, como sendo crise de abundância exacerbada de riqueza abstrata. Entretanto, temos salientado que o caráter radical da crise estrutural do capital, diz respeito a (2) crise de (de)formação do sujeito histórico de classe instaurado pelo estado de barbárie social. A crise de (de)formação do sujeito de classe é uma determinação <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">tendencial</em> do processo de precarização estrutural do trabalho que, nesse caso, aparece como precarização do homem-que-trabalha.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A precarização do trabalho não se resume àquilo que pensa a sociologia do trabalho, isto é, a mera precarização social do trabalho ou precarização dos direitos sociais e direitos do trabalho de homens e mulheres proletários. A precarização do trabalho implica também a precarização-do-homem-que-trabalha como ser humano-genérico (o que explica a pandemia de depressão e transtornos psicológicos do homem-que-vive-do-trabalho).</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Sob o capitalismo global, a manipulação (ou “captura” da subjetividade do trabalho pelo capital) assume proporções inéditas, inclusive na corrosão político-organizativa dos intelectuais orgânicos da classe do proletariado. Com a disseminação intensa e ampliada de formas derivadas de valor na sociedade burguesa hipertardia, agudiza-se o fetichismo da mercadoria e as múltiplas formas de fetichismo social, que tendem a impregnar as relações humano-sociais, colocando obstáculos efetivos à formação da consciência de classe necessária e, portanto, à formação da classe social do proletariado.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O processo de dessocialização do proletariado, com impactos na consciência de classe e o poder da ideologia no bojo do capitalismo manipulatório com a intensificação do fetichismo da mercadoria devido a vigência do mercado na estruturação social, compôs um cenário qualitativamente novo de riscos de desefetivação do homem como ser capaz de dar respostas radicais à crise estrutural do sociometabolismo do capital em suas múltiplas dimensões. Deste modo, a barbárie se instaura como metabolismo social, isto é, constitui-se a barbárie social, uma nova dimensão da barbárie histórica dentro do capitalismo. </span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">***</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: red; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: red; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Giovanni Alves</span></strong></span> é doutor em ciências sociais pela Unicamp, livre-docente em sociologia e professor da Unesp, campus de Marília. É pesquisador do CNPq com bolsa-produtividade em pesquisa e coordenador da Rede de Estudos do Trabalho (RET) e do Projeto Tela Crítica. É autor de vários livros e artigos sobre o tema trabalho e sociabilidade, entre os quais <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo</em> (Boitempo Editorial, 2000) e <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Trabalho e subjetividade: O espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório </em>(Boitempo Editorial, 2011). </span><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Colabora para o<strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: red; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Blog da Boitempo</span></strong> mensalmente, às segundas.</span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="http://boitempoeditorial.wordpress.com/category/colunas/giovanni-alves/">http://boitempoeditorial.wordpress.com/category/colunas/giovanni-alves/</a></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><br />
</span></div>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-4506720597999573192011-10-23T06:48:00.000-07:002011-10-23T06:49:05.263-07:00Artigo - Terceira modernidade do capital, crise de civilização e barbárie social<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0AXQ_lvggdaLKXmTocz90AGeRNcAO0fxxuyQFshAFtenVAnRgDkD291qkb-UtFyEVmPw_J1IONGZtnVt33gN-gM85gjKd41w0nSMzpWo9fWXJPY6Xw9wgRuSPdiAhCPISw6YEFfYLKg/s1600/Golconda+-+Magritte.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="283" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj0AXQ_lvggdaLKXmTocz90AGeRNcAO0fxxuyQFshAFtenVAnRgDkD291qkb-UtFyEVmPw_J1IONGZtnVt33gN-gM85gjKd41w0nSMzpWo9fWXJPY6Xw9wgRuSPdiAhCPISw6YEFfYLKg/s400/Golconda+-+Magritte.jpg" width="400" /></a></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Golconda - Magritte</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #333333; font-family: Georgia, 'Bitstream Charter', serif; font-size: 15px; line-height: 20px;"></span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: right; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Por Giovanni Alves.</span></em></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O sentido radical da crise do nosso tempo histórico diz respeito a incapacidade da forma social do capital em conter (e realizar) as possibilidades de desenvolvimento do ser genérico do homem pressupostas pela nova materialidade sócio-técnica em virtude da degradação das condições materiais de reprodução humana, inclusive no pólo desenvolvido do capitalismo global. Este é um traço indelével do esgotamento histórico de um modo planetário de controle do metabolismo social baseado na propriedade privada dos meios de produção social e divisão hierárquica do trabalho.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O que consideramos como crise estrutural do capital possui as caracteristicas de uma “sindrome” social, isto é, de um “estado mórbido” caracterizado por um conjunto de sinais e sintomas associados a uma “condição social crítica”, suscetível de despertar reações de temor e insegurança global. É o que temos denominado de sociometabolismo da da barbárie ou barbárie social.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Na verdade, vivemos uma nova era civilizatória que inaugura a terceira modernidade do capital. Sob as condições da barbárie social, o capitalismo histórico altera qualitativamente a dinâmica da luta de classes, que se contrasta, por exemplo, com a dinâmica histórica inscrita na segunda modernidade do capital, caracterizada pela lógica cultural do modernismo.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O capital adquire sua dimensão real tão-somente a partir da segunda modernidade, ou seja, a instauração do modo de produção capitalista propriamente dito. Constitui-se a grandeindústria com o sistema de máquinas que põe a subsunção real do trabalho ao capital. Esta importante inflexão histórica propiciou um salto qualitativamente novo na dinâmica civilizatória do capital. É possível dizer que, com a segunda modernidade do capital, que tem inicio com a Primeira Revolução Industrial, a partir do século XIX, e que prossegue até a última metade do século XX, o capital se consolida como sistema planetário, ou seja, sistema de controle do metabolismo social global. É nesse período histórico que se constitui o mercado mundial e todas as determinações sociais descritas num impressionante vigor literário por Karl Marx e Friedrich Engels n´<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O Manifesto Comunista</em>, de 1848.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A segunda modernidade do capital é a modernidade-máquina, temporalidade histórica em que se constituiu um estilo de pensamento, de política e de sensibilidade estética que poderíamos caracterizar como modernista. Foi nessa etapa de desenvolvimento do capitalismo ocidental, no bojo do qual se desenvolveu o processo de modernização que constituiu-se a <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">classe social</em>(burguesia e proletariado) e o <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Estado nacional</em> em torno da qual se consolida o<em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">território</em> propriamente dito da Nação e da Cidade. São tais determinações essenciais que irão compor a <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">identidade social</em> de homens e mulheres da segunda modernidade. Enfim, a segunda modernidade é a modernidade propriamente dita.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Por modernidade entendemos um conjunto de experiências de vida: experiência do espaço e do tempo, de si mesmo e dos outros, das possibilidades e perigos da vida, que é hoje em dia compartilhado por homens e mulheres em toda parte do mundo. Assim, desde o século XVI, constitui-se no Ocidente a modernidade do capital, que assume diversas formas histórico-temporais, por conta do desenvolvimento do modo de produção capitalista.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Diremos com Marshall Berman, no seu livro clássico “Tudo que é sólido se desmancha no Ar”, que “ser moderno é encontrarmo-nos em um meio-ambiente que nos promete aventura, poder, alegria, crescimento, transformação de nós mesmos e do mundo – e que, ao mesmo tempo, ameaça destruir tudo o que temos, tudo o que conhecemos, tudo o que somos. Ambientes e experiências modernos atravessam todas as fronteiras de geografia e de etnias, de classe e nacionalidade, de religião e ideologia; neste sentido, pode-se dizer que a modernidade une todo o gênero humano. Mas é uma unidade paradoxal, uma unidade de desunidade: envolve-nos a todos num redemoinho perpétuo de desintegração e renovação, de luta e contradição, de ambigüidade e angústia. Ser moderno é ser parte de um universo em que, como disse Marx, ´tudo o que é sólido se desmancha no ar´”. Esta percepção de Marshal Berman é a percepção aguda da modernidade clássica, a segunda modernidade do capital, a modernidade da grande indústria e do modernismo, que irá expor a forma essencial deste processo de modernização do capital.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Por “modernismo”, que se vincula a esta segunda modernidade, entendemos como sendo, de acordo com Perry Anderson (no livro “As origens da pós-modernidade”), “a espantosa variedade de visões e idéias que visam a fazer de homens e mulheres os sujeitos, ao mesmo tempo que os objetos, da modernização, a dar-lhe o poder de mudar o mundo que os está mudando, a abrir-lhes caminho em meio ao turbilhão e apropriar-se dele”. Deste modo, o modernismo como lógica cultural da segunda modernidade do capital, são visões e valores carentes de utopia social. Enfim, são visões culturais e políticas que emergem no período de ascensão histórica do capital. O modernismo é o espírito político-cultural da segunda modernidade do capital.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Deste modo, podemos distinguir a primeira modernidade do capital, que transcorreria do século XVI à última metade do século XVIII e seria caracterizada pela ascensão histórica do capitalismo comercial e capitalismo manufatureiro. Neste período de constituição do capitalismo moderno, as sociedades européias ainda estavam imersas em relações sociais tradicionais, marcadas pela dominação de classe aristocráticas e agrárias, ainda não subsumidas à lógica do capital industrial, mas apenas à lógica do capital mercantil.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A segunda modernidade do capital seria a modernidade da Primeira e Segunda Revolução Industrial, do surgimento da grande indústria, do modo de produção capitalista propriamente dito, da subsunção real do trabalho ao capital, da transição dolorosa e luminosa para a última modernidade do capital, a terceira modernidade.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A terceira modernidade do capital seria a modernidade tardia, a modernidade sem modernismo, ou a modernidade pós-modernista. É a modernidade do espírito do toyotismo que explicita um nova implicação sociometabólica da produção social: a maquinofatura em contraste com a manufatura ea grandeindústria. A terceira modernidade é a modernidade do capitalismo manipulatório e da crise estrutural do capital. É a modernidade da predominância do capital financeiro sobre as demais frações do capital. A terceira modernidade seria a modernidade do precário mundo do trabalho e da barbárie social. Enfim, com a terceira modernidade nos inserimos noutra temporalidade histórica do capital, com impactos decisivos na objetividade e subjetividade da classe dos trabalhadores assalariados e do trabalho vivo. Com a terceira modernidade altera-se a dinâmica histórica da luta de classes na medida em que está posta a precarização do homem-que-trabalha como um traço indelével da nova precariedade salarial.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Apesar de estarmos inseridos na temporalidade histórica da terceira modernidade do capital, somos constrangidos ainda, no plano da memória histórica e da imagem social, pela segunda modernidade do capital, a modernidade do modernismo, a modernidade da forma cultural prenhe de projetos de utopias concretas (como diria Ernst Bloch).</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Enquanto a primeira modernidade do capital era prenhe de utopias abstratas, como a de Thomas Morus (“A Utopia”) ou de Tomazo di Campanella (“Cidade do Sol”); ou mesmo de Charles Fourier e Robert Owen; a segunda modernidade do capital nasce com o proletariado industrial e os projetos sociais do comunismo político em meados do século XIX no bojo da crise de 1848, aprimeira grande crise do capitalismo ocidental. Seu marco histórico maduro são as revoluções sociais de 1848, evento crucial que inspirou o <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Manifesto Comunista</em>, de Karl Marx e Friedrich Engels. As revoluções sociais de 1848 abrem um novo período histórico da luta de classes.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O processo social da segunda modernidade do capital é caracterizado pelo espírito do modernismo, isto é, o conjunto de doutrinas e práticas estéticas e políticas amplamente heteróclitas, assincrônicas e intrinsecamente contraditórias, como a própria modernização do capital no período de sua ascensão histórica. Neste período, temos a ascensão e crise do Estado social, com seus partidos e sindicatos de classe e com os projetos de utopias sociais caracterizados pelo comunismo histórico e pela social-democracia clássica. Constituiu-se o mundo do trabalho organizado cuja dinâmica da luta de classes propiciou uma precariedade salarial caracterizada pelo emprego estável dos trabalhadores assalariados organizados. É o período histórico das conquistas sociais do trabalhismo organizado, da legislação do trabalho e do <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Welfare State</em>. Nele vigoram como estilo cultural e político da subjetivação de classe, tanto o reformismo social-democrata, quanto o comunismo político como forças estruturantes da defensividade do trabalho.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Na temporalidade histórica da segunda modernidade do capital ocorre o surgimento e desenvolvimento dos Estados nacionais, com destaque para a constituição hegemônica dos Estados Unidos como nação moderna, de crise européia, dos conflitos imperialistas, da Primeira e Segunda Guerra Mundial, da colonização, descolonização e ocidentalização do Terceiro Mundo, da indústria cultural, da modernização avassaladora em todas as instâncias da vida social (o que só ocorreria após a Segunda Guerra Mundial). Enfim, é um período de intensa “destruição criativa”, último período histórico de ascensão do capital, uma ascensão de destruição de modos de vida tradicionais vinculados à dominação de classes aristocráticas e agrárias, que só ocorreriam de vez após as duas guerras mundiais que atingiram o Continente Europeu (é tal transição do tradicional para o moderno que iria dar aquela sensação de ambigüidade típica do modernismo – euforia e rebeldia, tão típica dos movimentos culturais modernistas, do surrealismo ao <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">rock and roll</em> dos <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">The Beatles</em>).</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A crise da segunda modernidade do capital ocorre em meados da década de 1960, década de transição, que anunciaria, no centro do sistema do capital, a passagem para a terceira modernidade, modernidade tardia ou modernidade sem modernismo. Ela irá se compor na medida em que se dissolvem as coordenadas históricas compositivas do modernismo.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Nos primórdios do século XXI vivemos sob a terceira modernidade que inaugura a temporalidade histórica da crise estrutural do capital com implicações qualitativamente novas na dinâmica da luta de classes, na medida em que se altera o processo social de subjetivação de classe.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">A mundialização do capital e a vigência do regime de acumulação predominantemente financeirizado; as políticas neoliberais, a acumulação flexível e o espírito do toyotismo; e a instauração da sociedade em rede a partir da revolução informacional no bojo do capitalismo manipulatório, colocam novas determinações concretas no processo de formação (e luta) da classe social do proletariado.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Por um lado, amplia-se a condição de proletariedade que, com a nova precariedade salarial, incorpora as camadas sociais ditas de “classe média”. A nova precariedade salarial que inaugura a “nova questão social” (Robert Castel), explicita a precarização estrutural do trabalho como um traço compositivo ineliminável da npva dinâmica do capitalismo global. Por outro lado, a precarização do homem-que-trabalha, traço indelével da nova precariedade salarial, com a dessubjetivação de classe, “captura” da subjetividade e redução do trabalho vivo a força de trabalho, colocam obstáculos efetivos à formação da consciência de classe e, portanto, à formação do sujeito histórico do proletariado como classe social.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Deste modo, o nosso conceito de barbárie social diz respeito a condição social crítica qualitativamente nova que surge na terceira modernidade do capital e que coloca obstáculos efetivos à formação do sujeito histórico de classe. Na verdade, ocorre um processo de deformação da classe <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">pari pasu</em> à crise de formação contraditória do valor no bojo da crise estrutural do capital (formação contraditória no sentido de que a crise de formação do valor se põe no bojo da disseminação da forma-valor pela vida social).</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Com a nova precariedade salarial, que contém no seu bojo o estado de barbárie social, inaugura-se, deste modo, a era de crise social como crise de civilização, caracterizada, no plano sociometabolico, pela crise da vida pessoal, crise de sociabilidade e crise de auto-referencia pessoal. A terceira modernidade, com o sociometabolismo da barbárie, que reduz tempo de vida a tempo de trabalho, coloca em questão, de modo qualitativamente novo, o devir humano dos homens.</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">***</span></span></div><div style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 1.7em; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-align: justify; vertical-align: baseline;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: red; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Giovanni Alves</span></strong> é doutor em ciências sociais pela Unicamp, livre-docente em sociologia e professor da Unesp, campus de Marília. É pesquisador do CNPq com bolsa-produtividade em pesquisa e coordenador da Rede de Estudos do Trabalho (RET) e do Projeto Tela Crítica. É autor de vários livros e artigos sobre o tema trabalho e sociabilidade, entre os quais <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O novo (e precário) mundo do trabalho: reestruturação produtiva e crise do sindicalismo</em> (Boitempo Editorial, 2000) e <em style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: italic; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Trabalho e subjetividade: O espírito do toyotismo na era do capitalismo manipulatório </em>(Boitempo Editorial, 2011). Colabora para o <strong style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-family: inherit; font-style: inherit; font-weight: bold; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: red; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Blog da Boitempo</span></strong> mensalmente, às segundas.</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><br />
</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Fonte -</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;"><span style="border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: black; font-family: inherit; font-style: inherit; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;"><a href="http://boitempoeditorial.wordpress.com/2011/09/26/terceira-modernidade-do-capital-crise-de-civilizacao-e-barbarie-social/">http://boitempoeditorial.wordpress.com/2011/09/26/terceira-modernidade-do-capital-crise-de-civilizacao-e-barbarie-social/</a></span></span></div>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-25390179986302410122011-10-15T09:53:00.000-07:002011-10-15T10:01:11.707-07:00Artigo : Florestan Fernandes<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6ivMihGbpG-WhEFHkvg40GSADq0Ll6S7Fjqt_tc2VAIq9tBAw93nwbzJPu0V8t9E-bNGbLc1PRZwtK8NpRJvSzdzgqH1J8_KQLGhOel7Fyggwwze3E0Eehp-UY1xwfFpAFEa60PmPIspK/s1600/florestan+fernandes+-+sociologo.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 178px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEj6ivMihGbpG-WhEFHkvg40GSADq0Ll6S7Fjqt_tc2VAIq9tBAw93nwbzJPu0V8t9E-bNGbLc1PRZwtK8NpRJvSzdzgqH1J8_KQLGhOel7Fyggwwze3E0Eehp-UY1xwfFpAFEa60PmPIspK/s320/florestan+fernandes+-+sociologo.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5663764719696988306" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="background-color: rgb(255, 255, 255); "><div class="tex_subMt_padrao2"><h3 style="margin-bottom: 0px; margin-top: -10px; padding-left: 0px; "><span class="Apple-style-span"><h3 style="margin-bottom: 0px; margin-top: -10px; padding-left: 0px; "><p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><i>O sociólogo não só refletiu sobre a escola brasileira, apontando seu caráter elitista, como atuou pessoalmente em defesa da educação para todos</i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Texto Márcio Ferrari<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Frase de Florestan Fernandes: <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><i>"Na sala de aula, o professor precisa ser um cidadão e um ser humano rebelde" </i><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Florestan Fernandes nasceu em 1920 em São Paulo, filho de uma imigrante portuguesa analfabeta, que o criou sozinha, trabalhando como empregada doméstica. Aos 6 anos, Florestan também começou a trabalhar, primeiro como engraxate, depois em vários outros ofícios. Mais tarde, ele diria que esse foi o início de sua aprendizagem sociológica, pelo contato que teve com os habitantes da cidade. Aos 9 anos, a necessidade de ganhar dinheiro o fez abandonar os estudos, que só recuperaria com um curso supletivo. Aos 18, foi aprovado para o curso de Ciências Sociais da Universidade de São Paulo e, por essa época, iniciou sua militância em grupos de esquerda. Depois do golpe militar de 1964, Florestan enviou uma carta à polícia protestando contra o tratamento dado a seus colegas presos e foi, ele também, para a prisão. Em 1969 foi cassado pelo regime militar. Sem poder trabalhar, deixou o Brasil e lecionou em universidades do Canadá e dos Estados Unidos. Depois da redemocratização, filiado ao Partido dos Trabalhadores, elegeu-se deputado federal em 1986 e 1990. Florestan morreu em 1995, de câncer. Publicou quase 80 livros durante a vida, nos campos da sociologia, da antropologia e da educação. A Revolução Burguesa no Brasil e Sociedade de Classes e Subdesenvolvimento estão entre os títulos mais importantes. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Florestan Fernandes foi um dos mais influentes sociólogos brasileiros, mas muitos o chamavam de educador sem saber que isso o incomodava em sua modéstia. O equívoco tinha razão de ser. Vários escritos de Florestan tiveram a educação como tema e sua atuação na Câmara dos Deputados, já no fim da vida, se concentrou na área do ensino. Além disso, a preocupação com a instrução era um desdobramento natural de sua obra de sociólogo. "Em nossa época, o cientista precisa tomar consciência da utilidade social e do destino prático reservado a suas descobertas", escreveu. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Como o italiano Antonio Gramsci (1891-1937), Florestan militava em favor do socialismo e não separava o trabalho teórico de suas convicções ideológicas. Ainda que com abordagens diferentes, ambos acreditavam que a educação e a ciência têm, potencialmente, uma grande capacidade transformadora. Por isso, deveriam ser instrumentos de elevação cultural e desenvolvimento social das camadas mais pobres da população. "Um povo educado não aceitaria as condições de miséria e desemprego como as que temos", disse ele em entrevista a NOVA ESCOLA em 1991. "A escola de qualidade, para Florestan, não era redentora da humanidade, mas um instrumento fundamental para a emancipação dos trabalhadores", diz Ana Heckert, docente da Universidade Federal do Espírito Santo. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Florestan tomou para si a tarefa de romper com a tradição de pseudoneutralidade das ciências humanas e reconstruir uma análise do Brasil abertamente comprometida com a mudança social. Segundo sua análise, uma classe burguesa controlava os mecanismos sociais no Brasil, como acontecia em quase todos os países do Ocidente. No entanto - por causa de fatores históricos como a escravidão tardia, a herança colonial e a dependência em relação ao capital externo -, a burguesia brasileira era mais resistente às mudanças sociais do que as classes dominantes dos países desenvolvidos.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><span> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Revolução incompleta<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Segundo Florestan, a revolução burguesa, cujo exemplo emblemático é a de 1789 na França, não teria se completado no Brasil. Enquanto os revolucionários franceses do século 18 exigiam ensino público e universal, as elites brasileiras do século 20 ainda queriam controlar a educação para manter a maioria da população culturalmente alienada e afastada das decisões políticas. Por isso, uma das principais lutas de Florestan foi pela manutenção e pela ampliação do ensino público. "Ele acreditava que o sucateamento da escola, com péssimas condições de trabalho e estudo, fazia parte das tentativas de sufocar a democratização da sociedade por meio da restrição do acesso à cultura e à pesquisa", diz a pesquisadora Ana Heckert. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">O Brasil, dizia o sociólogo, era atrasado também em relação ao que ele chamava de cultura cívica, ou seja, um compromisso em torno do mínimo interesse comum. Para Florestan, não havia tal cultura no Brasil por dois motivos: ela estimularia as massas populares a participar politicamente e ao mesmo tempo tiraria das classes dominantes a prerrogativa de fazer tudo o que quisessem sem precisar dar satisfações ao conjunto da população.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Florestan bateu-se também pela democratização do ensino, entendendo a democracia como liberdade de educar e direito irrestrito de estudar. Em seus dois mandatos de deputado federal, nos anos 1980 e 1990, o sociólogo esteve envolvido em todos os debates mais importantes que ocorreram no Congresso no campo da educação. Participou ativamente da discussão, elaboração e tramitação da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB), que só seria aprovada em 1996, um ano depois de sua morte. <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Florestan defendia propostas mais radicais do que as que acabaram incluídas na lei aprovada, cujo mentor foi o antropólogo e senador Darcy Ribeiro (1922-1997). O sociólogo propunha que a lei incluísse o princípio de escola única, que abrangesse Educação Infantil, Ensino Fundamental e Ensino Médio, conjugada com educação profissional, e possibilitasse uma escolaridade maior aos setores carentes da população. Florestan também pretendia, como meio de dar autonomia às escolas, que os diretores fossem eleitos por professores, pais e alunos. Ele queria ainda incluir na LDB um piso salarial para os professores.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><span> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Contra o autoritarismo<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Não eram só as condições estruturais do sistema educacional que atraíam a atenção rigorosa do cientista social. No intervalo democrático entre 1945 e 1964 no Brasil, Florestan notou que a educação havia ganho papel crucial na busca "do equilíbrio e da paz social", mas isso se devia a conquistas sociais e não a políticas dos governos, que, segundo ele, continuavam não investindo em educação pública. Além da destinação de verbas, o passo mais urgente então seria integrar as escolas para que sua função progressista se multiplicasse e ganhasse solidez. Ao lado do trabalho propriamente didático, as escolas deveriam formar "um sistema comunitário de instituições sociais". <o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Ele também se preocupou em criticar a prática em sala de aula, com ênfase em três pontos: a concepção do professor como mero transmissor do saber, que, para ele, fragilizava o profissional da educação; a idéia de que o aluno é apenas receptor do conhecimento, quando o aprendizado deveria ser construído conjuntamente na escola; e o ensino discriminatório, que trata o aluno pobre como cidadão de segunda classe. "Para Florestan Fernandes, a educação transformadora se faz com uma escola capaz de se desfazer, por si mesma, do autoritarismo, da hierarquização e das práticas de servidão", diz Ana Heckert.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><span> </span><o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">A briga política pela escola pública<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Muitos intelectuais participaram, nas décadas de 1940 e 1950, da Campanha em Defesa da Escola Pública, que teve origem nas discussões para a aprovação da primeira LDB. Nenhum foi mais ativo do que Florestan Fernandes. De início, o tema principal do debate era a centralização ou descentralização do ensino. A polêmica seguiu acirrada até que, em seu ponto máximo de tensão, o deputado Carlos Lacerda apresentou no Congresso um substitutivo para atender aos interesses das escolas particulares e das instituições religiosas de ensino, que pretendiam ganhar o direito a embolsar verbas do Estado. Florestan publicou nessa época vários escritos em que combatia as pretensões da escola privada e também desenvolvia suas idéias sobre a necessidade de democratizar o ensino. O substitutivo de Lacerda acabou sendo aprovado. Mas, no longo prazo, quem ganhou foi Florestan - suas idéias são, hoje, praticamente consenso entre os dirigentes da educação pública.<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016"><o:p> </o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Para pensar<o:p></o:p></span></p> <p class="MsoNormal" style="margin-bottom:10.0pt;line-height:115%;mso-layout-grid-align: none;text-autospace:none"><span style="font-size:11.0pt;line-height:115%; font-family:Calibri;mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016">Florestan Fernandes acreditava que a educação deveria ser, para os alunos, uma experiência transformadora que desenvolvesse a criatividade, dando condições de se libertar da opressão social. <o:p></o:p></span></p> <span style="font-size:11.0pt;font-family:Calibri;mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016;mso-fareast-language:PT-BR; mso-bidi-language:AR-SA">Mas, para isso, a escola deveria deixar de reproduzir os mecanismos de dominação de classe da sociedade. Você já se analisou sob esse ângulo? Será também que, vez ou outra, já não confundiu a legítima autoridade do professor com autoritarismo.</span></h3><div><span style="font-size:11.0pt;font-family:Calibri;mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016;mso-fareast-language:PT-BR; mso-bidi-language:AR-SA"><br /></span></div><div><span style="font-size:11.0pt;font-family:Calibri;mso-fareast-font-family:"Times New Roman"; mso-bidi-font-family:Calibri;mso-ansi-language:#0016;mso-fareast-language:PT-BR; mso-bidi-language:AR-SA">Fonte -</span></div><div><span style="font-family: Calibri; " ><a href="http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/florestan-fernandes-307905.shtml">http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/florestan-fernandes-307905.shtml</a></span></div><div><br /></div><div><br /></div></span></h3></div></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-56467604108401999222011-09-20T21:52:00.000-07:002011-09-20T21:52:00.772-07:00Infográfico - Textbooks Tomorrow<a href="http://www.onlineeducation.net/digital-textbooks"><img border="0" alt="Textbooks of Tomorrow" src="http://images.onlineeducation.net.s3.amazonaws.com/digital-textbooks.jpg" width="500" /></a><br />
Via: <a href="http://www.onlineeducation.net/">OnlineEducation.net</a>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-36994673631012601142011-09-16T12:36:00.000-07:002011-09-16T12:40:27.182-07:00Dica de Ebook - Mediações: Revista de Ciências Sociais<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; color: #990000;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"></span></span><br />
<div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><i>Mediações</i> - Revista de Ciências Sociais, Vol. 16, N.1, 2011, está disponível na sua versão <i>on line:</i></span></span></div><div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><a href="http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes" rel="nofollow" style="color: #0000cc;" target="_blank">http://www.uel.br/revistas/<wbr></wbr>uel/index.php/mediacoes</a></span></span></div><div style="text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><span style="color: black;"><a href="http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/mediacoes" rel="nofollow" style="color: #0000cc;" target="_blank"></a></span></span></div></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">Nesta edição : dossiê “Classes sociais e transformações no mundo do trabalho", além de artigos </span></div><div style="color: black; text-align: justify;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;">com conteúdo e enfoques diversos em Ciências Sociais.</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="color: black; text-align: justify;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br />
</span></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: left;"></div><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"></div><div style="color: black; text-align: justify;"><div style="text-align: left;"><div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglfTRdlGgVyBv2_Sihu9aWxRrAJA2qbQz6cpvTIoRbybqergdaPS8CbfffeDby_dukS5MDlqV4RZdSbCcEVEhCoVQAwjV87U-goZw_oaUpsekyLZxb3u4QpZmHBDa2SU554aIyE70_bw/s1600/a.jpg" imageanchor="1" style="clear: left; float: left; margin-bottom: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEglfTRdlGgVyBv2_Sihu9aWxRrAJA2qbQz6cpvTIoRbybqergdaPS8CbfffeDby_dukS5MDlqV4RZdSbCcEVEhCoVQAwjV87U-goZw_oaUpsekyLZxb3u4QpZmHBDa2SU554aIyE70_bw/s1600/a.jpg" /></a></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: large;"><br />
</span></div></div>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-3714631411410883312011-08-31T14:44:00.000-07:002011-08-31T14:46:12.412-07:00Artigo - Considerações sobre a educação na perspectiva marxiana<span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span"><p class="MsoNormal" align="right" style="text-align: right; margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>A “história da humanidade”</span></span></p><p class="MsoNormal" align="right" style="text-align: right; margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>deve sempre ser estudada e elaborada</span></span></p><p class="MsoNormal" align="right" style="text-align: right; margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>em conexão com a história da indústria e das trocas.</span></span></p><p class="MsoNormal" align="right" style="text-align: right; margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>(Marx e Engels)</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><b><span><span> </span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>O tema da educação não ocupou um lugar central na obra de Marx. Ele não formulou explicitamente uma teoria da educação, muito menos princípios metodológicos e diretrizes para o processo ensino-aprendizagem. Sabemos que sua principal preocupação fora o estudo das relações sócio-econômicas e políticas e seu desenvolvimento no processo histórico. <img border="0" src="http://www.espacoacademico.com.br/021/021marx.jpg" alt="Karl Marx" align="left" width="231" height="300" />Entretanto, a questão educacional encontra-se inevitavelmente enredada em sua obra. Existem alguns textos que Marx, juntamente com Engels, redigiu sobre a formação e o ensino em que a concepção de educação está articulada com o horizonte das relações sócio-econômicas daquela época. Assim, para compreendermos qual sua perspectiva na análise do fenômeno educativo precisamos passar pelo seu modo de compreender a sociedade. Na seqüência, nosso propósito é pontuar algumas das questões que, em nosso entender, chamam a atenção para uma re-leitura de Marx e Engels, hoje, no âmbito educacional.</span></span></p><p class="MsoBodyText" style="line-height: normal; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span>O ponto de partida da história, para Marx, é a existência de seres humanos reais que vivem em sociedade e estabelecem relações. Para ele a essência do homem é o conjunto das relações sociais. Assim, a corporeidade natural é uma condição necessária mas não suficiente. A humanização do ser biológico e específico só se dá dentro da sociedade e pela sociedade. Gadotti (1984) nos lembra que, para Marx, o homem não é algo dado, acabado. Ele é processo, ou seja, torna-se homem e, isto, a partir de duas condições básicas: a) ele produz-se a si mesmo e, ao fazê-lo, se determina como um ser em transformação, como o ser da práxis e; b) esta realização só pode ter lugar na história.</span></p><p class="MsoBodyText" style="line-height: normal; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span>O que distingue o ser humano dos outros animais, conforme Marx, é o fato de ele, num dado momento da história, começar a produzir os seus próprios meios de existência. O que o ser humano é coincide com “o que” e “como” ele produz. Ao contrário de Hegel, para quem a consciência determina a vida concreta, real; em Marx é a vida concreta e real que determina a consciência. Assim, “O que os indivíduos são, portanto, depende das condições materiais de sua produção” (MARX; ENGELS, 1999, p. 28).</span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>Deduz-se desta perspectiva que, para a compreensão do processo educativo<span style="color: blue; ">,</span> deve-se compreender aquele (processo) pelo qual os seres humanos produzem a sua existência, isto é, o processo produtivo, o mundo do trabalho e o âmbito de suas relações. Para essa análise é preciso recorrer à situação da <i>divisão do trabalho</i>, o que permite considerar o grau de desenvolvimento das forças produtivas de uma sociedade. Assim, podemos tomar como exemplo a divisão entre campo e cidade, entre trabalho comercial e industrial. A divisão do trabalho conduz a diferentes interesses ocasionando até mesmo interesses opostos.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>O advento da propriedade privada provocou um mudança decisiva na divisão do trabalho. A partir da divisão do trabalho em <i>trabalho manual</i> e <i>trabalho intelectual</i> surgem outras dicotomias: gozo e trabalho, produção e consumo, miséria e opulência. Estas dicotomias originam um conflito de interesses: o individual versus o coletivo, o público e o privado.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>Marx e Engels (1999, p. 46) apontam para as conseqüências desta divisão: “(...) com a <i>divisão do trabalho</i> fica dada a possibilidade, mais ainda, a realidade, de que a atividade espiritual e a material – a fruição e o trabalho, a produção e o consumo – caibam a indivíduos diferentes; e a possibilidade de não entrarem estes elementos em contradição reside unicamente no fato de que a divisão do trabalho seja novamente superada”.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>Aquele caráter edificante, socializante e humanizante do trabalho, onde o indivíduo constrói-se na inter-relacão com os demais indivíduos, desfaz-se sob a economia capitalista, pois o ser humano passa a representar uma força de trabalho que é vendida aos proprietários dos meios de produção como aparente garantia de sua sobrevivência. A vida torna-se, assim, um simples meio de vida. Como conseqüência disso temos aquilo que Marx denominou como alienação, isto é, o trabalho que o ser humano realiza produz objetos que não lhe pertencem e, além disso, voltam-se contra ele como estranhos. A diferença entre o que ele produz e o que ele é na vida cotidiana aumenta cada vez mais. O trabalho torna-se cada vez mais alheio ao trabalhador. Quanto mais o trabalhador produz, mais ele nega-se a si mesmo, mais arruína-se física e espiritualmente.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>A propriedade privada, portanto, constitui a base de todo o processo de alienação. O conceito de alienação mostra concretamente o que impede o desenvolvimento do ser humano e como se pode ultrapassar tais impedimentos. Nos <i>Manuscritos Econômico-filosóficos</i> Marx afirma que a superação da propriedade privada significa a emancipação plena de todos os sentidos e qualidades humanos.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>A educação, na sociedade capitalista, é, segundo Marx e Engels, um elemento de manutenção da hierarquia social; ou o que Gramsci denominou como instrumento da hegemonia ideológica burguesa. A igualdade política é algo meramente formal e não passa de uma ilusão visto que a desigualdade social é concreta e inequívoca. Atualmente a situação não parece ser muito diferente daquela vivida e descrita por eles.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>No entanto, uma das possibilidades de viabilizar a superação das dicotomias existentes e da emancipação do ser humano reside na integração entre ensino e trabalho. A esta integração eles designam ensino politécnico ou formação omnilateral. Por meio desta educação omnilateral o ser humano desenvolver-se-á numa perspectiva abrangente isto é, em todos os sentidos. Conforme Gadotti (1984, p. 54-55) “A integração entre ensino e trabalho constitui-se na maneira de sair da alienação crescente, reunificando o homem com a sociedade. Essa unidade, segundo Marx, deve dar-se desde a infância. O tripé básico da educação para todos é o ensino intelectual (cultura geral), desenvolvimento físico (ginástica e esporte) e aprendizado profissional polivalente (técnico e científico).”</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>Marx e Engels não só indicaram freqüentemente que o trabalho físico sem elementos espirituais destrói a natureza humana como, também, que a atividade intelectual à margem do trabalho físico conduz facilmente aos erros de um idealismo artificial e de uma abstração falsa. Logo, a união entre os dois dá um caráter integral à educação e tomará o lugar da formação unilateral, especializada e alienada.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>Assim, o ensino aparece como instrumento para o conhecimento e também para a transformação da sociedade e do mundo. Este é o potencial e o caráter revolucionário da educação. O proletariado, por si só, não conquista sua consciência de classe, sua consciência política, justamente pelo fato de ter sido privado desde o início dos meios que lhe permitiriam consegui-lo. Por isso<b><span style="color: red; ">,</span></b> há a necessidade de um processo educativo pautado em um projeto político e pedagógico definido e voltado aos interesses da grande maioria excluída. Aí é que surge o papel estratégico da escola, dos educadores e intelectuais, os quais, em nosso entender, são decisivos para a construção da consciência de classe do trabalhador.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>Acreditamos que é extremamente pertinente a concepção educativa de Marx e Engels, visto que sua proposta recupera o sentido do trabalho enquanto atividade vital em que o homem humaniza-se sempre mais ao invés de alienar-se e a educação é concebida, não como instrumento de dominação e manutenção do <i>status quo</i> mas, como processo de transformação desta situação.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>A obra destes autores constitui uma crítica fundamental à concepção burguesa do ser humano e de educação. Às concepções metafísicas e idealistas, que são fundamentalmente conservadoras, estes pensadores opõem a concepção materialista, histórica e dialética, isto é, interessaram-se pelo ser humano real em carne e osso, por seus problemas enquanto vivem em sociedade, visando uma transformação positiva e humanizante. Esta concepção dialético-histórica do ser humano toma como premissa fundamental o fato de ele não ser um dado, mas essencialmente um construir-se. Deste modo, a educação deve vir para corroborar esta construção que não é meramente teórica ou abstrata, mas real, prática.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>Na sociedade capitalista contemporânea a educação reproduz o sistema dominante tanto ideologicamente quanto nos níveis técnico e produtivo. Na concepção socialista, a educação assume um caráter dinâmico, transformador, tendo sempre o ser humano e sua dignidade como ponto de referência. Uma educação omnilateral é o que continua fazendo falta em nossa sociedade. O atual sistema educativo, sobretudo no Brasil, vem confirmando o que se diz sobre reprodução, exclusão e dominação. Projetos político-pedagógicos até existem e são propostos, mas são postos em andamento aqueles que legitimam o sistema e não representam para ele uma ameaça.</span></span></p><p class="MsoNormal" style="text-align: justify; margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>
<br /></span></span></p></span><span class="Apple-style-span" style="background-color: rgb(240, 240, 240); "><p class="MsoNormal" style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><b><span><span>Bibliografia</span></span></b></p><p class="MsoNormal" style="text-align: left; margin-top: 0px; margin-bottom: 8px; "><span><span>GADOTTI, Moacir.<i>Concepção dialética da educação: um estudo introdutório.</i> 3ª ed. São Paulo: Cortez, 1984.</span></span></p><p align="left" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>MARX, Karl, ENGELS, Friedrich. <i> A Ideologia Alemã.</i> 11. ed. São Paulo: Hucitec,</span></span></p><p align="left" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>
<br /></span></span></p></span><a href="http://www.espacoacademico.com.br/044/44pc_santos.htm">http://www.espacoacademico.com.br/044/44pc_santos.htm</a><span class="Apple-style-span" style="background-color: rgb(240, 240, 240); "><p align="left" style="margin-top: 0px; margin-bottom: 0px; "><span><span>Fonte - </span></span></p></span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-24166313591613303162011-08-18T09:02:00.000-07:002011-08-18T09:03:26.631-07:00Dica : Feira de livros - Pinda: Biblioteca do Bosque realiza 3ª Feira do Livro<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"></span><br />
<div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;">Após o sucesso de duas edições em março e maio, a Prefeitura de Pindamonhangaba realiza a terceira feira do livro na Biblioteca Pública Municipal "Ver. Rômulo Campos D´Arace", no Bosque.</div><div style="font-size: 12px; line-height: 20px;"></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><div style="font-size: 12px; line-height: 20px;"></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;">Desta vez, o evento vai ocorrer entre os dias 20 e 21 de agosto das 8h às 17h. Cada livro poderá ser trocado por outro. Já os exemplares que serão vendidos, o preço varia de R$1 a R$30. O valor será revertido para projetos internos da biblioteca. Além de livros, é possível realizar troca de cd’s, dvd’s, vhs’s, revistas e jornais. “Quem tiver interesse em vender os exemplares na biblioteca deve nbos procurar aqui na unidade do Bosque até a próxima quinta-feira dia 11.”, explica Carmem Lídia Rodrigues, Coordenadora de Bibliotecas.</div><div style="font-size: 12px; line-height: 20px;"></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><div style="font-size: 12px; line-height: 20px;"></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;">Neste dia somente a Biblioteca do Bosque ficará aberta à população e não haverá cadastramento de leitores. Mas para ter acesso ao acervo é preciso comparecer em qualquer biblioteca da cidade com duas fotos 3x4, comprovante de residência e RG. O livro pode ficar com o leitor por sete dias e pode ser renovado por mais sete. A renovação pode ser feita de três formas: telefone, pelo site da Prefeitura (<a href="http://www.pindamonhangaba.sp.gov.br/" style="text-decoration: none;" target="_blank">www.pindamonhangaba.sp.gov.br</a>) ou pessoalmente.</div><div style="font-size: 12px; line-height: 20px;"></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
A Biblioteca funciona de segunda a sexta-feira das 8h às 17h e está localizada na Ladeira Barão de Pindamonhangaba, s/n, Bosque. Informações pelo telefone 3645-1701.</div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;">Fonte da Noticia -</div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><a href="http://www.valeflash.com.br/noticias/ver.asp?id=6594">http://www.valeflash.com.br/noticias/ver.asp?id=6594</a></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-size: 13px; line-height: 18px;"></span><br />
<div align="justify" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px;"><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-size: 13px; line-height: 18px;"><strong><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">BIBLIOTECA PÚBL. MUNIC. "VER. RÔMULO C. D'ARACE"</span></strong></span></div><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 13px; line-height: 18px;">Criada através da Lei nº 14, de 13 de fevereiro de 1941.</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-size: 13px; line-height: 18px;"><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"> A Biblioteca além de ser um local para pesquisas, consultas, sala de leitura, ainda promove: Mini Sebo (troca e venda de livros e revistas usadas), reuniões da Academia Pindamonhangabense de Letras, Concurso Nacional e Internacional de Trovas da UBT-União Brasileira de Trovadores e a Hora do Conto.</span></div><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><br />
</span></div><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;"><b>VER. RÔMULO CAMPOS D'ARACE:</b></span></div><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Veio para Pindamonhangaba com 2 anos de idade. Foi Técnico em Laticínio no "Haras Paulista", formou-se em Jornalismo.</span></div><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Foi um dos fundadores da Rádio Difusora de Pindamonhangaba (onde atuou como Radialista e redator do Jornal Radiofônico Difusora), do Jornal "7 Dias" e do Rotary Club de Pindamonhangaba. </span></div></span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif; font-size: 13px; line-height: 18px;"> Dentre seus muitos trabalhos escritos, deixou o livro "O Retrato da Princesa do Norte".</span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-size: 13px; line-height: 18px;"><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tornou-se Vereador em 1952. </span></div><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="color: black; font-family: Georgia, 'Times New Roman', serif;">Tel:<span class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"> 3645-1701</span> / 3643-2399<br />
Ladeira Barão de Pindamonhangaba S/N - Bosque da Princesa</span></span></div><div align="justify" class="MsoBodyText3" style="color: #666666; font-family: 'Trebuchet MS', Trebuchet, sans-serif; margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span class="MsoNormal" style="margin-bottom: 0px; margin-top: 0px;"><span style="font-family: Georgia;"><span style="color: black;">Fonte:</span> <a href="http://www.pindavale.com.br/pindamonhangaba/bibliotecas.asp" style="color: #538cd6; text-decoration: none;">http://www.pindavale.com.br/pindamonhangaba/bibliotecas.asp</a></span></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: Arial, Helvetica, sans-serif;"><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh37Eiqp4ZUf4iupz5XEdm_U33KYlqL1UqiaXuaI8-7xCeKQ_iDTyRmwsx_AyuxAQMm_8fEVMlmbUiXs2XRRU6T1lU8nQwPlW85FBry6nrgm6Zbfo91HFzapF8F-UjPqK8lkyGxVb0vQ/s1600/bibliotequera.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjh37Eiqp4ZUf4iupz5XEdm_U33KYlqL1UqiaXuaI8-7xCeKQ_iDTyRmwsx_AyuxAQMm_8fEVMlmbUiXs2XRRU6T1lU8nQwPlW85FBry6nrgm6Zbfo91HFzapF8F-UjPqK8lkyGxVb0vQ/s1600/bibliotequera.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Creditos da imagem - Portal R3</span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><table align="center" cellpadding="0" cellspacing="0" class="tr-caption-container" style="margin-left: auto; margin-right: auto; text-align: center;"><tbody>
<tr><td style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghm7N4qDXDB1LG3-0Xf_KqKjfcqdlqOt2_vrJbGH1M035ufEmAHzC2oRUzvg2iP1oy5L5urkawgWOZFAjh2X946tIM3b32TJU1m08lfROquq8cB6m7-hvBtB6FIqakJRaA0ZIgB0VsDg/s1600/bibliotecapinda.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: auto; margin-right: auto;"><img border="0" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEghm7N4qDXDB1LG3-0Xf_KqKjfcqdlqOt2_vrJbGH1M035ufEmAHzC2oRUzvg2iP1oy5L5urkawgWOZFAjh2X946tIM3b32TJU1m08lfROquq8cB6m7-hvBtB6FIqakJRaA0ZIgB0VsDg/s1600/bibliotecapinda.jpg" /></a></td></tr>
<tr><td class="tr-caption" style="text-align: center;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: xx-small;">Creditos da foto - Portal R3</span></td></tr>
</tbody></table><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div><div class="MsoNormal" style="line-height: 20px;"><b><span class="Apple-style-span" style="color: #20124d;">Eu também estarei participando da feira no sábado, dia 19.Irei vender vários livros da minha coleção pessoal : clássicos, psicologia, espiritismo, literatura internacional, arte, auto ajuda, entre outros.</span></b></div><div class="MsoNormal" style="line-height: 20px;"><b><span class="Apple-style-span" style="color: #20124d;">É uma ótima oportunidade para adquirir bons livros a preços ótimos e fazer novas amizades !</span></b></div><div class="MsoNormal" style="font-size: 12px; line-height: 20px;"><br />
</div></span>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-14101419562756141232011-08-18T08:44:00.000-07:002011-08-18T08:44:26.002-07:00Dica de Video - Entrevista exclusiva: Zygmunt Bauman<iframe frameborder="0" height="300" src="http://player.vimeo.com/video/27702137?byline=0" width="400"></iframe><br />
<a href="http://vimeo.com/27702137">Entrevista exclusiva: Zygmunt Bauman</a> from <a href="http://vimeo.com/cpflcultura">cpfl cultura</a> on <a href="http://vimeo.com/">Vimeo</a>.<br />
<br />
<br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 24px;">A CPFL Energia e o Fronteiras do Pensamento têm a honra de apresentar um depoimento exclusivo em vídeo do sociólogo polonês Zygmunt Bauman, gravado em sua casa na cidade de Leeds, Inglaterra, no dia 23 de julho de 2011, pela equipe da CPFL e do Fronteiras.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />É uma honra compartilhar o pensamento deste que é um dos mais relevantes pensadores contemporâneos e uma especial satisfação para nós da cpfl cultura, pois Bauman é uma das principais referências conceituais de nosso café filosófico.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Bauman nos motivou a encarar um grande desafio contemporâneo: entender as mudanças que o advento da modernidade líquida produz na condição humana. E esse desafio orienta a agenda de discussões do café filosófico cpfl, programa no qual repensamos os velhos conceitos que costumavam cercar as narrativas de nossas vidas. Aprendemos com Bauman a tratar com rigor conceitual - reconhecendo a fluidez entre os laços, entre os conceitos e os saberes - temas que ainda não haviam conquistado um estatuto acadêmico claro, como o amor, o medo e a felicidade.<br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" /><br style="margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px;" />Oferecemos a você este vídeo em que Zygmunt Bauman fala de expectativas para o século XXI, internet, a necessidade de construção de políticas globais, a construção de uma nova definição de democracia, entre outros temas.</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="background-color: white; font-family: arial, helvetica, sans-serif; font-size: 20px; line-height: 24px;"><br />
</span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 20px; line-height: 24px;">Fonte -</span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 20px; line-height: 24px;"><a href="http://vimeo.com/27702137">http://vimeo.com/27702137</a></span></span><br />
<span class="Apple-style-span" style="color: #a0a095; font-family: arial, helvetica, sans-serif;"><span class="Apple-style-span" style="font-size: 20px; line-height: 24px;"><br />
</span></span>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-76221815428630745242011-08-16T20:12:00.000-07:002011-08-16T20:16:51.050-07:00Dica de Video - Constituição Cidadã: Constituição Brasileira entra em vigor (1988)<iframe width="425" height="349" src="http://www.youtube.com/embed/G1KfnfgTdeM" frameborder="0" allowfullscreen=""></iframe>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-62507168831391751202011-07-28T21:10:00.000-07:002011-07-28T21:10:48.344-07:00Dica de Ebooks - Tecnologias assistivas: para quem e para quê?<span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px;">Você sabe o que são tecnologias assistivas? É possível que a maioria das pessoas ligadas à Educação (sobretudo as que trabalham em Educação Especial) já tenham ouvido falar no assunto. No entanto, nem todas essas pessoas têm uma visão clara e abrangente sobre o tema. O livro </span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px;"><em style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Tecnologia assistiva nas escolas: recursos básicos de acessibilidade sociodigital para pessoas com deficiência</em></span><span class="Apple-style-span" style="font-size: 13px;">, editado pelo Instituto de Tecnologia Social e pela Microsoft, apresenta ao leitor uma visão abrangente sobre essas tecnologias.</span><br />
<div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Dividido em três capítulos, o livro tem como objetivo não apenas discutir o que são essas tecnologias, mas também mostrar como o uso do computador (e de outras formas de adaptação) pode auxiliar o professor e o aluno com deficiência no processo de apropriação do conhecimento.</div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O primeiro capítulo apresenta o conceito de tecnologia assistiva e o seu papel na construção de ambientes mais acessíveis e inclusivos. A comunicação alternativa e ampliada é discutida, assim como é feita a apresentação (superficial, é necessário dizer) de conceitos gerais sobre deficiências.</div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O segundo capítulo é mais específico e trata do uso do computador como tecnologia que pode proporcionar acessibilidade no ambiente educacional. Inúmeros recursos são descritos e discutidos. Esse capítulo também oferece uma lista de sites nos quais o leitor pode obter mais informações sobre o tema.</div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Finalmente, o terceiro capítulo apresenta uma série de sugestões de recursos de acessibilidade para as escolas. Essas sugestões são agrupadas em temas: estimulação sensorial; lazer e recreação; comunicação alternativa; facilitadores de preensão; recursos pedagógicos; atividade de vida diária (AVD); informática; mobiliário; e transporte escolar. Nesse capítulo, além do computador, outras tecnologias são apresentadas e o leitor pode ter uma visão mais ampla sobre os recursos de acessibilidade disponíveis e que podem ser criados para situações específicas.</div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">O livro é bastante informativo, de linguagem clara e fácil de ser compreendida. As inúmeras ilustrações auxiliam o leitor a visualizar, na prática, como essas tecnologias podem ser empregadas. Vale a pena conhecer.</div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">TECNOLOGIA assistiva nas escolas: recursos básicos de acessibilidade sociodigital para pessoas com deficiência.</div><div style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; font-size: 13px; margin-bottom: 20px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; vertical-align: baseline;">Disponível em: <<a href="http://www.itsbrasil.org.br/pages/23/TecnoAssistiva.pdf" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #e77817; font-size: 13px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">http://www.itsbrasil.org.br/pages/23/TecnoAssistiva.pdf</a>></div><span class="Apple-style-span" style="color: #666666; font-family: 'Lucida Grande', Arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 13px;"><a href="http://blog.educacional.com.br/di_educ/tag/andreia-schmidt/" rel="tag" style="background-attachment: initial; background-clip: initial; background-color: transparent; background-image: initial; background-origin: initial; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; border-bottom-width: 0px; border-color: initial; border-left-width: 0px; border-right-width: 0px; border-style: initial; border-top-width: 0px; color: #e77817; font-size: 13px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; margin-right: 0px; margin-top: 0px; outline-color: initial; outline-style: initial; outline-width: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; padding-right: 0px; padding-top: 0px; text-decoration: none; vertical-align: baseline;">Andréia Schmidt</a></span><br />
<br />
Fonte -<br />
<a href="http://blog.educacional.com.br/di_educ/2010/12/06/tecnologias-assistivas-para-quem-e-para-que/">http://blog.educacional.com.br/di_educ/2010/12/06/tecnologias-assistivas-para-quem-e-para-que/</a><br />
<br />
<div class="separator" style="clear: both; text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhshuZ3VZWW-liRRksT7xQKQbsO652tDZ-kUhc7u3uRcwlGFtKckZBlgGHmucz5vVEJMvij4pGumUa0DiWR7k89-iMnmup5i-FuP6x72tUyBAlM9epCzDw7Hma_d8l83l286AS0mHmSzA/s1600/tecno.jpg" imageanchor="1" style="margin-left: 1em; margin-right: 1em;"><img border="0" height="320" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhshuZ3VZWW-liRRksT7xQKQbsO652tDZ-kUhc7u3uRcwlGFtKckZBlgGHmucz5vVEJMvij4pGumUa0DiWR7k89-iMnmup5i-FuP6x72tUyBAlM9epCzDw7Hma_d8l83l286AS0mHmSzA/s320/tecno.jpg" width="320" /></a></div>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-9385868899178334132011-07-25T20:46:00.000-07:002011-07-25T20:48:39.916-07:00Artigo - Ensinando a turma toda - as diferenças na escola.<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYO7ru2H2uD78TnLUY5yUpjE5DzTue7v1n2Aef3aDtUS-cc4nM-CtwYtAYcAXBXotgiEewh1n_3Ssm-M_8-W7KJ7OhcPfc2V6bSjBxC6ns2SZOtHd72MfPEu6W6tPNmreTn9U3onTDgbUs/s1600/Yaroslav+B.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 242px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjYO7ru2H2uD78TnLUY5yUpjE5DzTue7v1n2Aef3aDtUS-cc4nM-CtwYtAYcAXBXotgiEewh1n_3Ssm-M_8-W7KJ7OhcPfc2V6bSjBxC6ns2SZOtHd72MfPEu6W6tPNmreTn9U3onTDgbUs/s320/Yaroslav+B.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633502545054160802" border="0" /></a><br /><span style="font-size:85%;"><br /></span><h5 style="text-align: left; font-weight: normal;"><span style="font-size:85%;">Maria Teresa Eglér Mantoan </span></h5><div style="text-align: left;"> </div><h5 style="text-align: left; font-weight: normal;"><span style="font-size:85%;">Universidade Estadual de Campinas - Unicamp </span></h5><div style="text-align: left;"> </div><h5 style="text-align: left; font-weight: normal;"><span style="font-size:85%;">Faculdade de Educação - Departamento de Metodologia de Ensino </span></h5><div style="text-align: left;"> </div><h5 style="text-align: left; font-weight: normal;"><span style="font-size:85%;">Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diversidade – LEPED/Unicamp </span></h5><span style="font-size:85%;"> </span><p><span style="font-size:85%;"> </span></p> <p>A sala de aula é o grande termômetro pelo qual se mede o grau de febre das mudanças educacionais e é nesse micro espaço que as reformas verdadeiramente se efetivam ou fracassam. </p> <p>Embora a palavra de ordem seja reformar o nosso ensino, em todos os seus níveis, o que verificamos quase sempre é que ainda predominam formas de organização do trabalho escolar que não se alinham na direção de uma escola de qualidade para todos os alunos. Se queremos, de fato, reformar o ensino, a questão central a nosso ver é: como criar contextos educacionais capazes de ensinar todos os alunos? Outras interrogações derivam desta questão principal, tais como: que práticas de ensino ajudam os professores a ensinar todos os alunos de uma mesma turma, atingindo a todos, apesar de suas diferenças? De que qualidade e de que tipo de escolas está se falando, quando nos referimos a essas reformas? </p> <p>Neste texto vamos discutir essas questões, em torno das quais gravitam inúmeras propostas de renovação do ensino.</p> <p> </p> <h5>Recriar o modelo educativo.</h5> <p>Superar o sistema tradicional de ensinar e de aprender é um propósito que temos de efetivar urgentemente, nas salas de aula. Recriar o modelo educativo refere-se primeiramente ao que ensinamos aos alunos e a como os ensinamos. Recriar esse modelo tem a ver com o que entendemos como qualidade de ensino. Há tempos que qualidade de ensino significa alunos com cabeças cheias de datas, fórmulas, conceitos, todos justapostos, lineares, fragmentados, enfim, o reinado das disciplinas estáticas e com muito, muito conteúdo.</p> <p>Escolas consideradas de qualidade ainda são as que centram a aprendizagem no conteúdo e que avaliam os alunos, quantificando respostas padrão Seus métodos e práticas preconizam a exposição oral, a repetição, a memorização, os treinamentos, o livresco, a negação do valor do erro. São aquelas escolas que estão sempre preparando o aluno para o futuro: seja este a próxima série a ser cursada, o nível de escolaridade posterior, o exame vestibular!</p> <p>Pensamos que uma escola se distingue por um ensino de qualidade, capaz de formar dentro dos padrões requeridos por uma sociedade mais evoluída e humanitária, quando promove a interatividade entre os alunos, entre as disciplinas curriculares, entre a escola e seu entorno, entre as famílias e o projeto escolar. Em suas práticas e métodos predominam as co-autorias de saber, a experimentação, a cooperação, protagonizadas por alunos e professores, pais e comunidade. Nessas escolas o que conta é o que os alunos são capazes de aprender hoje e o que podemos lhes oferecer para que se desenvolvam em um ambiente rico e verdadeiramente estimulador de suas potencialidades. Em uma palavra, uma escola de qualidade é um espaço educativo de construção de personalidades humanas, autônomas, críticas, uma instituição em que todas as crianças aprendem a ser pessoas.</p> <p>Nesses ambientes educativos ensinam-se os alunos a valorizar a diferença, pela convivência com seus pares, pelo exemplo dos professores, pelo ensino ministrado nas salas de aula, pelo clima sócio-afetivo das relações estabelecidas em toda a comunidade escolar - sem tensões competitivas, solidário, participativo, colaborativo. Escolas assim definidas são contextos educacionais capazes de ensinar todos, numa mesma turma.</p> <p> </p> <h5>Ensinar a turma toda sem exclusões</h5> <p>Para ensinar a turma toda, parte-se da idéia de que as crianças sempre sabem alguma coisa, de que todo educando pode aprender, mas a seu modo e a seu ritmo e de que o professor não deve desistir, mas nutrir uma elevada expectativa em relação à capacidade de seus alunos conseguirem vencer os obstáculos escolares, apoiando-os na remoção das barreiras os impedem de aprender. Entende-se que o sucesso da aprendizagem tem muito a ver com a exploração dos talentos de cada um e que a aprendizagem centrada nas possibilidades e não nas dificuldades dos alunos é uma abordagem efetiva.</p> <p>Em outras palavras, a proposta de se ensinar a turma toda, independentemente das diferenças de cada um dos alunos, implica a passagem de um ensino transmissivo para uma pedagogia ativa, dialógica, interativa, conexional, que se contrapõe a toda e qualquer visão individualizada, hierárquica do saber.</p> <p>Para se ensinar a turma toda temos de propor atividades abertas, diversificadas, isto é, atividades que possam ser abordadas por diferentes níveis de compreensão e de desempenho dos alunos e em que não se destaquem os que sabem mais ou os que sabem menos, pois tudo o que essas atividades propõem pode ser disposto, segundo as possibilidades e interesses dos alunos que optaram por desenvolvê-las. Debates, pesquisas, registros escritos, falados, observação; vivências são processos pedagógicos indicados para realizar essas atividades, além, evidentemente, dos conteúdos das disciplinas, que vão sendo chamados espontaneamente a esclarecer os assuntos em estudo.</p> <p>A avaliação do desenvolvimento dos alunos também muda, por coerência com a prática referida anteriormente. Trata-se de uma análise do percurso de cada estudante, do ponto de vista da evolução de suas competências ao resolver problemas de toda ordem e de seus progressos na organização do trabalho escolar; no tratamento das informações e na participação na vida social da escola. </p> <p>Criar contextos educacionais capazes de ensinar a todos os alunos demanda uma reorganização do trabalho escolar. Tais contextos diferem radicalmente do que é proposto pedagogicamente para atender às especificidades dos educandos que não conseguem acompanhar seus colegas de turma, por problemas de toda ordem - da deficiência mental a outras dificuldades de ordem relacional, motivacional, cultural. Sugerem-se nestes casos as adaptações de currículos, a facilitação das atividades escolares, além dos programas para reforçar as aprendizagens ou mesmo acelerá-las, em casos de maior defasagem idade/séries escolares.</p> <p>A possibilidade de se ensinar a turma toda, sem discriminações e sem adaptações pré definidas de métodos e práticas especializadas de ensino advém, portanto, de uma reestruturação do projeto pedagógico-escolar como um todo e das reformulações que esse novo projeto exige da prática de ensino, para que esta se ajuste a novos parâmetros de ação educativa.</p> <p>Enquanto os professores, persistirem em: - propor trabalhos coletivos, que nada mais são do que atividades individuais feitas ao mesmo tempo pela turma - ensinar com ênfase nos conteúdos programáticos da série; - adotar o livro didático, como ferramenta exclusiva de orientação dos programas de ensino; - servir-se da folha mimeografada ou xerocada para que todos os alunos a preencham ao mesmo tempo, respondendo às mesmas perguntas, com as mesmas respostas; - propor projetos de trabalho totalmente desvinculados das experiências e do interesse dos alunos, que só servem para demonstrar uma falsa adesão do professor às inovações; - organizar de modo fragmentado o emprego do tempo do dia letivo para apresentar o conteúdo estanque desta ou daquela disciplina e outros expedientes de rotina das salas de aula. - considerar a prova final, como decisiva na avaliação do rendimento escolar do aluno, <strong>não teremos condições de ensinar a turma toda, reconhecendo as diferenças na escola.</strong></p> <p>Estas práticas pedagógicas configuram um ensino para alguns alunos. E para alguns, em alguns momentos, algumas disciplinas, atividades e situações de sala de aula. A exclusão então se manifesta amplamente, atingindo a todos os alunos, em um ou em outro momento do dia escolar, porque sempre existem os que não aceitam deliberadamente uma proposta de trabalho escolar descontextualizada, sem sentido e atrativos intelectuais, porque não desafia, não atende a motivações pessoais. Essas atividades servem para gerar indisciplina, competição, discriminação, preconceitos e para categorizar os bons e os maus alunos, por critérios infundados e irresponsáveis.</p> <p>O professor que ensina a turma toda compartilha com seus alunos a autoria dos conhecimentos produzidos em uma aula; trata-se de um profissional que reúne humildade com empenho e competência para ensinar, pois o falar e o ditar não são mais os seus recursos didático-pedagógicos básicos. O ensino expositivo não cabe nas salas de aula em que todos interagem e participam ativamente da construção de idéias, conceitos, sentimentos, valores.</p> <p>Um ponto crucial do ensinar a turma toda é reconhecer o outro em sua inteligência e valorizá-lo, de acordo com seus saberes e com a sua identidade sócio-cultural. Sem estabelecer uma referência, mas investindo nas diferenças e na riqueza de um ambiente que confronta significados, desejos, experiências, o professor deve garantir a liberdade e a diversidade das opiniões dos alunos e nesse sentido ele é obrigado a abandonar crenças e comportamentos que negam ao aluno a possibilidade de aprender a partir do que sabe e chegar até onde é capaz de progredir.</p> <p>O nosso desafio como educadores é reunir alunos de diferentes níveis, diante de uma situação de ensino, em grupos desiguais, pois assim é que se passa na vida e é assim que a escola deve ensinar a ter sucesso na vida. Temos pois de desconfiar das pedagogias que implementam dispositivos e que se nutrem de bons propósitos de ensinar, de preparar para a vida, mas que favorecem ativamente os desfavorecidos. Ser competente na escola e na vida depende de tempo, e esse tempo é contado desde cedo, quando, nas salas de aula, construímos conhecimento e aprendemos a mobilizá-lo em situações as mais diferentes, que exigem transposições entre o que é aprendido e o que precisa ser resolvido com sucesso e na desigualdade dos níveis, nas diferenças de opiniões, de enfoques, de humores, de sentimentos.</p> <p>Essa transposição e a construção de competências, entendida como nos define Perrenoud (1999): uma capacidade de agir eficazmente em um determinado tipo de situação, apoiada em conhecimentos, mas sem limitar-se a eles (p.7) tem seu cenário ideal na escola que repete a vida, tal como ela é.</p> <p>Talvez seja este o nosso maior mote: fazer da escola um lugar em que cada um vai para aprender coisas úteis , para enfrentar e viver a vida como um ser livre, criativo e justo. Fazer da escola o local do encontro com o outro, que é sempre e necessariamente diferente.</p> <p style="border-bottom: 1px dashed #009"> </p> <h5>Referências bibliográficas.</h5> <p>FREIRE, Paulo. Pedagogia do oprimido. São Paulo: Paz e Terra, 1978.<br /><br />PERRENOUD, Philippe. Construir as competências desde a escola;trad. Bruno Charles Magne. Porto Alegre: Artes Médicas Sul, 1999.</p><p>Fonte -</p><p>http://www.bancodeescola.com/turma.htm<br /></p>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-39364895517145377062011-07-25T20:34:00.000-07:002011-07-25T20:40:02.329-07:00Artigo - A Ação Ideológica que Permeia a Atuação do Intérprete de Libras<div class="entry-content"> <div style="text-align: justify;">Por <em>HUGO COELHO DE OLIVEIRA</em></div> <p style="text-align: justify;"><strong>Introdução</strong></p> <p style="text-align: justify;">A legislação de Língua Brasileira de Sinais – Libras se embasa na Constituição Federal e também na isonomia que consiste em prover a igualdade de direitos a todos, tratando igual os iguais e desigual os desiguais na justa medida de suas diferenças. Oferecendo, dessa forma, dignidade ao ser humano, princípio este que fundamenta a República Federativa do Brasil. Em se tratando do Surdo só é possível no momento em que a Libras for inserida nos âmbitos sociais diminuindo as divergências entre seus semelhantes.</p> <p style="text-align: justify;">Diante de tudo que está garantido pela legislação vigente no que tange à Educação Inclusiva, vê-se o fosso entre o real e o ideal. Perplexos com as mutações infindáveis num contexto altamente competitivo e globalizado, os cidadãos, muitas vezes, encontram-se entregues à força dos apelos midiáticos ou das manipulações disfarçadas. Se pensarmos apenas nas pessoas ditas “normais”, a situação já é no mínimo assustadora. Tal quadro se intensifica ao analisarmos a situação de portadores de deficiência auditiva.</p> <p style="text-align: justify;">O professor não capacitado encontra significativas barreiras na comunicação com o aluno surdo, assim a atuação do intérprete é de extrema importância para junto com o professor propiciar a construção do conhecimento que leve o aluno ao pleno exercício de sua cidadania. O despreparo de profissionais agrava-se diante de uma inclusão feita com pouco ou nenhum apoio especializado, salas de aula superlotadas e a supervalorização da escrita e da norma culta da Língua Portuguesa, área na qual os surdos tem maior desvantagens na aprendizagem.</p> <p style="text-align: justify;">Tendo a escola, principalmente a pública, o papel de formar para a cidadania, cabe ater-se ao verdadeiro papel do intérprete, uma vez que o educador de escola regular não se encontra preparado para atender os educandos surdos. Se o aluno surdo não mantém uma comunicação eficiente, em sala de aula e na sociedade, e o homem como ser histórico-cultural é também formado pela linguagem, a essência do processo educativo ficaria assim, comprometida.</p> <p style="text-align: justify;">O trabalho do intérprete ultrapassa a mera decodificação dos conteúdos ministrados e/ou situações de interação, ele é o elo de sedimentação na construção da cultura <strong>“toda atividade de interpretação presente no cotidiano da linguagem fundamenta-se na suposição de que quem fala tem certas intenções, ao comunicar-se (KOCH, 2008)”.</strong></p> <p style="text-align: justify;">Compreender uma enunciação é, nesse sentido, apreender essas intenções. A noção de intenção não tem, aqui, nenhuma realidade psicológica: ela é puramente lingüística, determinada pelo sentido do enunciado, portanto linguísticamente constituída. Ela se deixa representar de uma certa forma no enunciado, por meio do qual se estabelece entre os interlocutores um jogo de representações, que pode corresponder ou não a uma realidade psicológica ou social (op. cit.).</p> <p style="text-align: justify;">Diante da prescrição da neutralidade na atuação do intérprete de Libras na sala de aula, há a necessidade de investigar se existe tal neutralidade, e se existir em que situações ela é adequada e em que intensidade?</p> <p style="text-align: justify;">O presente trabalho se justifica uma vez que, para que haja uma verdadeira inclusão faz-se necessário que sejam estudados e investigados, na medida de sua viabilização, os profissionais e mecanismos que corroboram para a implementação de uma sociedade inclusiva. No caso do intérprete de Libras investigar a “neutralidade” buscando verificar se a atual postura exigida do intérprete de Libras proporciona resultados que vão ao encontro da base da prática inclusiva: a autonomia.</p> <p style="text-align: justify;">Tendo em vista que inúmeros estudiosos da linguagem demonstram e analisam as forças que agem no sujeito e sobre ele, e que influenciam diretamente na linguagem, no discurso e na interpretação. Conceber quais forças agem sobre o intérprete, sua atuação é importante para a busca de uma atuação crítica e consciente.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>O Intérprete</strong></p> <p style="text-align: justify;">O profissional intérprete de língua de sinais surge à medida que os surdos organizam-se para garantir seu direito rumo ao pleno exercício da cidadania. Quando os surdos começam a se reunir para participar do rito religioso, surge a necessidade do intérprete nas igrejas e deste contato e maior comunicação entre o povo surdo se originaria as primeiras organizações sociais destes. Nesse período o trabalho do intérprete ficava a cargo de atividades voluntárias. Em alguns países a atuação do intérprete de língua de sinais já acontecia no século XIX. No Brasil iniciou-se no século XX a partir dos anos 80 em instituições religiosas.</p> <p style="text-align: justify;">A profissionalização do intérprete de língua de sinais está diretamente ligada com a organização das comunidades surdas e o reconhecimento da língua de sinais, pelo governo do país, como língua. O que acarretaria no reconhecimento da diversidade linguística do povo surdo e na garantia da acessibilidade à educação e informação ao surdo por meio do intérprete. Tal reconhecimento, no Brasil, efetuou-se no dia 24 de abril de 2002 pela lei 10.436 que dispõe sobre a Libras – Língua Brasileira de Sinais e da outras providências.</p> <p style="text-align: justify;">Há, com o intuito de orientar a atuação do intérprete uma publicação intitulada O tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa (MEC/SEESP, 2002), do Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos, e nele um Código de Ética, parte do Regimento Interno do Departamento Nacional de Intérpretes da Federação Nacional de Educação e Integração dos Surdos (Feneis) adaptado do modelo de Washington, EUA (RID, 1965). Nele descrito os deveres e direitos do intérprete bem como sua postura.</p> <p style="text-align: justify;">Entendo, sobremaneira, a necessidade de um modelo de atuação do intérprete. E que em alguns itens aos quais o documento refere-se são verossímeis para o bom trabalho deste profissional. Todavia, em algumas situações o código foge de nossa realidade. No parágrafo 6º <em>(O intérprete deve ser remunerado por serviços prestados e se dispor a providenciar serviços de interpretação, em situações onde fundos não são possíveis;)</em> afirma que o este deve se dispor a providenciar seus serviços onde não houver fundos para sua remuneração. Se ele é um profissional deve ser remunerado pelo seu serviço, podendo exercer, se desejar, serviço voluntário. Mas isso não deveria ser uma obrigação. Afinal não vemos médicos, engenheiros trabalhando para clientes que não lhes podem pagar.</p> <p style="text-align: justify;">No parágrafo 13º <em>(Reconhecendo a necessidade para o seu desenvolvimento profissional, o intérprete deve agrupar-se com colegas profissionais com o propósito de dividir novos conhecimentos de vida e desenvolver suas capacidades expressivas e receptivas em interpretação e tradução.)</em> diz que o intérprete deve dividir seus conhecimentos com os colegas, o que é louvável. Mas, e quando o colega também for um concorrente, numa sociedade competitiva como a nossa? Não é essa a relação que vemos nas estruturas profissionais, inclusive na área de língua de sinais, os instrutores não ensinam os ouvintes, intérpretes ou não, de graça.</p> <p style="text-align: justify;">Tal documento, em outros parágrafos tenta tolher direitos assegurados ao cidadão. Se confrontarmos o 8º parágrafo (O intérprete jamais deve encorajar pessoas surdas a buscarem decisões legais ou outras em seu favor;) com o 12º (O intérprete deve esforçar-se para reconhecer os vários tipos de assistência ao surdo e fazer o melhor para atender as suas necessidades particulares.). O que seria fazer o melhor? E se para esse melhor fosse preciso uma intervenção legal? Cumpre-se um e descumpre o outro? O cidadão tem o direito de se organizar, e cobrar legalmente seus direitos, isso é constitucional. Dessa forma, se tomarmos este Código de Ética no que toca a “neutralidade” da atuação do intérprete, teremos outras questões, uma vez que o ser humano é moldado por seu meio cultural e dele sofre influências. E sabendo que todo sujeito é ideológico por trás de todo texto há crenças, valores, ideologias e interesses.</p> <p style="text-align: justify;">Além disso, hoje entendemos que o surdo participa de uma cultura na qual poucos ouvintes estão inseridos, a cultura surda; assim este tem formas de compreender o mundo e se relacionar com ele bem diferentes dos ouvintes. No universo escolar, isso se acentua, em relação às diferenças lexicais entre a língua portuguesa e a língua de sinais, os professores desconhecem-nas e isso impossibilita e ou dificulta a avaliação do aluno surdo em atividades escritas. Nessas situações onde o retorno, resposta em português gramaticalmente correto, não é o alcançado, somado ao desconhecimento das especificidades do educando surdo, o professor entende que o aluno também tem problemas de ordem cognitiva, confirmando o senso comum que é atribuído ao surdo. Mais uma vez, fica evidente a intervenção e o olhar do intérprete que também participa do processo educativo.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>A Interpretação</strong></p> <p style="text-align: justify;">Na atuação do intérprete quanto à língua portuguesa é preciso que este faça intervenções que favoreçam o aluno, uma vez que tratamos do intérprete escolar e o objetivo é proporcionar a construção do conhecimento do educando. Como por exemplo, em uma aula de Português, o sentido conotativo para o surdo é muito complicado, pois quando se faz a tradução literal ele não atribui sentido (com o foco da tradução nas palavras), como acontece com as classes populares no ambiente escolar que privilegia a visão elitista de língua. Por outro lado, quando o intérprete faz a tradução com o objetivo de informar o conteúdo (com o foco da interpretação na mensagem) que foi dito e não pode intervir neste processo fazendo paralelos entre o português e a Libras o aluno perde, afinal teve a informação contextualizada, todavia não teve a oportunidade de perceber a diferença da língua portuguesa para a Libras. Entendo como indispensável tal intervenção, proporcionando a informação e conseqüentemente um maior contato com a língua portuguesa que auxiliara na leitura de texto e em sua produção. O aluno deve ser preparado para atuar com a maior autonomia possível na sociedade uma vez que o intérprete está presente apenas na sala de aula.</p> <p style="text-align: justify;">O sentido, portanto, não se apresenta como algo preexistente à decodificação, mas sim, como constituído por ela.[...] O valor semântico de uma frase – a sua significação – não é objeto de qualquer comunicação possível, pois ele consiste num conjunto de instruções para a sua interpretação, que comporta uma série de vazios a serem preenchidos por indicações que apenas a situação de discurso pode fornecer(KOCH, 2008).</p> <p style="text-align: justify;">Para agravar tal quadro, na comunicação que não se baseia na língua portuguesa nem na língua de sinais, ao tentar compreender as expressões faciais, por exemplo, os olhares dos educandos surdos os quais não são os mesmos dos ouvintes, o professor pode fazer interpretações errôneas. Com o aluno ouvinte, o professor (ouvinte) pode explicar novamente a matéria, fazer reiterações e adendos só por perceber nos olhares, e expressões fisionômicas quando não entenderam e com o surdo isso não é possível. Em momentos como estes é indispensável que o intérprete comunique ao professor, obviamente de forma discreta e sem atrapalhar o andamento e sem demonstrar questionamento frente a sua autoridade, intervindo assim que uma dúvida seja levada adiante e atrapalhe futuramente o processo de aprendizagem.</p> <p style="text-align: justify;">Diante de tão profundas diferenças linguíticas, cognitivas, sócio-culturais não é possível estabelecer relações exatas, estritas entre signos e significados de uma ou outra língua (Português-Libras) tanto na tradução e interpretação como no ensino. “ Quando se veicula um conteúdo por meio de distintos planos de expressão, esse conteúdo sofre alterações( FIORIN ,2008)”.</p> <p style="text-align: justify;">Conhecendo um pouco a postura e reações das minorias sejam étnicas, sociais, lingüísticas e tomando também como base situações vivenciadas por todos nós nas quais somos, mesmo que por um momento, minorias, sabemos que por via de regra, minorias e pessoas em situações desfavoráveis tendem a omitir-se. Principalmente nas relações de aprendizagem ninguém quer deixar em evidência que não sabe.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>Considerações Finais</strong></p> <p style="text-align: justify;">Diante de tais considerações verifica-se ser de suma importância uma reestruturação das perspectivas que vêm orientando o trabalho do intérprete educacional, buscando uma proposta que se adeque à nossa realidade, na qual o intérprete também seja um educador e aja ativamente em harmonia com o professor para galgar um maior desenvolvimento de seus alunos. Conseqüentemente para tal postura o profissional intérprete deve ter formação acadêmica na área educacional. Assim como os cursos de formação para estes profissionais devem oferecer uma estrutura curricular e metodológica organizada a fim de suprir a carência, no que tange às teorias da educação, bem como proporcionar uma atualização de profissionais que possam já possuir formação profissional na área da educação.</p> <p style="text-align: justify;">Então uma análise crítica do poder ideológico por detrás das políticas e propostas educacionais, em especial na educação de surdos, permitirá romper com a configuração espontânea, fragmentária e acrítica que se instalou na práxis educacional e que vem mantendo e reproduzindo os interesses do segmento dominante da sociedade.</p> <p style="text-align: justify;"><strong>Referências:</strong></p> <p style="text-align: justify;">FIORIN, José Luiz. <strong>Elementos de análise do discurso.</strong> 14. Ed., 1ª reimpressão. – São Paulo: Contexto, 2008.</p> <p style="text-align: justify;">KOCH, Ingedore Grunfeld Vilaça. <strong>Argumentação e linguagem.</strong> 11. Ed. – São Paulo : Cortez, 2008.</p> <p style="text-align: justify;">MEC/SEESP. <strong>O tradutor e intérprete de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa.</strong> Secretaria de Educação Especial; Programa Nacional de Apoio à Educação de Surdos – Brasília: MEC; SEESP, 2002.</p> <p><img class="alignleft" src="http://www.editora-arara-azul.com.br/revista/img5/compar1.jpg" alt="" align="bottom" height="136" width="171" /> <strong>HUGO COELHO DE OLIVEIRA </strong><br />E-mail: <a href="mailto:hugoliveira23@yahoo.com.br">hugoliveira23@yahoo.com.br</a></p> <div style="text-align: justify;">Professor e Intérprete de Libras, com Curso Normal Superior na Fundação de Apoio à Escola Técnica / FAETEC –Itaperuna,RJ, Pós graduado em Psicopedagogia/UNICIDADE e Pós graduado em Libras e Educação Especial/Instituto Eficaz-Maringá-PR<br /><br />Fonte -<br />http://editora-arara-azul.com.br/novoeaa/revista/?p=177<br /></div> </div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-83015972182052278682011-07-25T20:24:00.000-07:002011-07-25T20:25:27.143-07:00Artigo - A história do método Braille<p>A história do método Braille <br />Louis Braille - o criador da técnica que trouxe liberdade e independência para os cegos</p><p>Entenda como foi a história do homem que criou o método Braille. Por não aceitar suas limitações e não desistir de seus ideiais, Louis Braille se esforçou e desenvolveu a técnica mais utilizada para leitura pelos cegos da atualidade. No ano passado comemorou-se seu bicentenário de nascimento. </p><p><img id="imgGaleria464" class="imgGaleria thumbm" src="http://www.cmdv.com.br/sites/arquivos/uploads/464_thumb_m.jpg" border="0" hspace="5" vspace="5" /><br />O método de leitura Braile exije treinamento para ser utilizado<br /> </p><p>Louis Braille</p><p>Louis Braille nasceu em Coupvray, pequena aldeia a leste de Paris, França, em 4 de janeiro de 1809. Braille era o filho mais novo de quatro irmãos, sendo duas mulheres. A sua vida foi humilde, em 1812, quando brincava na oficina do pai, Braille feriu-se num dos olhos. A infecção progrediu, transmitiu-se ao olho são, causando cegueira total algum tempo depois. Pouco deve ter conservado de imagens visuais ou recordações dos rostos e dos lugares da sua infância. </p><p>Os pais souberam assegurar, da melhor maneira possível, a primeira educação do caçula. O pequeno Braille frequentou a escola da sua aldeia, após o acidente, foi estudar na instituição que Valentin Haüy, uma das primeiras pessoas na Europa a se preocuparem com a educação e integração sócio-profissional dos cegos, havia fundado, com o nome de Institut National des Jeunes Aveugles, Instituto Nacional dos Jovens Cegos. Foi nesta época que Braille desenvolveu a base do desenvolvimento da sua destreza manual. No Instituto, Braille adotou o alfabeto comum para a leitura, que se traçava em relevo na expectativa de que as letras fossem percebidas pelos dedos. Para a escrita, utilizou caracteres móveis. Os alunos aprendiam a conhecer as letras e os algarismos, a combinar os caracteres para formar palavras e números e a construir frases. Tudo isso não passava de meros exercícios tipográficos. </p><p><br />O pai de Louis Braille teve conhecimento da existência da Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em Paris, e escreveu repetidas vezes ao diretor para se inteirar dos trabalhos que eram realizados lá. Depois de algumas hesitações, decidiu-se pelo internamento para Braille. Na instituição, Braille estudou e leu livros impressos em caracteres ordinários, nos modelos de Haüy. Era habilidoso, aplicado e inteligente.</p><p>A vida de Braille foi transformada por causa de sua saúde. Muitas vezes ele teve que repousar por longos períodos. Em Coupvray, cidade natal de Braille, estão seus restos mortais desde 10 de janeiro de 1852, sua morte foi em Paris, no dia 6 do mesmo mês. No centenário da sua morte, em junho de 1952, representantes de 40 países foram a Coupvray e acompanharam a transferência do seu corpo para o Panteão dos Homens Ilustres. Era o reconhecimento da França, a gratidão dos cegos de todo o mundo, para quem Braille, mais do que um nome, é um símbolo. Símbolo da emancipação conquistada.</p><p>O Bicentenário de Braile</p><p>Como muitos dos avanços da humanidade nasceram das guerras, com o código primitivo que originou o Sistema Braile não foi diferente. O oficial da artilharia francesa Charles Barbier, queria ler mensagens nas trincheiras escuras sem usar nenhuma luz que chamasse a atenção do inimigo, dessa forma ele criou o primeiro sistema de leitura por tato. Quando tinha apenas 12 anos, o também francês Louis Braille, que era cego, conheceu o sistema, passou a utilizá-lo e após alguns anos, conseguiu melhorar significativamente o sistema de leitura através do tato. </p><p>Braille trocou a representação por sons (fonética) do método original pela representação por letras (alfabética) e reduziu os 12 pontos para apenas seis, formado por duas colunas com três pontos cada. O Sistema Braile representa letras, números, sinais de pontuação, acentuação, etc. Cada um dos signos é representado por pontos em relevo. O agrupamento de seis possibilita a constituição de 63 símbolos diferentes que servem para representar caracteres da literatura, da matemática, da informática e da música. O sistema foi inventado em 1825 e até hoje é utilizado em todo o mundo.</p><p>O Sistema Braile é um modelo de lógica, de simplicidade e de polivalência, que se tem adaptado a todas as línguas e a toda a espécie de grafias. Com a sua invenção, Louis Braille abriu aos cegos as portas da cultura, arrancando-os à cegueira mental em que viviam e mostrando-lhes horizontes novos na ordem social, moral e espiritual. </p><p>Apesar da sua eficiência em proporcionar o acesso das pessoas cegas a informações, leitura, estudo, etc. o sistema não conseguiu ainda progredir e atingir todos os meios da sociedade. Sendo assim, o cego enfrenta muitas dificuldades, pois dificilmente encontra outras pessoas que conheçam o sistema, e, na maioria das vezes, os equipamentos, setores públicos, e outros, não trazem as informações escritas em Braile. Torna-se difícil até mesmo utilizar o banheiro, pois não têm como saberem se é feminino ou masculino. Esse problema seria facilmente resolvido se as letras da placa na porta dos banheiros públicos tivessem a inscrição em Braile. Assim, vários outros se manifestam. Cardápios, cartazes informativos, placas com o nome das ruas, entre muitas outras. O sistema Braile ainda tem que ser difundido para que as pessoas cegas sejam realmente incluídas na sociedade e possam ter maior autonomia, o que trará uma vontade muito maior de viver para cada uma delas apesar da sua limitação.</p><p>A maioria dos historiadores aponta o ano de 1825 como a data do aparecimento do Sistema Braile, mas só em 1829 Louis Braille publicou a primeira edição do seu sistema. Nela havia 96 sinais agrupados em nove séries de 10 cada uma e mais seis suplementares. Apenas as quatro primeiras séries correspondem ao sistema que atualmente é utilizado. As restantes combinam pontos e traços, aproveitando elementos dos métodos anteriores de escrita linear. O processo de 1829 proporcionou uma excelente base de experimentação. Sabe-se que por volta de 1830 o Sistema Braile começou a ser empregado nas aulas para a escrita de exercícios. Porém, sua forma definitiva apareceu em 1837. </p><p>A educação dos cegos </p><p>Apesar da já existência do Instituto fundado por Haüy, era necessário um cego para imaginar um alfabeto tátil. E também foi preciso perseverança para impor o seu uso. Os professores e diretores de escolas especiais, eram contrários à adoção de um alfabeto especial para aqueles que não enxergavam. Por isso, agarravam-se ao princípio de Haüy segundo o qual a educação dos cegos não deveria diferenciar-se da dos outros estudantes, ou seja, em caracteres comuns. Só o impulso dos cegos que usavam o alfabeto Braile pôde obrigar os responsáveis pela sua educação a reconhecer os frutos que a aplicação deste alfabeto produzia nas escolas. O Instituto Nacional dos Jovens Cegos, em Paris, onde o Sistema Braile foi concebido e aperfeiçoado, demorou 25 anos a aceitá-lo de maneira definitiva. Aponta-se a data de 1854 como a da implantação do Braile na França.</p><p>Nos países ou regiões em que não era conhecido nenhum outro método de leitura e escrita para cegos foi diferente. Na América Latina a história da educação das pessoas cegas começou com o Sistema Braile. A chegada do Braile, o início da alfabetização e educação e também a criação de peródicos e bibliotecas para cegos foram fenômenos simultâneos.</p><p>No Brasil, a difusão do Sistema Braile começou em 1854. Neste ano, o Instituto Nacional dos Jovens Cegos, instaurou um método de leitura em língua portuguesa, registrado no Museu Valentin Haüy. Um brasileiro cego, José Álvares de Azevedo, regressou ao Brasil depois de ter estudado durante seis anos em Paris. O Dr. Xavier Sigaud, médico francês que prestou serviços a corte imperial brasileira, que também era pai de uma filha cega, Adélia Sigaud, conheceu o jovem e o apresentou ao Imperador D. Pedro II, conseguindo despertar o seu interesse para a possibilidade de educar os cegos. O médico foi o primeiro diretor do Instituto Imperal dos Meninos Cegos, hoje Instituto Benjamin Constant, inaugurado no Rio de Janeiro em 17 de setembro de 1854.</p><p>De todos os países de línguas europeias só os Estados Unidos se atrasaram muito em seguir este movimento. Na maior parte das instituições usavam-se os caracteres romanos juntamente com o New York Point ou Wait System . Neste sistema, o retângulo Braile tinha três pontos de largura por dois de altura. O acordo apenas surgiu no Congresso de Little Rock, em 1910.</p><p>Ler em Braile é muito fácil. Basta que se conheça os símbolos e pode-se ler normalmente, seja com o tato ou com a visão. Os caracteres são lidos da esquerda para a direita e até sinais de pontuação são representados através dos pontos em alto relevo. Assim quando uma pessoa desliza sobre o papel a ponta do dedo, sente os pontos e entende o que está escrito. Para escrever é necessário um pouco mais de técnica. São utilizados dois instrumentos chamados reglete e o punção. A reglete é uma placa de metal com orifícios em uma de suas faces. O papel, é colocado em cima dessa placa e pressionado com o punção, um instrumento semelhante a uma agulha, mas com a extremidade arredondada, para que, ao pressionar o papel, que é mais consistente que o normal, contra os orifícios da reglete, este não seja perfurado, e sim apenas marcado. O papel é marcado da direita para a esquerda, no sentido contrário ao da escrita. Ao terminar o papel é virado e pode-se ler normalmente.</p><p>A vida dos cegos pós-Braile</p><p>Avida dos cegos melhorou bastante após o desenvolvimento do Sistema Braile. Dispondo de um processo fácil de leitura, o gosto pelos livros estendeu-se amplamente entre os cegos e ocupou um lugar importante na sua vida. O conhecimento intelectual, sob todas as suas formas (filosofia, psicologia, teologia, matemáticas, filologia, história, literatura, direito e outros), tornou-se mais acessível aos cegos. Os benefícios do Sistema Braile estenderam-se progressivamente, à medida que as aplicações revelavam todas as suas potencialidades.</p><p>Nos dias de hoje as novas tecnologias apresentam aplicativos para valorizar o Sistema Braile. A drástica redução de espaço proporcionada pelo Braile eletrônico é exemplo disso. Um livro em Braile com 2000 páginas, no formato A4, por exemplo, pode ocupar um CD. Uma vez introduzido no computador, o usuário tem ao seu alcance toda a informação não gráfica disponível, que pode ler através de um terminal Braile. Um outro exemplo é a facilidade de imprimir textos em Braile. Introduzidos no computador, os textos podem ser submetidos a um programa de tratamento específico e sair numa impressora Braile.</p><p>Há também computadores que já conseguem traduzir do Braile e para o Braile. Atualmente há até alguns que conseguem imprimir páginas em frente e verso, reconhecer voz e transformá-la em Braile, entre outros recursos que facilitam o acesso de cegos à informática. Há também capas para teclado com as teclas em Braile. Estas se encaixam no teclado de modo que o cego pode digitar normalmente. </p><p>Há ainda outros equipamentos como brinquedos de montar, relógios que permitem a verificação das horas por meio do tato, e outros. Há equipamentos que não utilizam o Braile e sim o som, para que os cegos possam ter melhor acesso. Muitos sites, computadores, e sistemas em locais públicos, já fazem uso desse método.</p><p>Está cada vez mais comum a presença de livros sonoros, os audiobooks, nas livrarias brasileiras. Estes livros e a informática são muito importantes para o desenvolvimento cultural dos cegos, mas nada poderá ou deverá substituir o Braile como sistema base da sua educação. Tal como a leitura visual, a leitura Braile leva os conhecimentos que facilitam a assimilação daquilo que se lê. O Braile é, ainda, o único meio de leitura disponível para os cegos. Mesmo assim, é por meio dele que estas pessoas entram contato com a estrutura dos textos, a ortografia das palavras e a pontuação.</p><p>Outros aplicativos em Braile</p><p>Segundo notícia do site dos Correios, recentemente os cegos do Brasil passaram a dispor de um serviço postal pioneiro que lhes permite comunicar-se, por escrito, com as pessoas que enxergam. O Ministério das Comunicações e a Diretoria Regional dos Correios de Minas Gerais perceberam a importância e a necessidade de se criar o Serviço Postal Braile, que representa grande avanço na luta pela socialização dos deficientes visuais. A iniciativa valoriza a comunicação, divulgando e ampliando o acesso ao Braile.<br />A transcrição é realizada pela Central de Braile dos Correios, e pode ocorrer em ambos os sentidos, tinta para braile e braile para tinta. Ela inicia suas atividades com capacidade de transcrição de 1000 mensagens por mês, desde um cartão de felicitações até uma carta. O serviço é gratuito, assim como o envio para a central de transcrições. Apenas é cobrado o valor da postagem para o destino desejado, ou seja, o mesmo valor de uma correspondência normal.</p><p>As correspondências a serem transcritas deverão ser enviadas a partir de qualquer agência dos Correios de todo o Brasil, para o seguinte endereço: Av. Afonso Pena, 1270 - sala 202 - Belo Horizonte/MG - Cep 30130-971 - Central de Braile dos Correios. Os atendentes das agências estão aptos a orientar sobre esse serviço.</p><p><br />Fonte: Documentário dobre o Bicentenário do Braile exibido no Globo News</p><p>Fonte -</p><p>http://www.cmdv.com.br/lermais_materias.php?cd_materias=681<br /></p>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-86601470025005533122011-07-25T20:03:00.000-07:002011-07-25T20:13:10.194-07:00Artigo - Matérias de Destaque Funções Comunicativas e Funções Pedagógicas<div style="text-align: left;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMtukvf0VeXafmegxwwi_yw41t3HUJfRybLcPTdaqsQmV9W0_g5ttwjDK7aWSSN_mjJfqH0wNeHsHF9m_lAqle4PjDvArzWlXjDP5r3pzqyxpqy6Zo2DPeYAZLtHM9T5iryo251LW9CAZc/s1600/Gabriela+Gonz%25C3%25A1lez.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 240px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEiMtukvf0VeXafmegxwwi_yw41t3HUJfRybLcPTdaqsQmV9W0_g5ttwjDK7aWSSN_mjJfqH0wNeHsHF9m_lAqle4PjDvArzWlXjDP5r3pzqyxpqy6Zo2DPeYAZLtHM9T5iryo251LW9CAZc/s320/Gabriela+Gonz%25C3%25A1lez.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633493674050813778" border="0" /></a><br /></div><p><br /></p><p><br /></p><p>A inclusão vem tomando força cada vez mais, a realidade é inegável e deve acontecer. Nessa perspectiva a Educação encontra-se num “duelo”muito particular entre dois profissionais que atuam diretamente com os surdos. Nesse contexto inclusivo existem três personagens: os alunos surdos, o intérprete de Libras e o professor. É importante que seja definido com clareza as funções que cada um destes exercem nesse processo.</p> <p>O primeiro personagem é o aluno surdo. Este possui língua e cultura diferente daquela que o professor está acostumado a lidar. Também, por lei, tem o direito de ser incluído em sala e escola de ensino comum. Todavia, a discussão não se ateará nesse personagem, embora seja o principal.</p> <p>O segundo personagem é o intérprete de Libras. Esse servirá de canal comunicativo entre os surdos e as pessoas que lhes cercam. Mas que papel ele exerce em sala de aula? Como deverá ser sua postura em sala de aula? Há éticas que limitem ou lhes dê direitos? Quem é ele, enfim, na sala de aula? Na escola? Uma pergunta de cada vez será respondida.</p> <p>Seu papel em sala de aula é servir como tradutor entre pessoas que compartilham línguas e culturas diferentes como em qualquer contexto tradutório que vivenciou ou vivenciará. Ele realiza uma atividade humana e que exije dele estratégias mentais na arte de transferir o contexto, a mensagem de um código lingüístico para outro. Essa atividade tradutória é a produção do seu ofício, requer uma série de procedimentos técnicos e isso não é fácil (há muitos “sinalizadores” nomeando a si mesmos como intérpretes e não o são, que incorre na desvalorização da Libras, pois em nenhuma língua oral as pessoas terminam um curso e começa a interpretar, porque sabem que existem procedimentos técnicos e exigirá anos de estudo e contacto com a língua e seus usuários, porém em Libras, inconscientemente, à desconsideram quando agem precipitadamente na área de interpretação ainda não formados). Tanto no contexto de uma sala de aula ou numa palestra sobre química seu papel será o mesmo, traduzir. Sobre sua postura, o intérprete deve se conscientizar que ele não é o professor, e em situações pedagógicas não poderá resolver, limitando-se as <em>funções comunicativas</em> de sua área. Manterá a mesma imparcialidade de sua profissão e desenvolver uma relação sadia com os surdos e o corpo docente. Não permitirá que seu contacto pessoal com os surdos, que é maior do que a do professor, interfira em sua atuação.O Código de Ética que norteia a carreira pode ser usado também para essa atuação, considerando o supracitado a despeito de seu papel que é traduzir. Entretanto, esse Código deixará a desejar em muitos fatos e necessidades importantes que acontecem nesse novo palco de sua atuação. Acreditando nisso se faz necessário a criação de um Código Especifico (paralelo) para a área de Educação e aclopá-lo ao já existente. Na falta deste “novo” Código recorramos ao Código de Ética vigente. Para a última pergunta o intérprete é um “estranho” na sala de aula, um “objeto diferente” é visto dessa forma e pode ter certeza que assim se senti. Tanto para os alunos (em geral), para os professores e para os intérpretes é tudo muito recente, quando se viu estavam todos no mesmo lugar. Por fim o intérprete de Libras exercerá em sala de aula e em todas as atividades educacionais somente as <strong><em>Funções Comunicativas Tradutórias</em></strong> que por si só são exarcebadas. </p> <p>O terceiro personagem é o professor. Este será o modelo pedagógico para os alunos e sua preocupação é voltada para o conteúdo, a disciplina, o saber, o conhecimento. Como deverá ser seu relacionamento com o aluno surdo? Além de ser o modelo pedagógico em sala de aula, que mais pode fazer pelo o primeiro personagem neste teatro escolar?</p> <p> À primeira pergunta sugere-se que seu relacionamento com o aluno surdo seja o mesmo que tem com os ouvintes.Neste contexto ele utilizará o profissional intérprete em momentos que sua projeção seja para a turma inteira. O atendimento que o professor faz individualmente a cada aluno ouvinte, será importante que do mesmo modo faça ao aluno surdo. Para isso o educador precisa aprender e conhecer a língua desse aluno, que referindo-se ao surdo é a Libras. Esse contato direto, esse atendimento pessoal entre professor e aluno é que irá gerar melhor relacionamento, amizade e comprometimento entre os dois. Isso é imprescindível! Ninguém pode fazer isso por você, professor!.No cenário da inclusão tudo para todos é “muito novo” e, não é incomum equívocos acontecerem.É impossível usar o intérprete para interpretar textos, será melhor que, para alcançar todos, escreva no quadro, por exemplo. Jamais fazer uso do intérprete para funções pertinentes tão somente ao seu ofício, nesse caso o intérprete poderá contestar sua solicitação. Um outro exemplo é pedir ao intérprete escrever no quadro aquilo que está oralmente ditando para os alunos ouvintes. Outrossim, será fundamental o professor, após entender e conhecer a língua e cultura da comunidade surda, disseminar o motivo de sua presença em sala de aula e sua participação na escola de ensino comum, objetivando conscientizar os alunos e outras pessoas, pois se assim não agir será apenas integração e não inclusão que dispõe uma mudança tanto na estrutura da escola, nos sistemas, quanto na consciência de todos. Por fim, o professor nesse espetáculo inclusivo exercerá nas atividades educacionais as mesmas funções que exerce comumente, as <strong><em>Funções Pedagógicas</em></strong>, sem qualquer temor. </p> <p>Embora definidas as Funções de cada profissional observa-se certa situação aflitiva entre eles e tais necessitam ser sanadas. O professor normalmente tem muitas dúvidas ou mesmo desconfiança na tradução que o intérprete realiza, acreditando ser improvável a concretização da interpretação pelo simples fato do intérprete não haver feito pedagogia, magistério ou não ter intimidade com os conteúdos escolar. O intérprete muitas vezes vai além de sua interpretação interferindo naquilo para qual não foi lhe dado autoridade. Muitos intérpretes são selecionados para trabalharem nas escolas de todo o país, porém nem todos estão em condições profissionais para atuarem. Um outro problema advindo do professor é a desconfiança se o intérprete na hora da prova está ajudando (dando “cola”) ao aluno surdo. Por sua vez o intérprete mantém uma postura inadequada a ponto de gerar certo incomodo não só no professor como na turma inteira. Muitos acreditam que contratando professores que conhecem Libras poderão ser utilizados para substituir os verdadeiros profissionais intérpretes. Não faça isso! Os procedimentos técnicos são completamente diferentes. Por isso foram definidos as funções comunicativas e as funções pedagógicas. Mesmo que o professor conheça muito bem a Libras ele é professor, a não ser que tenha experiências profissionais dentro da área de interpretação, mesmo assim é melhor exercê-las em momentos distintos. Sem falar que o relacionamento do intérprete não se limita a um professor, porém a vários. Todas essas situações têm gerado um conflito demasiadamente desagradável e prejudicial ao desenvolvimento de ambos profissionais e do aluno. Estes são alguns fatos que ocorrem nesse espetáculo inclusivo que poderão facilmente ser resolvidos. </p> <p>Propõe-se que convidados especiais participem da peça inclusiva. O primeiro deles é a <strong>Confiabilidade </strong>esta precisa ser desenvolvida<strong> </strong>entre ambos, professor e intérprete. Quando se trabalha com insegurança, desconfiança é extremamente incomodo, entretanto, havendo uma mútua confiança não só o trabalho é mais bem realizado como o ambiente fica mais agradável. O segundo o <strong>Respeito, </strong>ele será o limitador entre os dois, sabe-se que o direito de um termina quando se inicia do outro, e se isso houver ambos saberão os limites de suas funções. Se comunicativas, comunicativas; se pedagógicas, pedagógicas. O terceiro, a <strong>Parceria</strong>, profundamente importante para o desenvolvimento escolar do aluno, e ele implica na divisão de conteúdos ministrados em sala de aula. A interpretação de um modo geral rende mais quando o intérprete tem em suas mãos o texto (refere-se a qualquer mensagem seja falado ou escrito) que interpretará, caso contrário a interpretação será prejudicada, contudo se previamente ler o texto, na hora da tradução mobilizará esses conhecimentos armazenados em sua mente e, portanto, interpretará melhor o conteúdo. Solicita-se que o professor debata com o intérprete o plano de aula e esclareça dúvidas caso ele tenha; de igual modo o intérprete se preocupará em tomar conhecimento do texto que será usado em sala de aula ou em qualquer outro evento. <strong>Envolvimento Educacional</strong> é o quarto convidado e de grande importância, ele permitirá que o professor e o intérprete mostrem um ao outro “a deixa”, objetivando ampliar a formação dos surdos. O intérprete sabe os pontos em que os surdos se sentem mais fragilizados e poderá compartilhar essas informações com o professor. O professor, por sua vez, sabe pela correção de exercícios e provas quando o aluno está respondendo bem ou não aos conteúdos e assim informará ao intérprete. Essa troca entre os dois facilitará o envolvimento e desenvolvimento educacional dos alunos. Estes são alguns convidados que no teatro da inclusão não podem deixar de participar. É claro que dependendo da realidade de cada escola outros serão imprescindíveis.</p> <p>Estes três personagens e seus convidados especiais fazem juntos uma linda peça que renderá uma Educação melhor para os surdos. Sabendo cada profissional as suas funções e delimitando-se a elas, compreendendo sua importância em cada cena e a excelência de suas atribuições, um trabalho mais bem sucedido será realizado. O professor desempenha uma atividade que devem cada ser humano “tirar o chapéu” e aplaudi-lo de pé, funções essas definidas neste texto. O intérprete é um profissional de grande valor, suas funções, aqui descritas, são teoricamente inexplicáveis, porém, com grande estilo as desempenha, a ponto de Mounin afirmar: “... tradutores existem, eles produzem, recorremos com proveito às suas produções”. </p> <p>Os conflitos são somenos em comparados com que podem os três personagens produzir, e aliado suas produções aos convidados especiais um imenso espetáculo será apresentado ao publico. Eles (o publico) gostam de ver algo que marca, e na esperança que a Educação de surdos dispontará, o publico se sentirá satisfeito. </p> <p>Cada personagem envolvido nas cenas inclusivas precisará relembrar sempre suas “falas” não cometendo o lapso de esquecê-las e, assim sendo, o teatro da inclusão fará o maior sucesso. Os convidados especiais são eficientes demais e com certeza farão a diferença em cada “apresentação”, em cada dia de aula. </p> <p>Que cada “arena” escolar consiga desempenhar perfeitamente a peça Inclusão. </p> <p> </p> <p align="right">“... e concedeu dons aos homens;<br /> ... com vista ao aperfeiçoamento...<br />para o desempenho do seu serviço...”.<br /> Efésios: 4: 8a, 12.</p> <p>Contatos:<br /><a href="mailto:/fabianoils@hotmail.com">/fabianoils@hotmail.com</a> / <a href="mailto:interpretebiano@bol.com.br">interpretebiano@bol.com.br</a></p><p><a href="mailto:interpretebiano@bol.com.br"><br /></a></p> <h1 class="estiloLaranja"> </h1><br />Fonte -http://www.feneis.org.br/page/materias_funcoescomunicativas.aspAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-49560089715780152522011-07-25T19:55:00.000-07:002011-07-25T20:05:44.743-07:00Artigo - Três dias para ver<a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHEl9GKWDTaLW47Abi_KxeCMp7xApzcrTylnc0S7G4ghKfFzYj2AEm1caawgATYfWCkgtZcSB68385_1y7lfzlgpdl1i-K4hWH3h63mwRoNQbr9R440Ye9A9fgKi6vjPTcqrCj0zIpu_zR/s1600/Susanne+Nilsjo.jpg"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 320px; height: 289px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjHEl9GKWDTaLW47Abi_KxeCMp7xApzcrTylnc0S7G4ghKfFzYj2AEm1caawgATYfWCkgtZcSB68385_1y7lfzlgpdl1i-K4hWH3h63mwRoNQbr9R440Ye9A9fgKi6vjPTcqrCj0zIpu_zR/s320/Susanne+Nilsjo.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633490120129042690" border="0" /></a><br /><div class="content"><div style="text-align: center;"> </div><p style="font-family: arial; font-style: italic; text-align: left;"><span style="font-size:78%;">Image by <span class="Apple-style-span" style="border-collapse: separate; color: rgb(0, 0, 0); font-style: normal; font-variant: normal; font-weight: normal; letter-spacing: normal; line-height: normal; orphans: 2; text-indent: 0px; text-transform: none; white-space: normal; widows: 2; word-spacing: 0px; font-size: medium;"><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(68, 68, 68); font-size: 11px; text-align: left;">Susanne Nilsjo</span></span></span></p><p>Por Helen Keller</p> <p>O que você olharia se tivesse apenas três dias de visão?</p> <p>Helen Keller, cega e surda desde bebê, Dá a sua resposta neste belo ensaio, Publicado no Reader’s Digest (Seleções) há 70 anos.</p> <p>Várias vezes pensei que seria uma benção se todo ser humano, de repente, ficasse cego e surdo por alguns dias no princípio da vida adulta. As trevas o fariam apreciar mais a visão e o silêncio lhe ensinaria as alegrias do som.</p> <p>De vez em quando texto meus amigos que enxergam para descobrir o que eles vêem. Há pouco tempo perguntei a uma amiga que voltava de um longo passeio pelo bosque o que ela observara. “Nada de especial”, foi à resposta.</p> <p>Como é possível, pensei, caminhar durante uma hora pelos bosques e não ver nada digno de nota? Eu, que não posso ver, apenas pelo tacto encontro centenas de objetos que me interessam. Sinto a delicada simetria de uma folha. Passo as mãos pela casca lisa de uma bétula ou pelo tronco áspero de um pinheiro. Na primavera, toco os galhos das árvores na esperança de encontrar um botão, o primeiro sinal da natureza despertando após o sono do inverno. Por vezes, quando tenho muita sorte, pouso suavemente a mão numa arvorezinha e sinto o palpitar feliz de um pássaro cantando.</p> <p>Às vezes meu coração anseia por ver tudo isso. Se consigo ter tanto prazer com um simples toque, quanta beleza poderia ser revelada pela visão! E imaginei o que mais gostaria de ver se pudesse enxergar, digamos por apenas três dias.</p> <p>Eu dividiria esse período em três partes. No primeiro dia gostaria de ver as pessoas cuja bondade e companhias fizeram minha vida valer a pena. Não sei o que é olhar dentro do coração de um amigo pelas “janelas da alma”, os olhos. Só consigo “ver” as linhas de um rosto por meio das pontas dos dedos. Posso perceber o riso, a tristeza e muitas outras emoções. Conheço meus amigos pelo que toco em seus rostos.</p> <p>Como deve ser mais fácil e muito mais satisfatório para você, que pode ver, perceber num instante as qualidades essenciais de outra pessoa ao observar as sutilezas de sua expressão, o tremor de um músculo, a agitação das mãos. Mas será que já lhe ocorreu usar a visão para perscrutar a natureza íntima de um amigo? Será que a maioria de vocês que enxergam não se limita a ver por alto as feições externas de uma fisionomia e se dar por satisfeita?</p> <p>Por exemplo, você seria capaz de descrever com precisão o rosto de cinco bons amigos? Como experiência, perguntei a alguns maridos qual a exata cor dos olhos de suas mulheres e muitos deles confessaram, encabulados, que não sabiam.</p> <p>Ah, tudo que eu veria se tivesse o dom da visão por apenas três dias!</p> <p>O primeiro dia seria muito ocupado. Eu reuniria todos os meus amigos queridos e olharia seus rostos por muito tempo, imprimindo em minha mente as provas exteriores da beleza que existe dentro deles. Também fixaria os olhos no rosto de um bebê, para poder ter a visão da beleza ansiosa e inocente que precede a consciência individual dos conflitos que a vida apresenta. Gostaria de ver os livros que já foram lidos para mim e que me revelaram os meandros mais profundos da vida humana. E gostaria de olhar nos olhos fiéis e confiantes de meus cães, o pequeno scottie terrier e o vigoroso dinamarquês.</p> <p>À tarde daria um longo passeio pela floresta, intoxicando meus olhos com belezas da natureza. E rezaria pela glória de um pôr-do-sol colorido. Creio que nessa noite não conseguiria dormir.</p> <p>No dia seguinte eu me levantaria ao amanhecer para assistir ao empolgante milagre da noite se transformando em dia. Contemplaria assombrado o magnífico panorama de luz com que o Sol desperta a Terra adormecida.</p> <p>Esse dia eu dedicaria a uma breve visão do mundo, passado e presente. Como gostaria de ver o desfile do progresso do homem, visitaria os museus. Ali meus olhos, veriam a história condensada da Terra -- os animais e as raças dos homens em seu ambiente natural; gigantescas carcaças de dinossauros e mastodontes que vagavam pelo planeta antes da chegada do homem, que, com sua baixa estatura e seu cérebro poderoso, dominaria o reino animal.</p> <p>Minha parada seguinte seria o Museu de Artes. Conheço bem, pelas minhas mãos, os deuses e as deusas esculpidos da antiga terra do Nilo. Já senti pelo tacto as cópias dos frisos do Paternon e a beleza rítmica do ataque dos guerreiros atenienses. As feições nodosas e barbadas de Homero me são caras, pois também ele conheceu a cegueira.</p> <p>Assim, nesse meu segundo dia, tentaria sondar a alma do homem por meio de sua arte. Veria então o que conheci pelo tacto. Mais maravilhoso ainda, todo o magnífico mundo da pintura me seria apresentado. Mas eu poderia ter apenas uma impressão superficial. Dizem os pintores que, para se apreciar a arte, real e profundamente, é preciso educar o olhar. É preciso, pela experiência, avaliar o mérito das linhas, da composição, da forma e da cor. Se eu tivesse a visão, ficaria muito feliz por me entregar a um estudo tão fascinante.</p> <p>À noite de meu segundo dia seria passada no teatro ou no cinema. Como gostaria de ver a figura fascinante de Hamlet ou o tempestuoso Falstaff no colorido cenário elisabetano! Não posso desfrutar da beleza do movimento rítmico senão numa esfera restricta ao toque de minhas mãos. Só posso imaginar vagamente a graça de uma bailarina, como Pavlova, embora conheça algo do prazer do ritmo, pois muitas vezes sinto o compasso da música vibrando através do piso. Imagino que o movimento cadenciado seja um dos espetáculos mais agradáveis do mundo. Entendi algo sobre isso, deslizando os dedos pelas linhas de um mármore esculpido; se essa graça estática pode ser tão encantadora, deve ser mesmo muito mais forte a emoção de ver a graça em movimento.</p> <p>Na manhã seguinte, ávida por conhecer novos deleites, novas revelações de beleza, mais uma vez receberia a aurora. Hoje, o terceiro dia, passarei no mundo do trabalho, nos ambientes dos homens que tratam do negócio da vida. A cidade é o meu destino.</p> <p>Primeiro, paro numa esquina movimentada, apenas olhando para as pessoas, tentando, por sua aparência, entender algo sobre seu dia-a-dia. Vejo sorrisos e fico feliz. Vejo uma séria determinação e me orgulho. Vejo o sofrimento e me compadeço.</p> <p>Caminhando pela 5ª Avenida, em Nova York, deixo meu olhar vagar, sem se fixar em nenhum objeto em especial, vendo apenas um caleidoscópio fervilhando de cores. Tenho certeza de que o colorido dos vestidos das mulheres movendo-se na multidão deve ser uma cena espetacular, da qual eu nunca me cansaria. Mas talvez, se pudesse enxergar, eu seria como a maioria das mulheres – interessadas demais na moda para dar atenção ao esplendor das cores em meio à massa.</p> <p>Da 5ª Avenida dou um giro pela cidade – vou aos bairros pobres, às fábricas, aos parques onde as crianças brincam. Viajo pelo mundo visitando os bairros estrangeiros. E meus olhos estão sempre bem abertos tanto para as cenas de felicidade quanto para as de tristeza, de modo que eu possa descobrir como as pessoas vivem e trabalham, e compreendê-las melhor. </p> <p>Meu terceiro dia de visão está chegando ao fim. Talvez haja muitas atividades a que devesse dedicar as poucas horas restantes, mas acho que na noite desse último dia vou voltar depressa a um teatro e ver uma peça cômica, para poder apreciar as implicações da comédia no espírito humano.</p> <p>À meia-noite, uma escuridão permanente outra vez se cerraria sobre mim. Claro, nesses três curtos dias eu não teria visto tudo que queria ver. Só quando as trevas descessem de novo é que me daria conta do quanto eu deixei de apreciar.</p> <p>Talvez este resumo não se adapte ao programa que você faria se soubesse que estava prestes a perder a visão. Nas sei que, se encarasse esse destino, usaria seus olhos como nunca usara antes. Tudo quanto visse lhe pareceria novo. Seus olhos tocariam e abraçariam cada objeto que surgisse em seu campo visual. Então, finalmente, você veria de verdade, e um novo mundo de beleza se abriria para você.</p> <p>Eu, que sou cega, posso dar uma sugestão àqueles que vêem: usem seus olhos como se amanhã fossem perder a visão. E o mesmo se aplica aos outros sentidos. Ouça a música das vozes, o canto dos pássaros, os possantes acordes de uma orquestra, como se amanhã fossem ficar surdos. Toquem cada objeto como se amanhã perdessem o tacto. Sintam o perfume das flores, saboreiem cada bocado, como se amanhã não mais sentissem aromas nem gostos. Usem ao máximo todos os sentidos; goze de todas as facetas do prazer e da beleza que o mundo lhes revela pelos vários meios de contacto fornecidos pela natureza. Mas, de todos os sentidos, estou certa de que a visão deve ser o mais delicioso.</p> <p>Texto: Seleções Reader’s Digest - Junho/2002</p> <p>Cortesia de José Pedro Amaral</p><p>Fonte -</p><p>http://www.lerparaver.com/node/250<br /></p> </div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-24639101764775299422011-07-25T12:26:00.000-07:002011-07-25T12:42:54.938-07:00Artigo - Castells propõe outra democracia<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFcaR_SlbIbt5ee6inlN-o6uB6qnksMX8fsgiXaGt5ijkXiqw2Y2DW7NER-BNFuA1gWmltnKLP4thtXeWQ_cFdGAu4ZZ-cWKRgfp2W7JIzoe-zp-SRngZBUDTyzI_n077yWdV6qOhSZ5dz/s1600/110718-Barcelona2b.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 200px; height: 90px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhFcaR_SlbIbt5ee6inlN-o6uB6qnksMX8fsgiXaGt5ijkXiqw2Y2DW7NER-BNFuA1gWmltnKLP4thtXeWQ_cFdGAu4ZZ-cWKRgfp2W7JIzoe-zp-SRngZBUDTyzI_n077yWdV6qOhSZ5dz/s200/110718-Barcelona2b.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633376437639633298" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(51, 51, 51); font-family: Georgia, 'Times New Roman', Times, serif; font-size: 12px; line-height: 18px; "><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><br /></em></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; ">Num diálogo com acampados em Barcelona, sociólogo sugere: política é muito mais que representação; internet livre é chave da mudança</em></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Transcrição e tradução: <strong style="font-weight: bold; ">Daniela Frabasile</strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(128, 128, 128); ">Estranha Europa. No terreno dos direitos sociais e da política institucional, um passo atrás sucede o outro, numa espiral descendente que parece não ter fim. Na última semana, a Itália promoveu nova rodada de privatizações e ataques ao estado de bem-estar social (entre outros pontos, acabou a gratuidade das consultas médicas com especialistas, na rede pública de saúde). Medidas semelhantes têm sido adotadas há pelo menos um ano e meio, desde que o continente <a href="http://www.outraspalavras.net/2010/09/11/ricos-decadentes-malvados/" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">decidiu</a> cobrar das sociedades o desfalque provocado nas finanças públicas pelo socorro aos bancos… As eleições, que deveriam corrigir tais retrocessos, parecem impotentes. Os partidos com chances reais de chegar ao poder igualaram-se, ao aderirem a um “pensamento único” que nunca ousa tocar os lucros do sistema financeiro. A esquerda mais radical parece, como tantas vezes, incapaz de dialogar com as maiorias.</span></em></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(128, 128, 128); ">E no entanto, engana-se quem julga que tudo são misérias. Nos últimos meses, a Europa converteu-se num laboratório de novas formas de mobilização da sociedade civil – marcadas pela autoconvocação e busca de autonomia. O processo começou em setembro de 2010, quando os estudantes britânicos e italianos <a href="http://www.outraspalavras.net/2010/12/06/a-outra-europa-que-desperta/" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">mobilizaram-se</a>maciçamente (e de modo muito criativo) contra a cobrança de mensalidades (no Reino Unido) e uma contra-reforma universitária (na Itália). Ampliou-se a partir de maio, quando a juventude espanhola <a href="http://www.outraspalavras.net/2011/06/22/espanha-e-agora/" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">transformou</a> em acampamentos as praças principais de dezenas de cidades, para protestar contra o sequestro do futuro coletivo por “políticos e banqueiros”. Daí derivou a <a href="http://www.outraspalavras.net/2011/05/26/depois-de-madri-atenas/" target="_blank" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(184, 19, 19); text-decoration: none; ">ocupação</a> da Praça Syntagma, em Atenas.</span></em></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(128, 128, 128); ">De que modo estas novas formas de expressão e de luta poderão transformar a sociedade? Em todas as mobilizações recentes, busca-se uma nova democracia (e se procura praticá-la em micro-escala, na gestão de assuntos como alimentação, limpeza e segurança dos acampamentos). Constata-se que, na Europa, as instituições que deveriam representar a sociedade – Parlamentos e governos – perderam ou abandonaram este papel.</span></em></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(128, 128, 128); ">No entanto, é nestas instituições que ainda se concentra o poder – inclusive o de estabelecer ou extinguir direitos. É preciso, portanto, incidir sobre elas, pressioná-las – ainda que se procurem caminhos para superá-las, Como articular esta dialética, que exige reivindicar de quem se considera ilegítimo?</span></em></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(128, 128, 128); ">As praças espanholas foram, além de tudo, palco de importantes reflexões teóricas a este repeito. Os debates eram feitos ao ar livre, sem nenhuma solenidade – mas com muita densidade e empenho criador. Na Praça Catalunha, em Barcelona, o sociólogo e filósofo Manuel Castells compareceu a um dos diálogos. Falou cerca de 50 minutos, sobre Comunicação, Poder e Democracia. Lembrou sua condição de participante ativo dos movimentos de maio de 1968 – talvez o primeiro momento em que se reivindicou coletivamente a superação democrática das instituições surgidas da revolução francesa. Foi, como é de seu costume, claro e incisivo. Em alguns momentos, não se furtou a recomendar ações e posturas: por exemplo, a luta pela universalização do acesso à internet e a atitude de não-violência ativa.</span></em></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><em style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: italic; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(128, 128, 128); ">Os vídeos com a fala de Castells estão disponíveis na internet (veja ao final do texto). Para que possa circular mais amplamente e despertar reflexão mais profunda, Outras Palavras transformou-o em texto escrito e traduziu-o para o português. Ótima leitura!</span></em><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(128, 128, 128); ">(A.M.)</span></strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Meu nome é Manuel Castells. Sou professor e investigador da Universidade da Catalunha. Estou aqui para falar com vocês sobre Comunicação, Poder e Democracia. Uma das acampadas perguntou-me se gostaria de comparecer ao acampamento para falar de algumas das ideias que tenho desenvolvido há muitos anos, precisamente sobre este tema, e que estão reunidas num livro que lancei há pouco, Comunicação e Poder. Fiquei encantado, porque acho central debater publicamente estes temas. Quis contribuir à maneira que posso para um movimento que ocorre em Barcelona, na Catalunha, na Espanha e em outros países. Ontem, já havia 706 acampamentos em todo o mundo e continuam a se multiplicar. São como a água. Quando ela corre, passa por qualquer lugar, supera obstáculos.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Quando há uma necessidade real, sentida em muitas sociedades, baste que a luta por ela comece a se expressar em alguma parte para que se difunda um sentimento de que “nós também podemos”. Foi o que ocorreu, por exemplo, com as revoluções árabes. É interessante que um dos sites mais atualizados sobre o movimento [espanhol] chama-se “Yes, we camp”, reproduzindo o que Obama disse em sua campanha – embora saibamos que agora as coisas estão mais complicadas. O importante é que muitas pessoas, em todo o mundo, não aceitam a fatalidade da crise e pensam que podem fazer algo – o quê, ainda não sabem – para enfrentar a miséria política predominante e recuperar o papel de protagonistas que as pessoas sempre desejaram ter em seu futuro.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Não estou aqui para fazer um discurso político, mas para compartilhar o que pude fazer, em termos de investigação, reflexão e análise a este respeito, durante muitos anos. Começarei debatendo qual a relação entre comunicação e poder. Debaterei em seguida a crise que a democracia está vivendo e as soluções concretas que se propõem para a reconstrução desta democracia.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: center; "><strong style="font-weight: bold; ">* * *</strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">As relações de poder são essenciais em todas as sociedades e através da História. São, aliás, as relações essenciais em nossas sociedades, porque quem tem poder constrói as instituições em função de seus interesses e valores. As instituições que vivemos são, cada vez mais, simples expressões destas relações de poder.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Mas como se forma o poder? Ele está fundamentalmente em nossas mentes: não fora, mas dentro de nós. Claro que há, também, a violência e a intimidação, para o caso de nos atrevermos a pensar diferente – mas a História demonstra que um poder que se apoia apenas na violência é sempre débil. Para superá-lo, é preciso passar por muito sofrimento. Mas, em última instância, a dominação das mentes é muito mais eficaz que a tortura.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Por isso, a batalha do poder está em nossas mentes, na forma que pensamos. Ela determina o que fazemos. E as mentes são redes: redes neuronais, que formam suas visões de mundo, suas concepções, em relação com outras pessoas, outras mentes, outras redes de neurônios e com as redes de nosso entorno social e natural.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Tudo isso é o processo de comunicação. Ela é simplesmente a conexão entre distintas redes neuronais. O entorno comunicativo e o que se passa nele é, portanto, o elemento fundamental através do qual nossas mentes funcionam e, portanto, formam-se as relações de poder.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: center; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); "><strong style="font-weight: bold; ">Onde quer que haja poder, haverá resistência a ele.</strong></span><br /><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); "><strong style="font-weight: bold; ">E o controle da comunicação foi sempre</strong></span><br /><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); "><strong style="font-weight: bold; ">a forma fundamental de exercício do poder</strong></span></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: left; ">Felizmente há sempre, nas sociedades, não apenas poder mas, também, contrapoder. Se existe uma lei social geral certamente válida, é que sustenta: onde quer que haja dominação, haverá resistência a ela. Em consequência, ao longo do tempo e também aqui, hoje, o que aparece como “normal”, “natural”, “estabelecido”, “acordado” são simplesmente os resultados dos compromissos de luta e negociação que se dão entre distintos interesses e valores na sociedade. Quem ganha, vai ampliando seu poder nas instituições. Quem contesta o poder e apresenta ideias novas, se tem poder suficiente, vai mudando estas instituições. Esta é a História, continuamente. O vai-e-vem entre o velho e o novo; entre os interesses que já estão cristalizados, burocratizados nas instituições e as interesses e valores de quem quer propor uma nova maneira de ser e viver.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">É por isso que o controle da informação e da comunicação foi sempre a forma fundamental de exercício do poder. O controle dos governos, das grandes empresas midiáticas – esta é a forma essencial. E por isso a política transformou-se, hoje, em algo midiático. O que não existe nos meios, não chega aos cidadãos – e, portanto, não existe. Aliás, o mais importante da política mediática não é tanto o que dizem os meios, mas o que eles ocultam: a ausência de mensagens, opiniões e alternativas.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Na medida em que há uma mudança organizativa e tecnológica no entorno da comunicação, mudam também os processos de comunicação, e como consequência as relações de poder. Qual a mudança fundamental que temos observado nos últimos anos? É a passagem de um sistema totalmente dominado pela comunicação de massas, e centrado nos meios de comunicação de massas, para um sistema que chamo de auto-comunicação de massas, através da internet.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Por auto-comunicação de massas podemos entender a capacidade de cada pessoa para emitir suas mensagens, selecionar as que quer receber e organizar suas próprias redes – nas quais os conteúdos, as formas e os participantes são definidos de forma autônoma. É claro que isso acontece em um cenário dominado por grandes empresas de comunicação e pelas empresas de internet. Porém, dentro desse espaço existem possibilidades infinitamente maiores que havia no espaço tradicional dos meios de comunicação de massa. Pode-se organizar redes horizontais de comunicação interativa, que chagam à sociedade através de pessoas, interesses, valores e grupos sociais não representados pelos sistemas corporativos de poder. Em consequência, ampliou-se extraordinariamente o espaço para a comunicação conflitiva, e portanto o espaço de auto-representação das pessoas na sociedade.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Durante anos, minhas observações dos movimentos sociais mostram que essa autonomia comunicativa tem sido aproveitada, para organizar e ampliar a mobilização. Desde março de 2004, na Espanha, existe um movimento espontâneo, através de mobilizações, provocadas pelas mentiras do governo naquele momento. Tudo o que se passou nos últimos anos e as revoluções árabes, toda essa experiência mostra que o processo muda a partir do momento em que é produzida alguma indignação por algum ato que já não se pode suportar. A partir dessa indignação organiza-se um debate. Desse momento em diante, as iniciativas de rede, do ciberespaço, passam ao espaço urbano, e se organiza uma interação entre o espaço urbano e o da rede virtual. Ela organiza, mobiliza, gera uma dinâmica que modifica instantaneamente as relações de poder na sociedade, e começa a influenciar o mais importante: as mentalidades das pessoas.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">As pessoas percebem que não estão sozinhas e se tornam mais fortes. O sistema passivo de comunicação e democracia consiste em isolar as pessoas e agregá-las em função dos que controlam o poder</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">De repente, as pessoas percebem que não estão sozinhas. O que sentem, o que pensam, outros também sentem e pensam. E quando não estão sozinhas, as pessoas são mais fortes. Porque todo o conjunto do sistema passivo de comunicação e de democracia consiste em isolar essas pessoas e agregá-las em função dos que controlam os sistemas de poder nas instituições. A separação e agregação segundo o que já está estabelecido fazem com que só se possa pensar através dos sistemas predeterminados pelos interesses que dominam as instituições. A partir do momento em que surge uma dinâmica espontânea de organização em rede, na internet, nas ruas e nas relações interpessoais – a partir daí, a dinâmica muda. Quando as pessoas já não estão sozinhas, quando sabem que estão juntas, produz-se a mudança mais importante nas mentes,. Perde-se o medo de dizer e de fazer. Porque o medo é a emoção primordial do ser humano, porque todos somos descendentes de covardes, pois se os valentes não corressem o suficiente, eram pegos pelas feras.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Portanto, toda a sociedade está baseada na capacidade de instigar o medo nas pessoas, e na capacidade das pessoas em superar esse medo. Essa superação só pode ser feita em grupos, nunca individualmente. É da superação do medo, através da reunião de indivíduos em grupos – mas sem deixar a sua individualidade – que começam a surgir críticas, alternativas e debates sobre que outras formas de vida são possíveis.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: center; "><strong style="font-weight: bold; ">* * *</strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Isso permite colocar saídas para a crise da democracia atual. Em todo o mundo, estamos vivendo uma crise muito séria e profunda da democracia. A democracia representativa foi uma conquista histórica dos povos, que custou muito sangue, suor e lágrimas, contra os despotismos que dominaram grande parte do mundo. Porém, a partir do momento em que já se constituem instituições democráticas, imediatamente formam-se partidos políticos, que definem as regras da participação política de acordo com seus interesses e os interesses que representam. Fecham-se outras vias de representação e se assegura por lei eleitoral que apenas os partidos majoritários podem governar.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">A democracia representativa é reduzida, a distância em relação aos cidadãos aumenta, e a classe política organiza-se como classe própria, como trabalho profissional. Já não importa qual ideologia o político segue, ou se é corrupto ou não. Eles podem dizer: “a política sou eu, a política é o partido e o partido sou eu”. Qualquer tipo de intervenção política tem que passar por essa instância estrutural dos partidos. Em consequência, quando há corrupção, há impunidade. Quando há erros graves na condução de políticas sobre a crise econômica, não se responsabiliza ninguém por tais erros e pelas consequências que produziram sobre os cidadãos. Só quando chegam as eleições os políticos pagam por seus erros. Mas o eleitor deve escolher entre dois menus da mesma cozinha. Porque as leis eleitorais foram construídas para que os partidos majoritários continuem sendo majoritários. A menos que ocorram “terremotos eleitorais”, o que não é impossível, mas só acontece como consequência de mudanças sociais profundas.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: center; "><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">Dois terços dos cidadãos do mundo acreditam que não são</span></strong><br /><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">governados democraticamente. Dizem que vivem numa democracia, </span></strong><br /><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">porém ela não é democrática. E isso é considerado normal</span></strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: left; ">Dois terços dos cidadãos do mundo acreditam que não são governados democraticamente. As pessoas dizem que vivem em uma democracia, porém ela não é democrática. E isso é considerado normal. A classe política é o grupo mais desprestigiado em todas as pesquisas internacionais sobre prestígio profissional. Inclusive, na Itália, os mafiosos e as prostitutas se saíram melhor que os políticos. As pessoas diziam que pelo menos eles dizem o que fazem, diferentemente dos políticos. Insisto que isso é prejudicial para a maioria dos políticos, que são honestos e tentam fazer seu trabalho. Mas quando há um sentimento tão generalizado no mundo, os políticos fizeram algo que os colocou como classe homogênea, porque não é excepcional: foi empiricamente constatado pelos estudos de sociologia política.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Quando as coisas vão “mais ou menos”, tudo continua igual. Estudos mostram que 75% das pessoas votam contra alguma coisa, e não a favor. As mensagens na propaganda política são, na maioria das vezes, negativas, pois os profissionais de marketing político sabem que uma mensagem negativa tem cinco vezes mais impacto que uma mensagem positiva. Portanto, todos atacam todos, e assim todos os políticos afundam na opinião das pessoas.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Porém, quando as coisas vão mal, quando há uma crise, há um despertar de interesse por saber como as coisas poderiam ser diferentes. Quando os cidadãos percebem que não estão satisfeitos com as alternativas que existem, cria-se uma insatisfação. Então, rompe-se a confiança básica entre os cidadãos e aqueles que os deveriam representar. Esse desencontro entre o que as pessoas pensam e seus representantes significa que os representantes da democracia caminham para um lado, enquanto o sentimento dos representados vai por outro.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Devemos lembrar que, de acordo com o modo como se organiza a insatisfação popular, podem ocorrer movimentos extremistas, fascistas, racistas, xenófobos, que já se vê na Catalunha. Foi o que ocorreu na crise dos anos 30 – da qual não surgiu a revolução socialista, mas o fascismo. Por esse motivo, é importante que outros movimentos coletivos, com valores positivos, humanos, humanistas ocupem o espaço para preencher essa lacuna entre a política e a sociedade.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Portanto é necessário que a ideia de uma reconstrução da democracia esteja nas ruas, aqui e no mundo. Aqueles que representam a democracia hoje não podem fazer essa reconstrução, pois ela vai contra seus interesses como grupo profissional e grupo político. Muitos tentaram implantar mudanças, porém seus próprios partidos cortaram esses projetos. É o sistema que bloqueia essa reconstrução, e não os indivíduos. Esses sistemas têm interesses poderosos, relacionados ao poder político, econômico, cultural, tecnológico. Se não houver uma pressão social, não haverá mudança. E a mudança social inicia com as mentes: o que muitas pessoas estão fazendo, aqui e em outros lugares, é mudar a forma de pensar de si mesmas e das demais, pensar diferente e pensar juntos.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: center; "><strong style="font-weight: bold; ">* * *</strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Três temas me parecem básicos para a reconstrução da democracia. Poderiam ser debatidos aqui. Um é a democracia através da comunicação. Outro é que tipo de instituições democráticas e de reforma democrática necessitamos. Por último, se existem outras formas de democracia.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">A comunicação é fundamental, pois é a base da relação entre poder e contrapoder. A democratização da comunicação é o princípio da democratização das instituições da sociedade. A comunicação para toda a sociedade é um direito fundamental: a comunicação livre, autônoma e para todo o mundo é um direito tão fundamental quanto a saúde e a educação. Esse direito concretiza-se hoje pela internet e pelas redes móveis como direito humano fundamental.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">O acesso à internet precisa ser universal. Também o acesso à telefonia foi subsidiado. É essencial multiplicar pontos de acesso.<br />As pessoas precisam poder acessar quando necessitarem</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">O acesso à rede precisa ser universal e subsidiado. A forma de financiar este direito depende das negociações entre os reguladores públicos e as empresas de telecomunicação. Na história das telecomunicações, o acesso à telefonia foi subsidiado em diversos países e o mesmo pode ser feito com a internet. Também é essencial a multiplicação de pontos de acesso público e gratuito, nos centros sociais, nas escolas, nas bibliotecas, para que a internet seja sempre algo possível para todos. As pessoas precisam poder acessar quanto necessitarem. Porém, isso não significa que só devemos nos comunicar pela internet. Por exemplo, a ideia de votar pela internet é um gravíssimo atentado à democracia, e a ideia de que as consultas médicas só deveriam ser feitas pela internet também é prejudicial. É preciso ter opções. O direito fundamental é ao acesso. Ele permite que todos se comuniquem com todos; permite a construção de uma rede em função de nossos projetos, nossos interesses e nossos sonhos.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Além disso, é preciso lutar pela liberdade de internet, pois o acesso à internet não é o mesmo que uma internet livre. Acabar com a censura, acabar com a invasão de privacidade, que é uma prática constante, e a livre circulação de conteúdos digitais. Implica ir a quem está por trás das leis: empresas de conteúdos culturais e os grupos de pressão que atuam para que não haja liberdade na internet (…).</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Também é preciso que se crie instituições e processos democráticos de forma concreta. Existem medidas muito concretas para uma reforma política e institucional.. A reforma na lei eleitoral para que não se discrimine as minorias políticas, e a possibilidade de contabilizar votos nulos e brancos. Como fazê-lo? Para isso, é preciso imaginação. Mas acredito que a ideia de representar os votos nulos e brancos no parlamento é muito interessante. Entre outras coisas, porque nas eleições de Barcelona, por exemplo, eles somam quase 7%.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">A possibilidade de eleger pessoas não filiadas a partidos é básica. Um dos maiores escândalos da democracia é que se vote apenas em um partido. (…) Infelizmente, ninguém diz nada sobre isso, tudo continua igual, porque os que podem mudar são aqueles que se beneficiam desse sistema.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Quanto ao governo, insisto na transparência informativa absoluta pela internet. Tudo o que os cidadãos têm o direito a saber, tem que estar na internet, acessível. Mas não em letras pequenas em cinza, e sim como um sistema dinâmico, usando técnicas como as da publicidade, que torna as informações compreensíveis. Dessa forma se abriria a possibilidade de começar a construir alguma confiança nas instituições democráticas.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: center; "><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">A internet deveria se utilizada em processos participativos e de consulta. </span></strong><br /><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">A participação precisa ser mais que presenciar uma</span></strong><br /><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">reunião burocrática, ao final de um dia de trabalho</span></strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: left; ">As enormes possibilidades da internet também deveriam ser utilizadas para processos participativos e de consulta, em uma grande quantidade de problemas concretos, particularmente em nível municipal. A democracia participativa pode ser muito ampliada, se puder ir além da presença em uma comissão municipal burocrática, depois de um cansativo dia de trabalho. Se os processos de participação fossem estendidos a internet, inclusive com voto indicativo, a democracia poderia ser mais abrangente. Os representantes políticos teriam que ser submetidos a organismos que os supervisionem, mas isso daria muito trabalho. Insisto nesse ponto que as propostas do acampamento são muito precisas e vale a pena pensar nelas, refletir sobre elas e debatê-las.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Mas há algo mais importante. É a criação de novas formas de democracia, a partir dos processos de debates em curso. O mais importante, na minha opinião, não é o que se propõe, mas como se propõe. Não é tanto o que se faz, mas como se faz. Pois é aí que está a questão. Uma democracia futura não sairá de documentos, por mais completos e bem formulados que sejam. Sairá de práticas coletivas, que vão experimentando novos mecanismos de deliberação, representação e decisão. Vamos aprendendo no caminho. Esse é o método, diria eu, político e científico. Através de experiências, pois é muito difícil que alguém invente um sistema novo, que substituiria o outro sem que haja debates e sem que as pessoas saibam exatamente o que está acontecendo. Daí a importância do que está sendo feito aqui e em outras ocupações de praças:, a participação em comissões, a coordenação de comissões e o poder de decisão das assembleias; que cada coletivo específico gere suas próprias formas que podem ser controladas pelas pessoas que participam. É o que está sendo feito aqui, mas não apenas aqui, não apenas nos acampamentos, mas na sociedade.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">O resultado disso seria a substituição da democracia dos partidos para a democracia das pessoas. É essencial o que já está sendo feito, que não haja líderes no processo, que se troquem as posições de influência, que se mantenha a abertura total, e tolerância total ao debate. O direito à estupidez é um direito humano fundamental, e deve ser respeitado. Que não haja mecanismos formais de militância, como não há aqui, que se confie, sobretudo, na capacidade coletiva, por interação, por uma estrutura em rede, de autocorreção dos defeitos, no conjunto da sociedade. Isso não é uma utopia, isso está sendo feito aqui, e se é feito aqui, pode ser feito na sociedade.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Não defendo isso como modelo único, mas em uma fase de experimentação. Essa forma de participação permite ver a emergência de modelos distintos, na prática. É um processo lento, porque queremos ir longe. Vamos fazer o que gostamos, vamos criar uma democracia, tranquilamente, e não depressa, como o é a vida hoje em dia.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Minha grande experiência com movimentos sociais – começando com maio de 68, do qual participei ativamente – me diz que aqui, e que em todos os acampamentos ao redor do mundo, existem raízes. Porque quaisquer que sejam as formas, elas se expandirão. Impulsionarão mudanças profundas, precisamente por ser este um movimento de pessoas, não de organizações. E as pessoas não são criadas ou destruídas, mas as pessoas se transformam.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; text-align: center; "><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">É essencial que esse processo de reconstrução da democracia </span></strong><br /><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">sustente um princípio fundamental. Um imperativo categórico,</span></strong><br /><strong style="font-weight: bold; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; color: rgb(0, 0, 255); ">que na minha opinião, já se expressa: a não-violência</span></strong></p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Mas não será fácil. E quando os poderes se derem conta de que as praças falam sério – pois ainda não se dão conta disso – reagirão, provavelmente de forma violenta. Existem muitos interesses em jogo. Por isso é essencial que esse processo lento e profundo de reconstrução da democracia viva com um princípio fundamental. Um imperativo categórico, que na minha opinião, já se expressa aqui, que é a não violência.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Depois de 11 dias de acampamentos por toda a Espanha, não houve nenhum incidente violento. Por isso, a violência provável do poder deve ter como resposta a não-violência das pessoas. E para isso é preciso muita coragem, porque responder a violência com violência é uma reação de medo. Será preciso trabalhar muito com as pessoas que têm tanto medo, que não o superam, e que se tornam violentas. É preciso ir a um nível superior, o da superação do medo a partir da aceitação medo. A única forma de superar o medo é sair da solidão, juntar-se com os demais, e se superarem o medo sem violência, tudo é possível.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Se precisasse criar um slogan, ele seria: medrosos do mundo inteiro, uni-vos pela rede, pois só podem perder seu medo.</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; ">Fonte -</p><p style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 1.25em; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: inherit; font-style: inherit; font-size: 12px; font-family: inherit; vertical-align: baseline; line-height: 1.5em; "><a href="http://www.outraspalavras.net/2011/07/18/castells-propoe-outra-democracia/">http://www.outraspalavras.net/2011/07/18/castells-propoe-outra-democracia/</a></p></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-49438519230925957342011-07-24T19:09:00.000-07:002011-07-24T19:24:39.018-07:00Artigo - Educação inclusiva & educação especial: propostas que se complementam no contexto da escola aberta à diversidade<div style="text-align: center;"><a onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}" href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE1lPPt2iZst1X90S4ET9xsqyokogMiFSSvXO7BDgm6EepNIZu88a6WAz_b1wjFp-YuUUuxNlXPR2TZ8lRU-UYtaY71wl0nsAdztgFQJ8fNHmnJ8QGvNrym8osyVw3mBgPb35jRn7aW6_a/s1600/Stephen+Eastop.jpg"><img style="cursor: pointer; width: 264px; height: 161px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgE1lPPt2iZst1X90S4ET9xsqyokogMiFSSvXO7BDgm6EepNIZu88a6WAz_b1wjFp-YuUUuxNlXPR2TZ8lRU-UYtaY71wl0nsAdztgFQJ8fNHmnJ8QGvNrym8osyVw3mBgPb35jRn7aW6_a/s200/Stephen+Eastop.jpg" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633109841112665666" border="0" /></a><br /><!--[if !mso]> <style> v\:* {behavior:url(#default#VML);} o\:* {behavior:url(#default#VML);} w\:* {behavior:url(#default#VML);} .shape {behavior:url(#default#VML);} </style> <![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:worddocument> <w:view>Normal</w:View> <w:zoom>0</w:Zoom> <w:hyphenationzone>21</w:HyphenationZone> <w:punctuationkerning/> <w:validateagainstschemas/> <w:saveifxmlinvalid>false</w:SaveIfXMLInvalid> <w:ignoremixedcontent>false</w:IgnoreMixedContent> <w:alwaysshowplaceholdertext>false</w:AlwaysShowPlaceholderText> <w:compatibility> <w:breakwrappedtables/> <w:snaptogridincell/> <w:wraptextwithpunct/> <w:useasianbreakrules/> <w:dontgrowautofit/> </w:Compatibility> <w:browserlevel>MicrosoftInternetExplorer4</w:BrowserLevel> </w:WordDocument> </xml><![endif]--><!--[if gte mso 9]><xml> <w:latentstyles deflockedstate="false" latentstylecount="156"> </w:LatentStyles> </xml><![endif]--><!--[if !mso]><object classid="clsid:38481807-CA0E-42D2-BF39-B33AF135CC4D" id="ieooui"></object> <style> st1\:*{behavior:url(#ieooui) } </style> <![endif]--><!--[if gte mso 10]> <style> /* Style Definitions */ table.MsoNormalTable {mso-style-name:"Tabela normal"; mso-tstyle-rowband-size:0; mso-tstyle-colband-size:0; mso-style-noshow:yes; mso-style-parent:""; mso-padding-alt:0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-para-margin:0cm; mso-para-margin-bottom:.0001pt; mso-pagination:widow-orphan; font-size:10.0pt; font-family:"Times New Roman"; mso-ansi-language:#0400; mso-fareast-language:#0400; mso-bidi-language:#0400;} </style> <![endif]--> </div><div align="center"> <table class="MsoNormalTable" style="mso-cellspacing:0cm;mso-padding-alt:0cm 0cm 0cm 0cm" border="0" cellpadding="0" cellspacing="0"> <tbody><tr style="mso-yfti-irow:0;mso-yfti-firstrow:yes"> <td style="padding:0cm 0cm 0cm 0cm"> <p style="text-align:center" align="center"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEheTBbNzsrqgA_1woh2GLTvbHgrmMgOrntaYwChvRWwSiA0K8gQQ7Lps94IlLP7oDmZxk4aQzxValu_fyrwBOgCLY73ncHyKuDjoKIjlw9sqxkP5WVr9Y04JNqSjckQf3osmhMHkM2vgA/s1600/Stephen+Eastop.jpg"><span style="text-decoration:none;text-underline:none"><span style="mso-ignore:vglayout"><br /></span></span></a></p> </td> </tr> <tr style="mso-yfti-irow:1;mso-yfti-lastrow:yes"> <td style="padding:0cm 0cm 0cm 0cm"> <p style="text-align:center" align="center"><span style=" ;font-family:Tahoma;color:#444444;" >Stephen Eastop</span></p> </td> </tr> </tbody></table> </div> <p style="text-indent:24.0pt"> </p> <p class="MsoNormal">Rosana Glat*<br />Márcia Denise Pletsch**<br />Rejane de Souza Fontes***</p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal"><span style="font-size:85%;">* Profa. Dra. da Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ - Coordena o Programa de Pós-Graduação em Educação.<br />** Doutoranda em Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ.<br />*** Doutoranda em Educação na Universidade do Estado do Rio de Janeiro/UERJ.</span></p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No Brasil, vem crescendo nos últimos anos o discurso em prol da Educação Inclusiva, com base na consigna “Educação para Todos”. Nesse contexto, a Educação Especial — que historicamente foi responsabilizada pela educação de indivíduos com deficiências, distúrbios graves de aprendizagem e /ou de comportamento e altas habilidades — vem ganhando maior visibilidade nos debates político-educacionais. Partindo desta perspectiva, o presente artigo apresenta uma breve discussão sobre o processo de implantação da Educação Inclusiva no Brasil, analisando o conceito de necessidades educacionais especiais e o papel da Educação Especial no âmbito desta política. A reflexão aqui apresentada é de que o suporte da Educação Especial é imprescindível para a implementação e o êxito da Educação Inclusiva em nosso país. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Palavras-chave: Educação Inclusiva. Educação Especial. Necessidades Educacionais Especiais.</p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal"><b style="mso-bidi-font-weight:normal">Introdução </b></p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">A Educação Especial tradicionalmente se configurou como um sistema paralelo e segregado de ensino, voltado para o atendimento especializado de indivíduos com deficiências, distúrbios graves de aprendizagem e / ou de comportamento, e altas habilidades. Contudo, a partir das últimas décadas, em função de novas demandas e expectativas sociais, os profissionais da área têm se voltado para a busca de outras formas de educação escolar com alternativas menos segregativas de absorção desses educandos nas redes de ensino. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Esse processo vem se acelerando, sobretudo, a partir dos anos 1990 com o reconhecimento da Educação Inclusiva como política educacional prioritária na maioria dos países, entre eles o Brasil. O princípio básico da Educação Inclusiva é que todos os alunos, independente de suas condições sócio-econômicas, raciais, culturais ou de desenvolvimento, sejam acolhidos nas escolas regulares, as quais devem se adaptar para atender às suas necessidades, pois estas se constituem como os meios mais capazes para combater as atitudes discriminatórias (UNESCO, 1994). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Educação Inclusiva significa pensar uma escola em que é possível o acesso e a permanência de todos os alunos, e onde os mecanismos de seleção e discriminação, até então utilizados, são substituídos por procedimentos de identificação e remoção das barreiras para a aprendizagem (PLETSCH e FONTES, 2006; GLAT e BLANCO, 2007). Para tornar-se inclusiva, a escola precisa formar seus professores e equipe de gestão, bem como rever as formas de interação vigentes entre todos os segmentos que a compõem e que nela interferem. Isto implica em avaliar e re-desenhar sua estrutura, organização, projeto político-pedagógico, recursos didáticos, práticas avaliativas, metodologias e estratégias de ensino. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Portanto, mais do que uma nova proposta educacional, a Educação Inclusiva pode ser considerada uma nova cultura escolar: uma concepção de escola que visa o desenvolvimento de respostas educativas que atinjam a todos os alunos, independente de suas condições intrínsecas ou experiências prévias de escolarização. Diferenciando-se da escola tradicional que exige a adaptação do aluno às regras disciplinares e às suas formas de ensino, sob pena de punição e/ou reprovação, a escola inclusiva preocupa-se em responder às necessidades apresentadas pelo conjunto de seus alunos e por cada um individualmente, assumindo o compromisso com o processo ensino-aprendizagem de todos (GLAT, FERREIRA, OLIVEIRA e SENNA, 2003, GLAT; FONTES e PLETSCH, 2006; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Cabe enfatizar, porém, que Educação Inclusiva não consiste apenas em matricular o aluno com deficiência em escola ou turma regular como um espaço de convivência para desenvolver sua ‘socialização’. A inclusão escolar só é significativa se proporcionar o ingresso e permanência do aluno na escola com aproveitamento acadêmico, e isso só ocorrerá a partir da atenção às suas peculiaridades de aprendizagem e desenvolvimento. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Ainscow (2004) sugere que a inclusão escolar deve ser ancorada em três aspectos inter-relacionados, a saber: a) a presença do aluno na escola, substituindo o isolamento do ambiente privado familiar pela sua inserção num espaço público de socialização e aprendizagem; b) a sua participação efetiva em todas as atividades escolares, a qual não depende apenas de ‘estímulos’ de colegas e professores, mas do oferecimento de condições de acessibilidade e adaptações curriculares que se façam necessárias; e c) a construção de conhecimentos, função primordial da escola, e meta a ser perseguida durante o processo de inclusão. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Mas para que tal processo se efetive é preciso que sejam identificadas as demandas que o aluno apresenta em sua interação no ambiente escolar, e proporcionar-lhe as condições necessárias para sua aprendizagem. A Declaração de Salamanca (UNESCO, 1994, p. 10) deixa claro esse aspecto quando afirma que “todas as crianças [...] têm direito fundamental à educação e que a elas deve ser dada a oportunidade de obter e manter um nível aceitável de conhecimentos”. No caso dos alunos com deficiência, a presença de suportes pedagógicos especializados no ensino comum tem se mostrado uma experiência favorável, senão fundamental, para que a inclusão se efetue. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Neste contexto, a Educação Especial encontra-se em processo de re-significação de seu papel, para abranger, além do atendimento especializado direto, o apoio às escolas regulares que recebem alunos que necessitam de propostas diferenciadas para a aprendizagem. Não, como lembram Glat e Fernandes (2005), visando importar métodos e técnicas especializadas para a classe comum, mas sim, constituindo-se em um sistema de suporte permanente e efetivo à escola, para que esta possa promover a aprendizagem dos alunos com deficiências ou outras características peculiares de desenvolvimento. Em outras palavras, a Educação Especial não deve ser mais concebida como um sistema educacional especializado à parte, mas sim como um conjunto de metodologias, recursos e conhecimentos (materiais, pedagógicos e humanos) que a escola comum deverá dispor para atender à diversidade de seu alunado. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Esta forma de atuação da Educação Especial não é contraditória aos princípios da Educação Inclusiva; ao contrário, numa escola aberta à diversidade as duas propostas se complementam. A Educação Especial constitui-se como um arcabouço consistente de saberes teóricos e práticos, estratégias, metodologias e recursos que são imprescindíveis para a promoção do processo ensino-aprendizagem de alunos com deficiências e outros comprometimentos, matriculados no ensino regular. Como vem sendo apontado por inúmeros autores, sem tal suporte dificilmente esses alunos alcançarão sucesso acadêmico (BUENO, 2001; GLAT, FERREIRA, OLIVEIRA e SENNA, 2003; MITTLER, 2003; MENDES, 2006; GLAT e PLETSCH, 2004; GLAT, FERREIRA, OLIVEIRA e SENNA, 2003; GLAT e BLANCO, 2007). Pode-se considerar, portanto, que o paradigma que hoje conhecemos por Educação Inclusiva não representa necessariamente uma ruptura, mas o “desenvolvimento de um processo de transformação das concepções teóricas e das práticas da Educação Especial, que vêm historicamente acompanhando os movimentos sociais e políticos em prol dos direitos das pessoas com deficiências e das minorias excluídas, em geral” (GLAT, FERREIRA, OLIVEIRA e SENNA, 2003, p. 21-22). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Partindo desta perspectiva, apresentaremos a seguir, uma breve trajetória histórica da Educação Especial no Brasil, considerando os paradigmas vigentes, bem como a política educacional da época. Porém, conforme Glat e Fernandes (2005) alertam, essa visão linear não significa que um modelo se esgote com a introdução de outro; na prática, todas essas alternativas co-existem, em diferentes configurações, nas redes educacionais de nosso país. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">A Educação Especial se constituiu originalmente a partir de um modelo médico ou clínico. Embora esta abordagem seja hoje bastante criticada, é preciso resgatar que os médicos foram os primeiros a despertar para a necessidade de escolarização de indivíduos com deficiência que se encontravam misturados na população dos hospitais psiquiátricos, sem distinção de patologia ou de idade, principalmente no caso da deficiência mental. Sob esse enfoque o olhar médico tinha precedência: a deficiência era entendida como uma doença crônica e todo o atendimento prestado a essa clientela, mesmo quando envolvia a área educacional, era considerado pelo viés terapêutico. A avaliação e identificação eram pautadas em exames médicos e psicológicos com ênfase nos testes projetivos e de inteligência, e rígida classificação etiológica (GLAT e FERNANDES, 2005) </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Na maioria das instituições especializadas o trabalho era organizado com base em um conjunto de terapias individuais coordenadas pela Medicina: Fisioterapia, Fonoaudiologia, Psicologia, Psicopedagogia, Terapia Ocupacional, entre outras. Pouca ênfase era dada à atividade acadêmica, que não ocupava mais do que uma pequena fração do horário dos alunos. A educação escolar não era considerada prioritária, ou mesmo possível, principalmente para aqueles com deficiências cognitivas, múltiplas, ou distúrbios emocionais severos. O trabalho educacional era voltado para a autonomia nas atividades de vida diária (AVD) e relegado a um interminável processo de ‘prontidão para a alfabetização’, sem maiores perspectivas, já que não havia expectativas de que esses indivíduos ingressassem na cultura letrada formal (GLAT e FERNANDES, 2005; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No Brasil, os anos 1970 representaram a institucionalização da Educação Especial, com a preocupação do sistema educacional público em garantir o acesso à escola aos alunos com deficiências. Em 1973 foi criado, no Ministério da Educação, o CENESP — Centro Nacional de Educação Especial (transformado em 1986 na Secretaria de Educação Especial – SEESP), que introduziu a Educação Especial no planejamento das políticas públicas educacionais. Por iniciativa do CENESP, foram implantados subsistemas de Educação Especial nas diversas redes públicas de ensino através da criação de escolas e classes especiais. Também sob os auspícios desse órgão foram implementados projetos de formação de recursos humanos especializados em todos os níveis, inclusive com o envio de docentes para cursos de pós-graduação no exterior (FERREIRA e GLAT, 2003), o que permitiu o desenvolvimento acadêmico e científico da área. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Novas metodologias e técnicas de ensino trouxeram a possibilidade de aprendizagem e adaptação escolar desses sujeitos, até então alijados da escolarização formal. “O deficiente pode aprender”, tornou-se a palavra de ordem, resultando numa mudança de paradigma do modelo médico, predominante até então, para o modelo educacional. A ênfase não era mais na deficiência intrínseca do indivíduo, mas sim nas condições do meio em proporcionar recursos adequados que promovessem o desenvolvimento e a aprendizagem (GLAT, 1995). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Todavia, apesar dos avanços, a Educação Especial manteve-se funcionando como um serviço especializado paralelo: com currículos, metodologias, pessoal, e organização própria. As classes especiais serviam mais como espaços de segregação para aqueles que não se enquadravam nas normas do ensino regular, do que uma possibilidade de ingresso de alunos com deficiências nas classes comuns. Em conseqüência, muitos ainda continuam freqüentando instituições especializadas ou não tem acesso à escola (BUENO, 1993; 2001; MAZZOTTA, 2001; FERREIRA e GLAT, 2003; GLAT e FERNANDES, 2005; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Recursos e métodos de ensino mais eficazes proporcionaram às pessoas com deficiências maiores condições de adaptação social, auxiliando a superar, pelo menos em parte, as dificuldades cotidianas. Acompanhando a tendência mundial da luta contra a marginalização das minorias excluídas, começou-se a divulgar e a consolidar em nosso país, os princípios que nortearam a filosofia da Normalização. Esta concepção de Educação Especial partia da premissa básica de que pessoas com deficiências têm o direito de usufruir as condições de vida o mais comuns ou normais possíveis na sua comunidade, participando das mesmas atividades sociais, educacionais e de lazer que os demais (GLAT, 1995; GLAT e FERNANDES, 2005). É importante ressaltar que a proposta não era, como erroneamente criticada, ‘normalizar o deficiente’, mas sim normalizar as suas condições de vida, fazendo os recursos e serviços a eles destinados o mais próximo possível daqueles utilizados pelos demais indivíduos de seu grupo social (GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">O ‘deficiente pode se integrar na sociedade’ tornou-se, assim, a matriz política, filosófica e científica da Educação Especial. Este novo pensar sobre o espaço social das pessoas com deficiências tomou força em nosso país com o processo de redemocratização, e resultou em um redirecionamento significativo das políticas públicas, dos objetivos e da qualidade dos serviços de atendimento a esta população, marcando o desenvolvimento da área até nossos dias. Neste contexto surgiu o paradigma educacional denominado de Integração, o qual se propunha a oferecer aos alunos com deficiências o ambiente escolar menos restritivo possível. Este visava preparar alunos das classes e escolas especiais para ingressarem em classes regulares, quando receberiam, na medida de suas necessidades, atendimento paralelo em salas de recursos ou outras modalidades especializadas. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Contudo, com o passar do tempo, este modelo foi amplamente criticado, por exigir uma ‘preparação’ prévia dos alunos com deficiências para a sua integração no ensino regular. A Integração mantinha, assim, o problema centrado no aluno, ‘desresponsabilizando’ a escola, a qual caberia apenas ensinar àqueles que tivessem condições de acompanhar as atividades regulares, concebidas sem qualquer preocupação com as especificidades dos que apresentavam necessidades especiais. Conseqüentemente, a maior parte desses educandos manteve-se matriculada em escolas ou classes especiais, por não apresentar condições de ingresso nas turmas regulares. (BUENO, 2001; FERREIRA e GLAT, 2003; GLAT e FERNANDES, 2005; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">No bojo dessa discussão, as estratégias e práticas tradicionais da Educação Especial começaram a ser questionadas, desencadeando a busca por alternativas pedagógicas menos segregadas, oficializadas nas políticas públicas nacionais e internacionais. Culminando, na década de 1990, com a proposta da Educação Inclusiva. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">É importante frisar que apesar de Educação Inclusiva ser o discurso dominante nas diretrizes educacionais atuais, a inserção de alunos com deficiências ou outros comprometimentos no cotidiano das escolas brasileiras tem ocorrido (às vezes concomitantemente) sob os dois modelos educacionais discutidos: a Integração e Inclusão Escolar. No primeiro caso os alunos com deficiências (geralmente oriundos do ensino especial) são matriculados nas classes comuns, na medida em que demonstrem condições para acompanhar a turma, recebendo apoio especializado paralelo. No segundo caso, esses alunos, independente do tipo ou grau de comprometimento, são incluídos diretamente no ensino regular, cabendo à escola desenvolver mecanismos para atender às suas necessidades de aprendizagem no próprio contexto da classe comum. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Pesquisas na área têm demonstrado que na maioria dos estados e municípios brasileiros, a inserção de alunos com deficiências no ensino regular têm ocorrido de forma pontual e descontínua, em muitos casos seguindo, na prática, os preceitos da Integração (GLAT, FERREIRA, OLIVEIRA e SENNA, 2003; PLETSCH, 2005; GLAT, PLETSCH e FONTES, 2006). Observa-se, portanto, que embora as escolas privilegiem um discurso de aceitação à diversidade, no dia-a-dia não atendem às especificidades do processo ensino-aprendizagem dos alunos com necessidades educacionais especiais, que continuam sendo responsabilidade dos serviços de apoio especializado (GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Para Glat, Ferreira, Oliveira e Senna (2003, p. 60): </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">A maioria das experiências recolhidas indica que a experiência brasileira de inclusão é, de modo geral, iniciativa e competência da educação especial, a qual se encarrega do suporte e da coordenação de todas as ações concernentes ao aluno, incluindo-se o seu encaminhamento para classe regular, o planejamento da prática pedagógica, o apoio aos professores do ensino regular e a conscientização da comunidade escolar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">O estabelecimento da Educação Inclusiva como política educacional, implica, como já discutido, em uma reorganização da estrutura e cultura da escola para oferecer um ensino de qualidade para todos os educandos, inclusive para aqueles que apresentem necessidades educacionais especiais. Isto se refere tanto aos alunos com deficiências ou outras condições peculiares de desenvolvimento — até então atendidos exclusivamente pela Educação Especial — quanto para todos aqueles que, por alguma razão, para aprender o que é esperado para o seu grupo referência, precisam de diferentes formas de interação pedagógica e/ou suportes adicionais (recursos, metodologias e currículos adaptados), bem como tempos diferenciados, durante todo ou parte do seu percurso escolar (CORREIA, 1999; PLETSCH e FONTES, 2006; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Outro aspecto que merece ser abordado é o conceito de necessidades educacionais especiais, que vem sendo erroneamente utilizado como sinônimo de deficiência. O conceito de deficiência se reporta às condições orgânicas do indivíduo, que podem resultar em uma necessidade educacional especial, porém não obrigatoriamente. O conceito de necessidade educacional especial, por sua vez, está intimamente relacionado à interação do aluno com os conteúdos e a proposta educativa com a qual ele se depara no cotidiano escolar. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Como apontam Glat e Blanco (2007), necessidade educacional especial não é uma característica intrínseca do aluno, nem muito menos uma condição sintomática típica de um determinado grupo etiológico, supostamente homogêneo. É uma condição individual e específica, um produto da interação do aluno com o contexto escolar em que a aprendizagem deverá se dar. Assim, dois alunos com o mesmo tipo e grau de deficiência podem requisitar diferentes adaptações de recursos didáticos e metodológicos. Da mesma forma, um aluno que não tenha qualquer deficiência, pode, sob determinadas circunstâncias, apresentar dificuldades para aprendizagem escolar formal que demandem apoio especializado. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Certamente, existem condições orgânicas que tornam o sujeito mais propenso a encontrar dificuldades para aprender. Entretanto, a proposta da Educação Inclusiva se baseia justamente no pressuposto de que se a escola oferecer um currículo flexível e vinculado aos interesses individuais e sociais dos alunos, garantir acessibilidade de locomoção e comunicação em suas dependências, e desenvolver metodologias e práticas pedagógicas que atendam às demandas individuais, todos terão condições de aprender e se desenvolver juntos. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Destacam Glat e Blanco (2007, p. 6, grifo nosso): </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Essa mudança de olhar é decisiva, pois ao considerar que as necessidades educacionais especiais encontram-se na relação entre o processo ensino-aprendizagem do aluno e a proposta curricular desviamos o foco de atenção, anteriormente centrado nas dificuldades do aluno, direcionando-o para as respostas educacionais que a escola precisa lhe proporciona. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Necessidades educacionais especiais, portanto, são construídas socialmente, no ambiente de aprendizagem, não sendo, conseqüências inevitáveis da deficiência ou do quadro orgânico apresentado pelo indivíduo. São condições de natureza interativa e relativa (p. 12): </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">O caráter interativo surge na relação do sujeito com uma nova aprendizagem. A necessidade educacional especial se manifesta na ação individual e subjetiva de conhecer / aprender um novo ‘conteúdo’ social. O caráter relativo, por sua vez, resulta das condições em que as aprendizagens são efetivadas. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Entre essas condições escolares que garantem o atendimento às necessidades educacionais especiais de alunos com deficiências ou outros comprometimentos, destacam-se os suportes especializados. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Embora a legislação brasileira - na Educação, como em outras áreas - possa ser considerada bastante avançada para padrões internacionais, a promulgação de leis e diretrizes políticas ou pedagógicas não garante, necessariamente, as condições para o seu devido cumprimento. A implementação de um sistema de Educação Inclusiva não é tarefa simples; para oferecer um ensino de qualidade a todos os educandos, inclusive para os que têm alguma deficiência ou problema que afete a aprendizagem, a escola precisa reorganizar sua estrutura de funcionamento, metodologia e recursos pedagógicos, e principalmente, conscientizar e garantir que seus profissionais estejam preparados para essa nova realidade. No entanto, conforme Rodrigues (2006) enfatiza, esses aspectos não podem ser hipervalorizados em detrimento de análises político-estruturais mais amplas sobre os investimentos financeiros necessários para tornar as escolas verdadeiramente inclusivas. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Tem sido freqüentemente apontado, também, como uma das principais barreiras para a transformação da política de Educação Inclusiva em práticas pedagógicas efetivas a precariedade da formação dos professores e demais agentes educacionais para lidar com alunos com significativos problemas cognitivos, psicomotores, emocionais e/ou sensoriais, na complexidade de uma turma regular (BUENO, 1999; 2001; GLAT e NOGUEIRA, 2002; GLAT e PLETSCH, 2004; SOUZA, 2005; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Para Glat e Pletsch (2004) este aspecto afeta tanto os professores do ensino comum, quanto os da Educação Especial que lhes deveriam dar o suporte. No primeiro caso, verifica-se que os mesmos não têm experiência com esse tipo de educando, e mal dão conta, em suas classes lotadas, de um número grande de alunos que, embora não tenham deficiências específicas, apresentam inúmeros problemas de aprendizagem e/ou de comportamento. Os professores especializados, por sua vez, vêm construindo sua competência com base no conhecimento das dificuldades específicas do alunado que atendem, dando ênfase à diminuição ou compensação dos efeitos de suas deficiências. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Conforme bem apontado por Bueno (1993, 2001), a prática pedagógica inclusiva requer a formação de dois tipos de professores: a) os generalistas, regentes das classes regulares que teriam algum conhecimento e prática sobre a diversidade do alunado; b) os professores especialistas, capacitados para atuação com diferentes necessidades educacionais especiais. Estes seriam responsáveis pelo suporte, orientação e formação continuada dos professores do ensino regular visando à inclusão, bem como por atender diretamente aos alunos em modalidades como classes especiais, salas de recurso, ensino itinerante, de acordo com o prescrito no artigo 59 da Lei de Diretrizes e Bases (BRASIL, 1996): </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Os sistemas de ensino assegurarão aos educandos com necessidades especiais: [...] III - professores com especialização adequada em nível médio ou superior, para atendimento especializado, bem como professores do ensino regular capacitados para a integração desses educandos nas classes comuns; </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Assim, numa escola inclusiva o trabalho do professor regular e a atuação do professor especializado se complementam de maneira colaborativa. Para tal, é preciso que a formação pedagógica deste último tenha uma dimensão de docência ampla, aliada a aprofundamentos específicos que permitiriam o atendimento e suporte especializado. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">De acordo com Glat e Nogueira (2002) a dicotomia hoje existente entre ensino ‘especial’ e ‘regular’ é um reflexo da formação clássica do professor que privilegia uma concepção estática de desenvolvimento humano, com a conseqüente concepção de dois tipos distintos de processo ensino-aprendizagem: o ‘normal’ e o ‘especial’. No ensino ‘normal’ (ou regular) o professor estaria frente aos alunos que seguem o padrão de aprendizagem para o qual ele foi preparado durante sua formação; já no ‘especial’ estariam os alunos que apresentam os denominados ‘distúrbios ou dificuldades de aprendizagem’ e/ou aqueles com deficiências ou demais necessidades educacionais especiais, que constituíam (até então) o alunado da Educação Especial. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Como, em curto prazo, essa situação não se modificará, reafirmamos a importância do suporte do professor especializado na escola comum. Este aspecto é extremamente relevante, pois no entusiasmo da adesão à política de Educação Inclusiva, têm se observado em muitas redes escolares um enfraquecimento ou mesmo descontinuidade dos serviços educacionais especializados, com resultados nem sempre satisfatórios no que se refere ao processo de ensino-aprendizagem de alunos com necessidades educacionais especiais. Portanto, é preciso muita cautela na implementação de uma transformação radical e imediata do sistema educacional, antes de um acúmulo de experiências sistemáticas que permitam uma análise crítica do processo no contexto macro das políticas educacionais e, sobretudo, no contexto micro do cotidiano escolar (BUENO, 2006; PLETSCH e FONTES, 2006; FERREIRA, 2006; GLAT e BLANCO; 2007). A Educação Inclusiva tem que ser vista como um processo progressivo, dinâmico e contínuo, que pressupõe a adaptação do sistema escolar e de cada instituição, acompanhada de uma mudança da cultura escolar para aceitar a diversidade de estilos e ritmos de aprendizagem entre seu alunado. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Defendemos, também, que a opção da inclusão em classe comum deve ser feita com base na modalidade que, no momento, melhor proporcione ganhos ao sujeito com necessidades especiais. Levando em consideração a realidade educacional brasileira atual - número grande de alunos por turma, professores sem formação adequada, poucos recursos de acessibilidade, entre outros aspectos já apontados -, a classe comum nem sempre é a melhor alternativa para todos os alunos, sobretudo para os que apresentam comprometimentos graves (LIBERMAN, 2003; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Em outras palavras, nossa perspectiva de Educação Inclusiva, não se contrapõe à existência dos serviços especializados, nem mesmo das escolas ou instituições especiais, ditas segregadas. O que se pressupõe é a incorporação desses serviços sob uma nova concepção de trabalho colaborativo (CAPELLINI, 2004; MENDES, 2006; GLAT e BLANCO, 2007). </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Ou seja, ao invés de defender, como vem sendo feito em alguns meios, o fechamento das escolas especializadas, estamos propondo que as mesmas revejam o seu papel fortalecendo-se como centros de referência para formação de recursos humanos, pesquisas, produção de material adaptado, entre outras ações em prol do aprimoramento de estratégias de Educação Inclusiva. </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Considerações finais </p> <p class="MsoNormal" style="text-align:justify">Finalizando, lembramos que a proposta de inclusão não pode ser pensada de maneira desarticulada da luta pela melhoria e transformação da Educação como um todo, nem tampouco isolada do debate mais abrangente sobre as pressões econômicas, políticas, sociais e culturais que configuram a realidade brasileira contemporânea. Pois, incluir alunos com necessidades educacionais especiais num quadro escolar precário e sem o devido suporte especializado aos professores do ensino regular, não romperá por si só o circuito da exclusão. </p> <div class="MsoNormal"> <hr align="left" size="3" width="100%"> </div> <p class="MsoNormal">Referências</p> <p class="MsoNormal">AINSCOW, M. O que significa inclusão? Disponível em: Acesso em: 24 jul. 2004.<br />BRASIL. Lei Federal n. 9394/96 de 20 de dezembro de 1996. Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Diário Oficial da União, v. 134, n. 248, 22 dez. 1996.<br />BUENO, J. G. Educação especial brasileira: integração/segregação do aluno diferente. São Paulo: EDUC, 1993.<br />______. A inclusão de alunos diferentes nas classes comuns do ensino regular. Temas sobre desenvolvimento, São Paulo, v. 9, n. 54, p. 21-27, 2001.<br />CAPELLINI, V. L. M. F. Avaliação das possibilidades do ensino colaborativo no processo de inclusão escolar do aluno com deficiência mental. 2004. 300f. Tese (Doutorado em Educação Especial) - Universidade Federal de São Carlos, São Carlos. 2004.<br />CORREIA, L. de M. Alunos com necessidades educativas especiais nas classes regulares. Porto: Ed. Porto, 1999.<br />FERREIRA, J. R. Notas sobre a análise e investigação de políticas públicas em educação especial. In: JESUS, D. M.; BAPTISTA, C. R.; VICTOR, S. L. (Orgs). Pesquisa e educação especial: mapeando produções. Vitoria: Edufes, 2006. p. 59-85.<br />FERREIRA, J. R.; GLAT, R. Reformas educacionais pós-LDB: a inclusão do aluno com necessidades especiais no contexto da municipalização. In: SOUZA, D. B.; FARIA, L. C. M. (Orgs.) Descentralização, municipalização e financiamento da Educação no Brasil pós-LDB. Rio de Janeiro: DP&A, 2003. p. 372- 390.<br />GLAT, R. A Integração social dos portadores de deficiências: uma reflexão. Rio de Janeiro: Sette Letras, 1995.<br />GLAT, R.; NOGUEIRA, M. L. de L. Políticas educacionais e a formação de professores para a educação inclusiva no Brasil. Revista Integração, Brasília, v. 24, ano 14, p. 22-27, 2002.<br />GLAT, R.; FERREIRA, J. R; OLIVEIRA, E. da S. G.; SENNA, l. A. G. Panorama nacional da educação inclusiva no Brasil. Relatório de consultoria técnica, Banco Mundial, 2003. Disponível em: . Acesso em: 21 nov. 2003.<br />GLAT, R.; PLETSCH, M. D. O papel da universidade frente às políticas públicas para educação inclusiva. Revista Benjamin Constant, Rio de Janeiro, p. 3-8, 2004.<br />GLAT, R.; FERNANDES, E.M. Da Educação segregada à educação inclusiva: uma breve reflexão sobre os paradigmas educacionais no contexto da educação especial brasileira. Revista Inclusão, Brasília, v. 1, n. 1, p. 35-39, 2005.<br />GLAT, R.; FONTES, R. de S.; PLETSCH, M. D. Uma breve reflexão sobre o papel da Educação Especial frente ao processo de inclusão de pessoas com necessidades educacionais especiais em rede regular de ensino. Revista Inclusão Social, Duque de Caxias/RJ, n. 6, p. 13-33, nov. 2006.<br />GLAT, R.; PLETSCH, M. D.; FONTES, R. de S. O papel da educação especial no processo de inclusão escolar: a experiência da rede municipal de Educação do Rio de Janeiro. GLAT, R.; PLETSCH, M. D.; FONTES, R. In: REUNIÃO ANUAL DA ANPED: EDUCAÇÃO, 29., 2006. Caxambu/MG. Anais... Caxambu, MG, 2006.<br />GLAT, R.; BLANCO, L.de M. V. Educação especial no contexto de uma educação inclusiva. In: GLAT, R. (Org.). Educação inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: Ed. Sette Letras, 2007.<br />JESUS, D. M.; BAPTISTA, C. R.; VICTOR, S. L. (Orgs). Pesquisa e Educação Especial: mapeando produções. Espírito Santo: Edufes, 2006.<br />LIEBERMAN, L. M. Preservar a Educação Especial... Para aqueles que dela necessitam. In: CORREIA, L.M. (Org.). Educação Especial é inclusão: quem disser que uma sobrevive sem a outra não está no seu perfeito juízo. Porto: Porto Ed., 2003. p. 89-107.<br />MAZZOTTA, M. J. S. Educação Especial no Brasil: história e políticas públicas. São Paulo: Cortez, 2001.<br />MENDES, E. G. A. A pesquisa sobre inclusão escolar no Brasil: será que estamos caminhando de fato na busca de soluções para os problemas? In: JESUS, D. M.; BAPTISTA, C. R.; VICTOR, S. L. (Orgs). Pesquisa e Educação Especial: mapeando produções. Espírito Santo: Edufes, 2006.<br />MITTLER, P. Educação inclusiva: contextos sociais. Porto Alegre: Artmed, 2003.<br />PLETSCH, M. D. O ensino itinerante como suporte para educação inclusiva em escolas da rede municipal de educação do Rio de Janeiro. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, 2005.<br />PLETSCH, M. D.; FONTES, R. de S. La inclusión escolar de alumnos con necesidades especiales: directrices, prácticas y resultados de la experiencia brasileña. Revista Educar, Jalisco, México, n. 37, p. 87-97, 2006.<br />RODRIGUES, D. Inclusão e educação: doze olhares sobre a educação inclusiva. São Paulo: Summus, 2006.<br />SOUZA, C. da. C. Concepção do professor sobre o aluno com seqüela de paralisia cerebral e sua inclusão no ensino regular. 2005. Dissertação (Mestrado em Educação) - Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), Rio de Janeiro, 2005.<br />UNESCO. Declaração de Salamanca e linha de ação sobre necessidades educativas especiais. Brasília: CORDE, 1994.</p> <p class="MsoNormal">Correspondência</p> <p class="MsoNormal">Rosana Glat - Jardim Botânico 356/503 - Jardim Botânico, 22461-000 - Rio de Janeiro/RJ.<br />E-mail: rglat@terra.com.br</p> <p class="MsoNormal">Recebido em 15 de maio de 2007<br />Aprovado em 26 de julho de 2007</p> <p class="MsoNormal"> </p> <p class="MsoNormal">Fonte - http://coralx.ufsm.br/revce/revce/2007/02/a5.htm </p> <p class="MsoNormal"> </p>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-66642942243789606432011-07-24T17:30:00.001-07:002011-07-24T17:30:58.400-07:00Artigo -Pablo Gentili: Neoliberalismo e educação: manual do usuário<div style="text-align: center;"><a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzTqZwX-LK77warXqQic6yyP8TCA4PZ4wPV46MXF43BcFf28zWWTCU1MAvfyTY6yXj-rZFih6zlJm3_B0conHtONwFaiAW2hZOPEnEJHz7xsp6APlQt58KIshlzWrNNJz6IU_0vHEuqzY/s1600/sanja+gjenero.jpg"><img alt="" border="0" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5633072567528685442" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhzTqZwX-LK77warXqQic6yyP8TCA4PZ4wPV46MXF43BcFf28zWWTCU1MAvfyTY6yXj-rZFih6zlJm3_B0conHtONwFaiAW2hZOPEnEJHz7xsp6APlQt58KIshlzWrNNJz6IU_0vHEuqzY/s320/sanja+gjenero.jpg" style="cursor: pointer; height: 262px; width: 365px;" /></a></div><br />
<div class="content clearfix"> <strong> Pablo Gentili: <a href="http://www.cefetsp.br/edu/eso/manualusuario.html">Neoliberalismo e educação: manual do usuário</a><br />
</strong> Neste trabalho pretendo abordar criticamente algumas dimensões da configuração do discurso neoliberal no campo educacional.<br />
Começarei destacando a importância teórica e política de se compreender o neoliberalismo como um complexo processo de construção hegemônica. Isto é, como uma estratégia de poder que se implementa sentidos articulados: por um lado, através de um conjunto razoavelmente regular de reformas concretas no plano econômico, político, jurídico, educacional, etc. e, por ou através de uma série de estratégias culturais orientadas a impor novos diagnósticos acerca da crise e construir novos significados sociais a partir dos quais legitimar as reformas neoliberais como sendo as únicas que podem (e devem) ser aplicadas no atual contexto histórico de nossas sociedades.<br />
Tentarei mostrar de que forma esta dimensão cultural, característica de toda lógica hegemônica, foi sempre reconhecida como um importante espaço de construção política por aqueles intelectuais conservadores que, em meados deste século, começaram a traçar as bases teóricas e conceituada do neoliberalismo enquanto alternativa de poder. Em segundo lugar, tentarei apresentar algumas considerações gerais sobre como se constrói a retórica neoliberal no campo educacional.<br />
Pretendo identificar as dimensões que unificam os discursos neoliberais para além das particularidades locais que caracterizam os diferentes contextos regionais onde tal retórica é aplicada. Meu objetivo será questionar a forma neoliberal de pensar e projetar a política educacional. Finalizo destacando algumas das mais evidentes conseqüências da <em>pedagogia da exclusão </em>promovida pelos regimes neoliberais em nossas sociedades.'<br />
<h4>1.O neoliberalismo como construção hegemônica</h4>Explicar o êxito do neoliberalismo (é também, é claro, traçar estratégias para sua necessária derrota) é uma tarefa cuja complexidade deriva da própria natureza hegemônica desse projeto. Com efeito, o neoliberalismo expressa a dupla dinâmica que caracteriza todo processo de construção de hegemonia.<br />
Por um lado, trata-se de uma alternativa de poder extremamente vigorosa constituída por uma série de estratégias políticas, econômicas e jurídicas orientadas para encontrar uma saída dominante para a crise capitalista que se inicia ao final dos anos 60 e que se manifesta claramente já nos anos 70.<br />
Por outro lado, ela expressa e sintetiza um ambicioso projeto de reforma ideológica de nossas sociedades a construção e a difusão de um novo senso comum que fornece coerência, sentido e uma pretensa legitimidade às propostas de reforma impulsionadas pelo bloco dominante.<br />
Se o neoliberalismo se transformou num verdadeiro projeto hegemônico, isto se deve ao fato de ter conseguido impor uma intensa dinâmica de mudança material e, ao mesmo tempo, uma não menos intensa dinâmica de reconstrução discursivo-ideológica da sociedade, processo derivado da enorme força persuasiva que tiveram e estão tendo os discursos, os<strong> </strong>diagnósticos e as estratégias argumentativas, a retórica, elaborada e difundida por seus principais expoentes intelectuais (num sentido gramsciano, por seus inte<em>lectuais orgânicos. </em>O neoliberalismo deve ser compreendido na dialética existente entre tais esferas, as quais se articulam adquirindo mútua coerência.<br />
Com frequência costumamos enfatizar a capacidade (ou a incapacidade) que o neoliberalismo possui para impor com êxito seus programas de ajuste, esquecendo a conexão existente entre tais programas e a construção desse novo senso comum a partir do qual as maiorias começam aceitar , a defender como próprias) as receitas elaboradas pelas tecnocracias neoliberais.<br />
O êxito cultural mediante a imposição de um novo discurso que <em>explica </em>a crise e oferece um marco geral de respostas e estratégias para sair dela - se expressa na capacidade que os neoliberais tiveram de impor suas verdades como aquelas que devem ser defendidas por qualquer pessoa medianamente sensata e responsável. Os governos neoliberais não só transformam materialmente a realidade econômica, política, jurídica e social, também conseguem que esta transformação seja aceita como a única saída possível (ainda que, às vezes, dolorosa) para a crise.<br />
Desde muito cedo, os intelectuais neoliberais reconheceram que a construção desse novo senso comum (ou, em certo sentido, desse novo imaginário social) era um dos desafios prioritários para garantir<em> </em>o êxito na construção de uma ordem social regulada pelos princípios do livre-mercado e sem a interferência sempre perniciosa da intervenção estatal. Não se tratava só de elaborar receitas academicamente coerentes e rigorosas, mas, acima de tudo, de conseguir que tais fórmulas fossem aceitas, reconhecidas e válidas pela sociedade como a solução natural para antigos problemas estruturais.<br />
As obras de Friedrich A. Hayek e Milton Friedman, dois dos mais respeitados representantes da <em>intelligentsia</em> neoliberal, expressa com eloqüência, e por diferentes motivos, esta preocupação. Seus textos de intervenção política nos permitem observar a sagacidade desses intelectuais em reconhecer a importância política de acompanhar toda reforma econômica com uma necessária" mudança nas mentalidades, na cultura dos povos.<br />
Em seu prefácio de 1976 a<em> The</em> <em>Road to Serfdom (O caminho da servidão)</em>, Hayek lamentava que as idéias defendidas naquele texto fundacional, editado originariamente em 1944, continuassem, trinta anos depois, mantendo plena vigência, embora a prédica "intervencionista e coletivista' da social-democracia gozasse de boa saúde e relativa popularidade entre as maiorias.<br />
Passadas mais de três décadas, a sociedade ainda não tinha aceito plenamente o que para Hayek era uma evidência ineludível: toda forma de intervenção estatal constitui um sério risco para a liberdade individual e o caminho mais seguro para a imposição de regimes totalitários corno o da Alemanha nazista e o da União Soviética comunista.<br />
Trinta anos depois, o desafio de<em> O caminho da servidão</em> continuava aberto: só quando a sociedade reconhece o verdadeiro desafio da liberdade é possível evitar as armadilhas do coletivismo. Hayek não deixava margem a dúvidas sobre as conseqüências que derivavam de uma cultura mais disposta a reconhecer a necessidade da intervenção estatal que os méritos do livre-mercado.<br />
Se o homem comum não afirma na sua vida cotidiana o valor da competição, se a sociedade não aceita as enormes possibilidades modernizadoras que o mercado oferece quando passa a atuar sem a prejudicial interferência do Estado, as conseqüências - defendia o intelectual austríaco - são nefastas para a própria democracia: os piores serão os primeiros, o totalitarismo aumentará e a planificação centralizada tomará conta da vida das pessoas, impedindo-lhes de expressar seus desejos individuais, sua vocação de melhora contínua, sua liberdade de escolher.<br />
Hitler, Stalin e Mussolini não expressavam um ocasional desvio totalitário na história dos povos europeus, eram o espelho onde deveriam mirar-se aqueles líderes políticos que ainda confiavam na suposta eficácia da planificação estatal centralizada.<br />
Poucos anos depois, Milton Friedman enfrentava um panorama menos desolador. Seu livro <em>Free to Choose (Liber</em>dade <em>de Escolher), </em> publicado no início dos anos oitenta, tinha vendido rapidamente, nos Estados Unidos, mais de 400.000 exemplares em sua edição de luxo e várias centenas de milhares em sua edição popular.<br />
O principal expoente da Escola de Chicago se perguntava sobre as razões do incrível êxito este volume, sobretudo se comparado à "tímida" recepção que havia tido Capitalism and <em>Freedom </em>(Capitalismo e Liberdade), seu antecedente mais direto, embora publicado vinte anos antes. Por que <em>Liberdade de Escolher</em> tinha vendido em apenas poucas semanas o que <em> Capitalismo e Liberdade </em>vendeu durante vinte longos anos? Como explicar semelhante fato, se os dois livros abordavam a mesma problemática e defendiam as mesmas idéias? O espetacular impacto de <em>Free to Choose, </em>segundo o próprio Friedman, não podia ser exclusivamente atribuído à difusão alcançada pela série televisiva de mesmo nome que acompanhou o lançamento do livro e que o teve como protagonista.<br />
Antes disso, existia uma mudança mais profunda: a opinião pública havia mudado, as pessoas estavam mais receptivas à prédica insistente dos defensores do livre-mercado; as pessoas, agora estavam alertas para se defenderem da voracidade de um Estado disposto a monopolizar tudo, inclusive o bem mais apreciado pelo ser humano a liberdade individual.<br />
Em seu prefácio) de 1982 à nova edição de <em>Capitalism and </em>Freedom, Milton Friedman reconhecia satisfeito: 411 as idéias expostas e nonos dois livros ainda se acham muito distantes da corrente intelectual predominante, mas agora, pelo menos, respeitadas pela comunidade intelectual e parece que se tornaram quase comuns entre o grande público" (l985: 6), Margaret Thatcher já era Primeira Ministra da Inglaterra e Ronald Reagan, Presidente dos Estados Unidos. Helmut Khol acabara de ganhar as eleições na Alemanha... o neoliberalismo se transformava em uma verdadeira alternativa de poder no interior das principais potências do mundo capitalista.<br />
Obviamente, a penetração social desses discursos não foi produto do acaso nem apenas uma questão decorrente dos méritos intelectuais daqueles obstinados professores universitários. Será no contexto da intensa e progressiva crise estrutural do regime de acumulação fordista que a retórica neoliberal ganhará espaço político e também, é claro, densidade ideológica.<br />
Tal contexto oferecerá a oportunidade necessária para que se produza esta confluência histórica entre um pensamento vigoroso no plano filosófico e econômico (embora, até então, de escasso impacto tanto acadêmico quanto social) e a necessidade política do bloco dominante de fazer frente ao desmoronamento da fórmula keynesiana cristalizada nos Estados de Bem-estar. A intersecção de ambas as dinâmicas permite compreender a força hegemônica do neoliberalismo.<br />
Estes processos tiveram também eu impacto específico na América Latina. Com efeito, alguns países da região constituíram um verdadeiro laboratório de experimentação neoliberal de resultados aparentemente milagrosos. A América latina, de fato, foi o cenário trágico do primeiro experimento político do neoliberalismo em nível mundial: a dita dura do general Pinochet iniciada no Chile em 1973.<br />
Entretanto, a contribuição latino-americano ao neoliberalismo mundial não se esgotou na experiência chilena. Durante os anos 80, e no contexto das incipientes democracias pós-ditatoriais, o neoliberalismo chegará ao poder, na maioria das nações da região, pela via do voto popular.<br />
Algumas experiências, inclusive, transcenderam as fronteiras como modelos "exitosos" capazes de iluminar (de forma quase universal) o caminho de uma verdadeira e profunda reforma econômica, a partir da qual garantir a estabilidade monetária e política, a partir da qual garantir uma suposta governabilidade democrática. Durante a segunda metade do século XX, o neoliberalismo deixou, assim, de ser apenas uma simples perspectiva teórica produzida em confrarias intelectuais, a orientar as decisões governamentais em grande parte do mundo capitalista, o que inclui desde as nações do Primeiro e do Terceiro Mundo até algumas das mais convulsionadas sociedades da Europa Oriental.<br />
Cinco décadas de história teórica e quase vinte anos de experiência no exercício do poder permitem-nos identificar mais regularidades que, para além das especificidades locais, contribuem para a definição da natureza e do caráter dos programas de ajuste neoliberal num sentido global. Na seguinte, nosso interesse se concentrará nas regularidades apresentadas pela <em> retórica neoliberal </em>no campo educacional.<br />
Resumiremos a seguir algumas dimensões discursivas que configuram esta retórica, a partir da qual são elaboradas uma série de diagnósticos e, consequentemente, uma série de propostas políticas que devem, sob a perspectiva neoliberal, orientar uma profunda reforma do sistema escolar nas sociedades contemporâneas.<br />
Pretendo, desta forma, contribuir para a necessária tarefa de caracterizar a forma <em>neoliberal de pensar e projetar as políticas </em>. A possibilidade de conhecer e reconhecer a discursiva do neoliberalismo obviamente não é suficiente para freiar a força persuasiva de sua retórica. No entanto pode ajudar-nos a desenvolver mais e melhores estratégias de luta contra as intensas dinâmicas de exclusão social promovidas por tais políticas. Pretendo aqui contribuir minimamente para esse objetivo.<br />
Podemos nós aproximar de uma compreensão crítica da forma neoliberal de <em>pensar </em>e traçar a política educacional procurando responder, brevemente, a quatro questões:<br />
1. como entendem os neoliberais a crise educacional?<br />
2. quem são, de acordo com essa perspectiva, seus culpados?<br />
3. que estratégias definem para sair dela?<br />
4. quem deve ser consultado para encontrar uma saída para a crise?<br />
Em primeiro lugar é necessário destacar que na perspectiva neoliberal os sistemas educacionais enfrentam, hoje, uma profunda crise de eficiência, eficácia e produtividade, mais do que uma crise de quantidade, universalização e extensão.<br />
Para eles, o processo de expansão da escola, durante a segunda metade do século, ocorreu de forma acelerada sem que tal crescimento tenha garantido uma distribuição eficiente dos serviços oferecidos. A crise das instituições escolares é produto, segundo este enfoque, da expansão desordenada e "anárquica" que o sistema educacional vem sofrendo nos últimos anos. Trata-se fundamentalmente de uma crise de qualidade decorrente da improdutividade que caracteriza as práticas pedagógicas e a gestão administrativa da grande maioria dos estabelecimentos escolares.<br />
Neste sentido, a existência de mecanismos de exclusão e discriminação educacional resulta de forma clara e direta, da própria ineficácia da escola e da profunda incompetência daqueles que nela trabalham. Os sistemas educacionais contemporâneos não enfrentam, sob a perspectiva neoliberal, uma crise de democratização, mas uma crise gerencial. Esta crise promove, em determinados contextos, certos mecanismos de "iniqüidade" escolar, tais como a evasão, a repetência, o analfabetismo funcional etc.<br />
O objetivo político de democratizar a escola está assim subordinado ao reconhecimento de que tal tarefa depende, inexoravelmente, da realização de uma profunda <em>reforma </em>administrativa do sistema escolar orientada pela necessidade de introduzir mecanismos que regulem a eficiência, a produtividade, a eficácia, em suma: a <em>qualidade </em>dos serviços educacionais.<br />
Deste diagnóstico inicial decorre um argumento central na retórica construída pelas tecnocracias neoliberais: atualmente, inclusive nos países mais pobres, não faltam escolas, faltam escolas melhores; não faltam professores,, faltam professores mais qualificados; não faltam recursos para financiar as políticas educacionais, ao contrário, falta uma melhor distribuição dos recursos existentes.<br />
Sendo assim, transformar a escola supõe um enorme desafio gerencial: promover uma mudança substantiva nas práticas pedagógicas, tornando-as mais eficientes; reestruturar o sistema para flexibilizar a oferta educacional; promover uma mudança cultural, não menos profunda, nas estratégias de gestão (agora guiadas pelos novos conceitos de qualidade total); reformular o perfil dos professores, requalificando-os, implementar uma ampla reforma curricular, etc.<br />
Segundo os neoliberais, esta crise se explica, em grande medida, pelo caráter estruturalmente ineficiente do Estado para gerenciar as políticas públicas. O clientelismo, a obsessão planificadora e os improdutivos, labirintos do burocratismo estatal explicam, sob a perspectiva neoliberal, a incapacidade que tiveram os governos para garantir a democratização da educação e, ao mesmo tempo", a eficiência produtiva da escola.<br />
A educação funciona mal porque foi malcriadamente peneirada pela política, porque foi profundamente <em> estatizada. </em>A ausência de um verdadeiro mercado educacional permite compreender a crise de qualidade que invade as instituições escolares. Construir tal mercado, conforme veremos mais adiante, constitui um dos grandes desafios que as políticas neoliberais assumirão no campo educacional.<br />
Só esse mercado, cujo dinamismo e flexibilidade expressam o avesso de um sistema escolar rígido e incapaz, pode promover os mecanismos fundamentais que garantem a eficácia e a eficiência dos serviços oferecidos: a competição interna e o desenvolvimento de um sistema de prêmios e castigos com base no mérito e no esforço individual dos atores envolvidos na atividade educacional. Não existe mercado sem concorrência, sendo ela o pré-requisito fundamental para garantir aquilo que os neoliberais chamam de <em>eqüidade.</em><br />
A planificação centralizada e, certamente, o clientelismo que caracteriza as práticas estatais impedem e travam a liberdade individual de eleger, única garantia para o estabelecimento de um sistema de prêmios e castigos baseado em critérios verdadeiramente meritocráticos.<br />
Para os neoliberais, o Estado de Bem-estar e as diversas formas de populismo que conheceram nossos países têm intensificado os efeitos improdutivos que se derivam da materialização histórica destas práticas clientelistas<em>. </em>Ao criticar enfaticamente a interferência política na esfera social, econômica e cultural, o neoliberalismo questionar a própria noção de direito e a concepção de igualdade que serve(ao menos teoricamente) como fundamento filosófico da existência de uma esfera de direitos sociais nas sociedades democráticas. Tal questionamento supõe, na perspectiva neoliberal, aceitar que uma sociedade pode ser democrática sem a existência de mecanismos e critérios que promovem uma progressiva igualdade e que se concretizam na existência de um conjunto inalienável de direitos sociais e de uma série de instituições públicas nas quais tais direitos se materializam.<br />
Para os neoliberais a democracia não tem nada a ver com isso. Ela é simplesmente , um sistema político que deve permitir aos indivíduos desenvolver sua inesgotável capacidade de livre escolha na única esfera que garante e potencializa a referida capacidade individual: o mercado. A crise social se deriva, fundamentalmente, de que os sistemas institucionais dependentes da esfera do Estado (da política) não atuam eles mesmos como mercados. Isto ocorre, segundo a perspectiva neoliberal, no campo da saúde, da previdência, das políticas de emprego e também, é claro, da educação.<br />
De certa forma, a crise é produto da difusão (excessiva, aos olhos de certos neoliberais atentos) da noção de <em>cida</em>dania. Para eles, o conceito de cidadania em que se baseia a concepção universal e universalizante dos direitos humanos (políticos, sociais, econômicos, culturais etc.) tem gerado um conjunto de falsas promessas que orientaram ações coletivas e individuais caracterizadas pela improdutividade e pela falta de reconhecimento social no valor individual da competição.<br />
Com efeito, como já tentei demonstrar em outros trabalhos, a grande operação estratégica do neoliberalismo consiste em transferir a educação da esfera da política para a esfera do mercado questionando assim seu caráter de di<em>reito </em>e reduzindo-a a sua condição de propriedade.<br />
É neste quadro que se reconceitualiza a noção de cidadania, através de uma revalorização da ação do indivíduo enquanto pro<em>prietário, </em>enquanto indivíduo que luta para conquistar (comprar) propriedades-mercadorias diversa índole, sendo a educação uma delas. O modelo de homem neoliberal é o cidadão privatizado o <em> entrepreneur, o consumidor</em>.<br />
<h4>2. Os culpados</h4>Sendo assim, é relativamente fácil avançar na resposta à nossa segunda pergunta: (quem são os culpados pela crise educacional? Existem, desta perspectiva alguns responsáveis diretos e outros indiretos. Entre os primeiros se encontram, obviamente, o modelo de Estado assistencialista e uma das configurações institucionais que <em>o tem caracterizado</em>: os <em> sindicatos. </em><br />
A existência de <em>fortes sindicatos nacionais e </em>organizados em função de grandes setores de atividade, os quais proclamam a defesa de um interesse geral baseado na necessidade de construir e expandir a esfera dos direitos sociais, constitui, na perspectiva neoliberal, uma barreira intransponível para a possibilidade de desenvolver os já mencionados mecanismos de competição individual que garantem o progresso social.<br />
Nesse sentido os principais responsáveis pela crise educacional se encontram os próprios sindicatos de professores e todas aquelas organizações que defendem o direito igualitário a uma escola pública de qualidade. Entretanto, semelhante argumento apresenta um problema evidente. Com efeito, se o Estado e os sindicatos são os principais responsáveis pela crise, deveria supor-se que a simples redução do primeiro à sua mínima expressão e a desaparição definitiva dos segundos constituem uma garantia mais do que suficiente para superar a crise atual das instituições educacionais. Da perspectiva neoliberal isso e, o menos em parte, efetivamente assim. Porém, mesmo quando os neoliberais chegam ao poder e desenvolvem (muitas vezes com êxito) sua implacável desarticulação dos mecanismos de intervenção do Estado, e sua não menos implacável fragmentação das organizações sociais, nem sempre a crise educacional se soluciona.<br />
Na perspectiva neoliberal, isto acontece porque a crise educacional não se reduz apenas à existência de um certo modelo de Estado, nem ao caráter supostamente corporativo das entidades sindicais. O problema é mais complexo: os indivíduos são também culpados pela crise. e é culpada na medida em que as pessoas ajeitaram corno natural e inevitável o <em>status</em> <em>quo</em> estabelecido por aquele sistema improdutivo de intervenção estatal.<br />
Os pobres são culpados pela pobreza; os desempregados pelo desemprego; os corruptos pela corrupção; os faceados pelas violência urbana; os sem-terra pela violência no campo; os pais pelo rendimento escolar de seus filhos; os professores pela péssima qualidade dos serviços educacionais. <em><br />
</em><br />
<em>O neoliberalismo privatiza tudo, inclusive também o êxito e o fracasso social.</em> Ambos passam a ser considerados variáveis dependentes de um conjunto de opções individuais através das quais as pessoas jogam dia a dia seu destino, como num jogo de baccarat. Se a maioria dos indivíduos é responsável por um destino não muito gratificante é porque não souberam reconhecer as vantagens que oferecem o mérito e o esforço individuais através dos quais se triunfa na vida.<br />
É preciso competir, e uma sociedade moderna é aquela na qual só os melhores triunfam. Dito de maneira simples: a escola funciona mal porque as pessoas não reconhecem o valor do conhecimento; os professores trabalham pouco e não se atualizam, são preguiçosos; os alunos fingem que estudam quando, na realidade, perdem tempo, etc.<br />
Trata-se, segundo os neoliberais, de um problema cultural provocado pela ideologia dos direitos sociais e a falsa promessa de que uma suposta condição de cidadania nos coloca a todos em igualdade de condições para exigir o que só deveria ser outorgado àqueles que, graças ao mérito e ao esforço individual, se consagram como <em>consumidores </em>empre<em>endedores.</em><br />
A lógica competitiva promovida por um sistema de prêmios e castigos com base em tais critérios meritocráticos cria as condições culturais que facilitam uma profunda mudança institucional voltada para a Configuração de um verdadeiro mercado educacional. Superar a crise implica, então, o desafio de traçar as estratégias mais eficientes a partir das quais é possível construir tal mercado. Passemos a seguir para a terceira questão.<br />
<h4>3. As estratégias</h4>As políticas educacionais implementadas pelas administrações neoliberais permitem reconhecer uma série de regularidades que, para além das especificidades locais, caracterizam<em> </em>e unificam as estratégias de reforma escolar levadas a cabo por esses governos.<br />
Poderíamos dizer que existe um <em> consenso estratégico</em> entre os, intelectuais conservadores sobre como e com que receitas enfrentar a crise educacional. Obviamente, tal consenso decorre da formulação de um diagnóstico comum partir do qual é possível<em> explicar e descrever </em>os motivos que originaram a crise e, ao mesmo tempo, de uma identificação também comum sobre os supostos responsáveis por essa crise.<br />
A experiência internacional parece indicar a existência de um <em>Consenso de </em>Washington,, também no plano de reforma educacional. Na construção desse consenso desempenharam um papel central as agências internacionais, em especial, o Banco Mundial e, mais recentemente, uma série de intelectuais transnacionalizados (os experts) que, assumindo um papel pretensamente evangelizador, percorrem o mundo vendendo seus papers pré-fabricados a quem mais lhes oferecer. Retornaremos a esses mais adiante.<br />
Essas regularidades se expressam em uma série de <em>objetivos </em>que articulam e dão coerência às reformas educacionais implementadas pelos governos neoliberais:<br />
a) por um lado, a necessidade de estabelecer mecanismos de controle e avaliação da qualidade dos serviços educacionais (na ampla esfera dos sistemas e, de maneira específica, no interior das próprias instituições escolares)<br />
b) por outro, a necessidade de articular e subordinar produção educacional às necessidades estabelecidas pelo mercado de trabalho.<br />
O primeiro objetivo promove e, de certa forma, garante a materialização dos citados princípios meritocráticos competitivos. O segundo dá sentido e estabelece o rumo(o horizonte) das políticas educacionais, ao mesmo tempo que permite estabelecer critérios para avaliar a pertinência das propostas de reforma escolar. É o mercado de trabalho que emite os sinais que permitem orientar as decisões em matéria de política educacional. É a avaliação das instituições escolares e o estabelecimento de rigorosos critérios de qualidade o que permite dinamizar o sistema através de uma lógica de prêmios e castigos que estimulam a produtividade e a eficiência no sentido anteriormente destacado.<br />
Não vamos desenvolver aqui as características e o conteúdo que assumem essas estratégias de reforma. No entanto, é importante especificar brevemente duas questões relevantes vinculadas a tais objetivos. O neoliberalismo formula um conceito específico de <em>qualidade, </em>decorrente das práticas empresariais é transferido, sem mediações, para o campo educacional. As instituições escolares devem ser pensadas e avaliadas (isto é, devem julgados seus resultados), como se fossem empresas Produtivas. Produz-se nelas um tipo específico de mercadoria (o conhecimento, o aluno escolarizado, o currículo) e, conseqüentemente, suas práticas devem estar submetidas aos mesmos critérios de avaliação que se aplicam em toda empresa dinâmica, eficiente e flexível. Se os sistemas de <em>Total Quality Control </em>(TQC) têm demonstrado um êxito comprovado no mundo dos negócios, deverão produzir os mesmos efeitos produtivos no campo educacional.<br />
Por outro lado, é importante destacar que quando os neoliberais enfatizam que a educação deve estar subordinada às necessidades do mercado de trabalho, estão se referindo a uma questão muito específica: a urgência de que o sistema educacional se ajuste às demandas do mundo dos empregos. Isto não significa que a função social da educação seja garantir esse empregos e, menos ainda, criar fontes de trabalho. Pelo contrário, o sistema educacional deve promover o que os neoliberais chamam de empregabilidade.<br />
Isto é, a capacidade flexível de adaptação individual às demandas do mercado de trabalho. A função "social" da educação esgota-se neste ponto. Ela encontra o seu preciso limite no exato momento em que o indivíduo se lança ao mercado para lutar por um emprego. A educação deve apenas oferecer essa ferramenta necessária para competir nesse mercado. O restante depende das pessoas. Como no jogo de baccarat do qual nos fala Friedman, nada está aqui determinado de antemão, embora saibamos, que alguns triunfarão e outros estarão condenados ao fracasso.<br />
Uma dinâmica aparentemente paradoxal caracteriza a estratégias de reforma educacional promovidas pelos governos neoliberais: as lógicas articuladas de <em>descentralização </em>centralizante e de <em> centralização-descentralizada.</em><br />
<em></em>De fato por um lado, as estratégias neoliberais contra a crise educacional se configuram como uma clara resposta descentralizadora diante dos supostos perigos do planejamento estatal e dos efeitos improdutivos das burocracias governamental e sindicais. Transferem-se as instituições escolares da jurisdição federal para a estadual e desta para a esfera municipal: municipaliza-se o sistema de ensino. Propõe-se para níveis cada vez mais micro (inclusive a própria escola), evitando-se, assim, interferência "perniciosa" do centralismo governamental; desarticulam-se os mecanismos unificados de negociação com organizações dos trabalhadores da educação ,dinâmica que tende a questionar a própria necessidade das entidades sindicais; flexibilizam-se as formas de contratação e retribuições salariais dos docentes, etc.<br />
Mas, por outro lado e ao mesmo tempo, os governos neoliberais centralizam certas funções, as quais não são transferidas aos municípios, aos governos estaduais nem, muito menos, aos próprios professores ou à comunidade:<br />
a) a necessidade de desenvolver sistemas nacionais de avaliação dos sistemas educacionais(basicamente provas de rendimento aplicadas à população estudantil);<br />
b) a necessidade de desenhar e desenvolver reformas curriculares a partir das quais estabelecer os parâmetros e conteúdos básicos de um Currículo Nacional;<br />
c) associada à questão anterior a necessidade de desenvolver estratégias de formação de professores centralizadas nacionalmente e que permitam atualização dos docentes segundo o plano curricular estabelecido na citada reforma.<br />
O Estado neoliberal é mínimo quando deve financiar a escola pública e máximo quando define de forma centralizada o conhecimento oficial que deve circular pelos estabelecimentos educacionais, quando estabelece mecanismos verticalizados e antidemocráticos de avaliação do sistema e quando retira autonomia pedagógica às instituições e aos atores coletivos da escola, entre eles, principalmente, aos professores. <em>Centralização e descentralização </em> são as duas faces de uma mesma moeda: a dinâmica autoritária que caracteriza as reformas educacionais implementadas pelos governos neoliberais.<br />
Para compreender um pouco melhor a natureza da mudança institucional promovida pelo neoliberalismo nos âmbitos escolares, farei um pequeno parêntese. Estabelecerei, a título ilustrativo, uma analogia entre as funções atribuídas às instituições educacionais e a lógica que regula o funcionamento dos <em>fast foods </em>nas modernas sociedades de mercado. Esta comparação poderá nos permitir avançar na caracterização de um processo que denominaremos aqui mcdonaldização <em>da escola </em>e que, na minha perspectiva, sintetiza de forma eloqüente o sentido assumido pela reforma neoliberal levada a cabo nos âmbitos educacionais.<br />
<h4>3. 1. A mcdonaldização da escola</h4>Os processos de mcdonaldização têm sido destacados por alguns autores para referir-se à transferência dos princípios que regulam a lógica de funcionamento dos <em>fast foods a </em>espaços institucionais cada vez mais amplos na vida social do capitalismo contemporâneo. A mcdonaldização da escola, processo que se concretiza em diferentes e articulados planos (alguns mais gerais e outros mais específicos), constitui uma metáfora apropriada para caracterizar as formas dominantes de reestruturação educacional propostas pelas administrações neoliberais.<br />
Na ofensiva antidemocrática e excludente promovida pelo ambicioso programa de reformas estruturais impulsionado pelo neoliberalismo, as instituições educacionais tendem a ser pensadas e reestruturadas sob o modelo de certos padrões produtivistas e empresariais. <br />
Já temos enfatizado que os neoliberais definem um conjunto de estratégias dirigidas a transferir a educação da esfera dos direitos sociais à esfera do mercado. A ausência de um verdadeiro mercado educacional (isto é, a ausência de mecanismos de regulação mercantil que configurem as bases de um mercado escolar) explica a crise de produtividade da escola.<br />
Para os neoliberais, o reconhecimento desse fato permite orientar urna saída estratégica mediante a qual é possível conquistar, sem "falsas promessas", uma educação de qualidade e vinculada às necessidades do mundo moderno: as instituições escolares devem funcionar como empresas produtoras de serviços educacionais. A interferência estatal não pode questionar o direito de livre escolha que os <em>consumidores</em> <em>de </em>educação devem realizar no mercado escolar. Apenas um conglomerado de instituições com essas características pode obter níveis de eficiência baseados na competição e no mérito individual. Os McDonald's constituem um bom exemplo de organização produtiva com tais atributos e, nesse sentido, representam um bom modelo organizacional para a modernização escolar. Vejamos algumas das possíveis coincidências entre ambas as esferas. Em primeiro lugar, os<em> fast foods, </em>e as escolas têm um ponto básico em comum. Ambos existem para dar conta de duas necessidades fundamentais nas sociedades modernas: comer e ser socializado escolarmente. Embora a primeira seja uma necessidade tão antiga quanto a própria Humanidade e a segunda nem tanto, não existiria, aparentemente, nenhuma originalidade nas funções que atualmente são cumpridas tanto pelos McDonald's quanto pelas escolas. Entretanto, aqui, como na produção de toda mercadoria, o importante não é apenas a coisa produzida (o hambúrguer ou o conhecimento oficial), mas a forma histórica que adquire a produção desses processos, quer se trate da indústria da comida rápida, quer se trate da indústria escolar. Isto é, o que unifica os McDonalds e a utopia educacional dos homens de negócios é que, em ambos, a mercadoria oferecida deve ser produzida de forma rápida e de acordo com certas e rigorosas normas de controle da eficiência e da produtividade. O modelo McDonald's tem demonstrado, graças à universalização do hambúrguer, uma enorme capacidade para ter sucesso no mercado da alimentação "rápida" (se é que o termo "alimentação" pode ser aplicado nesse caso).<br />
A escola, pelo contrário, no que se refere a suas funções educacionais, não tem sido tão bem sucedida, se avaliada sob a ótica empresarial defendida pelos neoliberais. Os princípios que regulam a prática cotidiana dos McDonald's, em todas as cidades do planeta, bem que poderiam ser aplicados às instituições escolares que pretendem percorrer a trilha da excelência: "qualidade, serviço, limpeza e preço". A rigor na perspectiva dos homens de negócios, esses princípios devem regular toda prática produtiva moderna. O próprio fundador dessa cadeia de restaurantes, Ray Kroc, tem dito, sem falsa modéstia: "se me tivessem dado um tijolo cada vez que repeti essas palavras, creio que teria podido construir uma ponte sobre o Oceano Atlântico" (Peter & Waterman, 1984: 170). A escola, pensada e projetada como uma instituição prestadora de serviços, deve adotar esses princípios de demonstrada eficácia para obter certa liderança em qualquer mercado.<br />
Esse aspecto de caráter geral se vincula a outra coincidência (ou melhor, a outra lição) que os McDonald's oferecem às instituições educacionais. De forma bastante simples, podemos dizer que os <em>fast foods </em> surgiram para responder a uma demanda da sociedade moderna pós-industrial: as pessoas correm muito; estão, em grande parte do dia, fora de casa; e têm pouco tempo para comer. Entre os<em> fast foods</em> realmente existentes, o McDonald's adquiriu liderança mundial, aproveitando-se daquilo que na terminologia empresarial se denomina "vantagens comparativas". Uma grande capacidade administrativa permitiu que essa empresa conquistasse um importante nicho no mercado da comida rápida. Algumas das correntes dominantes entre as perspectivas acadêmicas dos homens de negócios enfatizam que a capacidade competitiva de uma empresa (e inclusive de uma nação) se define por seu dinamismo e flexibilidade para descobrir e ocupar determinados segmentos (ou nichos) que se abrem à competição empresarial. Assim, os mercados expressam tendências e necessidades heterogêneas. Reconhecer tal diversidade faz parte da habilidade empresarial daqueles que conduzem as grandes corporações conseguem sobreviver à intensa competição inter-empresarial.<br />
O que é tudo isso tem a ver com a educação? A resposta é simples: se o sistema escolar tem que se configurar como<em> mercado</em> <em>educacional, </em>as escolas devem definir estratégias competitivas para atuar em tais mercados, conquistando nichos que respondam de forma específica à diversidade existente nas demandas de consumo por educação. Mcdonaldizar, a escola supõe pensá-la como urna instituição flexível que deve reagir aos estímulos (os sinais) emitidos por um mercado educacional altamente competitivo. <br />
Entretanto, alguém, provavelmente intrigado, poderia perguntar qual é a razão que explica que o mercado educacional deva ser necessariamente competitivo. Os neoliberais respondem a essa questão também de forma simples: assim como as pessoas precisam comer hambúrgueres porque o trabalho (e, claro, a mídia) o exige, também precisam educar-se porque o conhecimento se transformou na chave de acesso à nova <em>Sociedade do saber.</em><br />
Na perspectiva dos homens de negócios, nesse novo modelo de sociedade, a escola deve ter por função a transmissão de certas competências e habilidades necessárias para que as pessoas atuem competitivamente num mercado de trabalho altamente seletivo e cada vez mais restrito. A educação escolar deve garantir as funções de classificação e hierarquização dos postulantes aos futuros empregos (ou aos empregos do futuro). Para os neoliberais, nisso reside a "função social da escola". Semelhante "desafio" só pode ter êxito num mercado educacional que seja, <em>ele próprio, </em>uma instância de seleção meritocrática, em suma, um espaço altamente competitivo.<br />
A necessidade de permitir a competição inter-institucional (escola versus escola) explica a ênfase neoliberal no desenvolvimento de mecanismos de desregulamentação, flexibilização da oferta e livre escolha dos consumidores na esfera educacional. Entretanto, essa questão não esgota a <em> reforma competitiva </em>que os neoliberais pretendem impor na esfera escolar. Nessa perspectiva, a competição deve caracterizar a própria lógica interna das instituições educacionais. A possibilidade de construção de um mercado escolar competitivo depende, entre outros fatores, da difusão de rigorosos critérios de competição interna que regulem as práticas e as relações cotidianas da escola. Algo similar ocorre nos McDonald's.<br />
De fato, os sistemas de controle e promoção de pessoal no McDonald's são conhecidos (e em muitas ocasiões tomados como modelos) pelo uso eficaz de um sistema de incentivos que promove uma dura e implacável competição interna entre os trabalhadores bem como a difusão de um sistema de prêmios e castigos dirigidos a motivar o "pertencimento" e a adesão incondicional à empresa.<br />
Esses mecanismos estão sendo cada vez mais difundidos nos âmbitos escolares até mesmo quando as normas jurídicas vigentes não o permitem). Quem mais produz mais ganha. E só é possível saber quem mais produz quando se avaliam rigorosamente os atores envolvidos no processo pedagógico(sejam professores, alunos, funcionários etc.). Os prêmios à produtividade são, tal como no McDonald's, tanto meramente simbólicos(quadro de honra, empregado do mês), quanto materiais(aumento salarial, prêmios em espécie, promoção de categoria). A educação deve ser pensada como um grande campeonato. Nela, os triunfadores sabem que o primeiro desafio é assumirem-se como ganhadores. "Tu pertences à equipe dos campeões!", costuma repetir orgulhoso Ray Kroe em suas habituais arengas à sua tropa de despachantes de hambúrgueres e batatas fritas baratas. Espírito de luta, de auto-superação, de confiança no valor do mérito, certeza de saber que quem está ao nosso lado só atrapalha nosso caminho ao sucesso. Nada mais apreciado na escola do que o título de <em>Mestre do Ano. </em>Nada mais cobiçado no McDonald's do que o prêmio <em>All American Hamburguer-Maker. </em><br />
A pedagogia da Qualidade Total se inscreve nessa forma particular de compreender os processos educacionais, não sendo mais do que uma tentativa de transferir para a esfera escolar os métodos e as estratégias de controle de qualidade próprios do campo produtivo.<br />
O processo de mcdonaldização da escola também tem seu efeito no campo do currículo e na formação de professores. Quem se aventurar a estudar com mais detalhes os <em>fast foods</em>(tarefa que constituiria uma grande contribuição para compreender melhor nossas escolas) poderá encontrar uma surpreendente similitude entre os mecanismos de planejamento dos cardápios nesse tipo de negócio e as estratégias neo-tecnicistas de reforma curricular. O caráter assumido pelo planejamento dos currículos nacionais, no contexto da reforma educacional promovida pelos regimes neoliberais poderia muito bem ser entendido como um processo de macdonaldização do conhecimento escolar.<br />
Ao mesmo tempo, no contexto desses processos de modernização conservadora, as políticas de formação de docentes vão se configurando como pacotes fechados de treinamento (definidos sempre por equipes de técnicos, <em> experts </em>e até consultores de empresas!) planejados de forma centralizada, sem participação dos grupos de professores envolvidos no processo de formação, e apresentando uma alta <em>transferibilidade </em>(ou seja, com grande potencial para serem aplicados em diferentes contextos geográficos e com diferentes populações) É essa, precisamente, uma das características que têm facilitado a expansão internacional de uma empresa como o McDonald's.<br />
Esse tipo de ernpresa tem tido um papel fundamental no desenvolvimento daquilo que poderíamos chamar aqui <em>"pedagogia fast </em>food": sistemas de treinamento rápido com grande poder disciplinador e altamente centralizados em seu planejamento e aplicação. A Hamburguer University de McDonald's em Chicago e sua competidora, a Harvard dos preparadores de batatas fritas, a Burger King University, na perspectiva dos homens de negócios, constituem invejáveis modelos de instituições educacionais de novo tipo. Assim, inclusive, aparecem manuais que estimulam o êxito empresarial, enfatizando o novo valor e a centralidade do conhecimento na sociedade do futuro. Formar um professor não costuma ser considerada uma tarefa mais complexa do que a de treinar um preparador de Hamburguer.<br />
Por último, a mcdonaldização do campo educacional se expressa através das cada vez mais freqüentes formas de terceirização (pedagógica e não-pedagógica) que tendem a caracterizar o trabalho escolar nos programas de reforma propostos (e impostos) pelo neoliberalismo.<br />
Vejamos. Uma loja do McDonald's (suponhamos, em Moscou) é sempre um espaço de integração de diversos trabalhos parciais realizados em outras unidades produtivas. De certa forma, o <em>Big Mac é </em>a síntese "dialética de uma série de contribuições terceirizadas: por um lado, existe quem produz a carne, quem fabrica o pão, quem fornece o ketchup e, por outro, quem cultiva os pepinos. O McDonald's da Praça Vermelha simplesmente articula com a mesma eficiência e limpeza que o McDonald's da Quinta Avenida( em Nova York) esses insumos, os quais, todos juntos, dão origem a esse grande invento da cultura americana que são duas pequenas bolas achatadas de carne moída cujo suporte são dois pedaços de pão. <em>O Big Mac </em> só pode ser compreendido, a partir da perspectiva de um <em>expert </em>na indústria de hambúrgueres, como o resultado de uma criativa planificação centralizada e uma não menos criativa descentralização das funções exigidas para a elaboração de um produto cujos insumos são fornecidos por um número variável de produtores. A aplicação de uma série de rígidos controles de qualidade (também centralizados) garante uma alta produtividade, além da redução dos custos de produção e, em conseqüencia, um aumento da rentabilidade obtida por esses restaurantes. Essa racionalidade se aplica também ao campo educacional . A lógica do lucro e da eficiência penetra as administrações neoliberais. É nesse contexto que a terceirização do trabalho educacional constitui uma forma de mcdonaldizar a própria escola.<br />
Alguém de espírito certamente apocalíptico poderia dizer, com razão, que a mcdonaldização da escola não se aplica a um dos atributos que tem caracterizado o notório crescimento dos <em>fast foods </em>nesta segunda metade do século X: sua progressiva universalização. Analisando as condições atuais do desenvolvimento capitalista, poderíamos suspeitar, com efeito, que os McDonald's têm melhor futuro o que a escola pública. Provavelmente, as vantagens comparativas dos fast foods permitirão que, em muitos de nossos países, os hambúrgueres e as batatas fritas se democratizem mais rapidamente do que o conhecimento. Entretanto, este é um problema de caráter especulativo que excede nossas possibilidades de reflexão? ao menos por enquanto.<br />
O processo de mcdonaldização da escola deve ser considerado de forma "relacional". Não se trata de um fato isolado e arbitrário. Pelo contrário , ele só pode ser explicado no contexto do profundo processo de reestruturação política, econômica , jurídica e também, é claro, educacional que está ocorrendo no capitalismo de fim de século. A crise do fordismo e a configuração de um novo regime de acumulação pós-fordista permite entender . o caráter e a natureza das reformas impulsionadas pelos regimes neoliberais na esfera escolar. Na economia capitalista se articulam novos mapas institucionais cuja <em>geografia do benefício </em>produz e reproduz novas e velhas formas de exclusão e desintegração social.<br />
A escola não é alheia a esses processos; sua própria estrutura e funcionalidade é colocada em questionamento por tais dinâmicas. O processo mcdonaldização expressa essa mudança institucional dirigida a conformar as bases de uma escola toyotizada, uma escola de alto desempenho, a administrada pelos novos líderes gerenciais, os quais planejam formas de aprendizagem de novas habilidades exigidas por um local de trabalho reestrurado, formas que sejam "concretas", "práticas"", ligadas à vida real e organizadas através de equipes de trabalho (Wexler- 1995: 162).<br />
De qualquer forma, é importante destacar que essa nova racionalidade do aparato escolar se constrói sobre aqueles princípios que regulavam a escola taylorista. Trata-se de um processo de reestruturação educacional onde se articulam novas e velhas dinâmicas organizacionais, onde se definem novas e velhas lógicas produtivistas através das quais a reforma escolar se reduz a uma série de critérios empresariais de caráter alienante e excludente.<br />
<br />
4. Os sabichões<br />
Tendo chegado a este ponto, procuraremos responder à nossa última pergunta: quem, na perspectiva neoliberal, deve ser consultado para poder superar a atual crise educacional? Poderíamos formular nossa pergunta de forma negativa: quem não deve ser consultado? A resposta é, em princípio, simples: os próprios culpados pela crise (especialmente, é claro, os sindicatos e aqueles "perdedores" que sofrem as conseqüências do infortúnio e a desgraça econômica por terem desconfiado do esforço e da perseverança meritocrática que permitem triunfar na vida, ou seja: as grandes maiorias). Defender e promover aquele velho e "improdutivo" modelo de Estado de Bem-Estar parece também não ser um bom caminho para superar a crise.<br />
Quem, então, deve ser consultado? Quem pode nos ajudar a sair da crise? Obviamente, os exitosos: os homens de negócios. O raciocínio neoliberal é, neste aspecto, transparente: se os empresários souberam triunfar na vida (isto é, se souberam desenvolver-se com êxito no mercado) e o que está faltando em nossas escolas é justamente "concorrência", quem melhor do que eles para dar-nos as "dicas" necessárias para triunfar? O sistema educacional deve converter-se ele mesmo em um mercado.... devem então ser consultados aqueles que melhor entendem do mercado para ajudar-nos a sair da improdutividade e da ineficiência que caracterizam as práticas escolares e que regula a lógica cotidiana das instituições educacionais em todos os níveis. É nesse contexto que deve ser compreendida a atitude mendicante e cínica dos governantes que solicitam aos empresários "humanistas" a <em>adoção </em>de uma escola.<br />
Se cada empresário adotasse uma escola, o sistema educacional melhoraria de forma quase automática graças aos recursos financeiros que os "padrinhos" distribuiriam (doariam), bem como aos princípios morais que, vinculados a urna certa filosofia da <em>qualidade total, </em>da cultura do trabalho e idade do esforço individual, eles difundiriam na comunidade escolar.<br />
No entanto, a questão não se esgota aqui. Em certo sentido, para os neoliberais, a crise envolve um conjunto de problemas técnicos (ou seja: <em>pedagógicos) </em>desconhecidos pelos empresários, mas que também devem ser resolvidos de forma eficiente. Assim, sair da crise pressupõe consultar <em>os especialistas e técnicos </em>competentes que dispõem do saber instrumental necessário para levar a cabo as citadas propostas de reforma: peritos em currículo, em formação de professores à distância, especialistas em tomadas de decisões com escassos recursos, sabichões reformadores do Estado, intelectuais competentes em redução do gasto público, doutores em eficiência e produtividade, etc. Alguém candidamente poderia perguntar-se de onde tirar tanta gente. A resposta a semelhante questão pode ser encontrada nos corredores dos Ministérios de educação de qualquer governo neoliberal: são os organismos internacionais (especialmente o Banco Mundial<u>)</u> os que fornecem todo tipo de especialistas nestas matérias. Para trabalhar nestes organismos, que não são precisamente de beneficência e ajuda mútua, basta fazer projetos que se retro-alimentem a si mesmos e, de preferência, ter sido de esquerda na puberdade profissional.<br />
<h4>III. Conclusão</h4>O aumento da pobreza e da exclusão conduzem à conformação de sociedades estruturalmente divididas nas quais, necessariamente<em>, </em>o acesso às instituições educacionais de qualidade e a permanência nas mesmas tende a transformar-se em um privilégio do qual gozam apenas as minorias. A discriminação educacional articula-se desta forma com os profundos mecanismos de discriminação de classe, de raça e gênero historicamente existentes em nossas sociedades. Tais processos caracterizam a dinâmica social assumida pelo capitalismo contemporâneo, apesar dos mesmos se) ) concretizarem com algumas diferenças regionais evidentes no contexto mais amplo do sistema mundial. De fato, o capitalismo avançado também tem sofrido a intensificação deste tipo de tendências no seio de sociedades aparentemente imunes ao aumento da pobreza, da miséria e da exclusão. <br />
Dois processos decorrentes das políticas neoliberais produzem também um impacto direto na esfera das políticas educacionais: a dificuldade (ou, em alguns casos, a impossibilidade) de manter expandir mecanismos democráticos de governabilidade, e o aumento acelerado da violência. social, política e econômica contra os setores populares urbanos e rurais<br />
Por outro lado, e ao mesmo tempo, a crescente difusão de intensas relações de Corrupção - sendo a corrupção política apenas uma das expressões mais eloqüentes deste processo - tende a criar as bases materiais e culturais um tecido social marcado pelo individualismo e pela ausência de mecanismos de solidariedade coletiva. O <em>darwinismo social</em> intensifica o processo de fragmentação e de divisão estrutural produzido no interior das sociedades neoliberais. A corrupção como problema que ultrapassa o âmbito da moral particular das elites políticas e econômicas, isto é, como lógica cultural, constitui um fator característico deste processo de desagregação e desintegração social. Tal lógica cultural penetra capilarmente em todas as instituições principalmente nas educacionais, as quais tendem a Converter-se em promotoras e difusoras desta nova forma de individualismo exacerbado. <br />
Em suma, os governos neoliberais deixaram (e estão deixando) nossos países muito mais pobres, mais excludentes, mais desiguais. Incrementaram (e estão incrementando) a discriminação social, racial e sexual, reproduzindo os privilégios das minorias. Exacerbaram (e estão exacerbando) o individualismo e a competição selvagem, quebrando assim os laços de solidariedade coletiva e intensificando um processo antidemocrático de seleção "natural" onde os "melhores"" triunfam e os piores perdem. E, em nossas sociedades dualizadas, os "melhores" acabam sendo sempre as elites que monopolizam o poder político, econômico e cultural, e os "piores", as grandes maiorias submetidas a um aumento brutal das condições de pobreza e a uma violência repressiva que nega não apenas os direitos sociais, mas, principalmente, o mais elementar direito à vida.<br />
A resposta neoliberal é simplista e enganadora: promete mais mercado quando, na realidade, é na própria configuração do mercado que se encontram as raízes da exclusão e da desigualdade. É nesse mercado que a exclusão e a desigualdade se reproduzem e se ampliam. O neoliberalismo nada nos diz acerca de como atuar contra as causas estruturais da pobreza; ao contrário, atua intensificando-as.<br />
O desafio de uma luta efetiva contra as políticas neoliberais é enorme e complexo. A esquerda não deve ser arrastada (ou arrasada) pelo pragmatismo conformista e acomodado segundo o qual o ajuste neoliberal é, hoje, a única opção possível para a crise. Para os que atuamos no campo educacional, a questão é simples e iniludível: logo após o dilúvio neoliberal as nossas escolas serão muito piores do que já são agora. Não se trata apenas de um problema de qualidade pedagógica (embora também o seja), serão piores porque serão mais excludentes.<br />
Os neoliberais estão tendo um grande êxito em impor seus argumentos como verdades que se derivam da natureza dos fatos. Desarticular a aparentemente inquestionável nacionalidade natural do discurso neoliberal Constitui apenas um dos desafios que temos pela frente. No entanto, trata-se de um desafio do qual depende a possibilidade de se construir uma nova hegemonia que dê sustentação material e cultural a uma sociedade plenamente democrática e igualitária.<br />
<em> </em>Pessimismo da inteligência,<em> </em>otimismo da vontade. Nunca a sentença gramsciana teve tanta vigência. Nosso pessimismo da inteligência deve permitir-nos considerar criticamente a magnitude da ofensiva neoliberal contra a educação das maiorias. Nosso otimismo da vontade deve manter-nos ativos na luta contra um sistema de exclusão social que quebra as bases de sustentação democrática do,. direito à educação como pré-requisito básico para a conquista da cidadania, uma cidadania plena que só pode ser concretizada numa sociedade radicalmente igualitária.<br />
<strong> (Texto tirado do livro "Escola S.A.", Tomaz Tadeu da Silva e Pablo Gentili - org.)<br />
<div style="font-weight: normal;"><span style="font-size: xx-small;">Fonte -</span></div><span style="font-size: xx-small;"><span style="font-weight: normal;">http://firgoa.usc.es/drupal/node/3036</span></span><br />
</strong> </div>Célia Costahttp://www.blogger.com/profile/03133123385469509241noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-14289013910018553682011-07-24T12:28:00.000-07:002011-07-24T12:33:55.612-07:00Artigo - Educação no Brasil segundo dados do IBGE<span class="Apple-style-span" style="font-family: Trebuchet, 'Trebuchet MS', Arial, sans-serif; "><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span">A situação da educação no Brasil apresentou melhorias significativas na <a href="http://juraciprofessora.blogspot.com/" style="color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: none; ">última década do século XX</a>: houve queda substancial da taxa de analfabetismo e, ao mesmo tempo, aumento regular da escolaridade média e da freqüência escolar (taxa de escolarização). No entanto, a situação da educação no Brasil ainda não é satisfatória, principalmente em algumas das cinco grandes regiões do país.<br />Veja nos gráficos que seguem as <a href="http://juraciprofessora.blogspot.com/" style="color: rgb(0, 0, 0); text-decoration: none; ">estatísticas educacionais</a> produzidas pelo IBGE, mas antes, acompanhe no quadro abaixo a descrição sucinta do Sistema Educacional Brasileiro.</span></div><div style="font-weight: bold; font-size: 14px; text-align: justify; "><br /></div><div style="font-weight: bold; font-size: 14px; text-align: justify; "><br /></div><br /><table align="center" bg="" border="1" cellpadding="10" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><tbody><tr height="14"><td align="center"><span style="color: rgb(255, 206, 0); font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: x-small; "><b>O Sistema Educacional Brasileiro</b></span></td></tr><tr><td><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><b style="color: rgb(255, 206, 0); "><i>Educação infantil</i></b><br /></span><br /><ul type="square"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><li>destinada a crianças de 0 a 6 anos de idade. Compreende creche e pré-escola;</li></span></ul></td></tr><tr><td><span style="color: rgb(255, 206, 0); font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><b><i>Ensino fundamental (1º Grau)</i></b><br /></span><br /><ul type="square"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><li>abrange a faixa etária de 7 a 14 anos e com duração de 8 anos. É obrigação do Estado garantir a universalidade da educação neste nível de ensino.</li></span></ul></td></tr><tr><td><span style="color: rgb(255, 206, 0); font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><b><i>Ensino médio (2º Grau) e médio profissionalizante</i></b><br /></span><br /><ul type="square"><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><li>Duração variável entre 3 e 4 anos;</li></span></ul></td></tr><tr><td><span style="color: rgb(255, 206, 0); font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><b><i>Ensino superior</i></b><br /></span><span class="Apple-style-span" ><br /></span><ul type="square"><span class="Apple-style-span" ><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; "><li>Compreende a graduação e a pós-graduação. Os cursos da graduação têm duração de 4 a 6 anos. Na pós-graduação, a duração varia de 2 a 4 anos, para os cursos de mestrado, e entre 4 a 6 anos, para o doutorado.</li></span><span style="font-family: Verdana, Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: xx-small; ">Além desses níveis, o sistema educacional atende aos alunos portadores de necessidades específicas, preferencialmente, na rede regular de ensino. Esse atendimento ocorre desde a educação infantil até os níveis mais elevados de ensino. Atende, também, ao jovem e ao adulto que não tenham seguido ou concluído a escolarização regular, na idade própria, através dos cursos e exames supletivos.</span></span></ul></td></tr></tbody></table><div style="font-weight: bold; font-size: 14px; text-align: justify; "></div><div style="font-weight: bold; text-align: justify; "><span class="Apple-style-span"><b><br /></b></span></div><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span"><b style="font-weight: bold; ">Taxa de analfabetismo</b><b> </b><br />Na última década do século XX - 1991/2000, a taxa de analfabetismo de pessoas de 15 anos ou mais de idade caiu de 20,1% para 13,6 % .<br />Confira na tabela abaixo.</span></div><br /><table align="center" border="1" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><tbody><tr bg=""><td colspan="2"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Taxa de analfabetismo de pessoas<br />de 15 anos ou mais de idade Brasil</span></td></tr><tr bg=""><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">1970</span></td><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">33,60%</span></td></tr><tr bg=""><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">1980</span></td><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">25,50%</span></td></tr><tr bg=""><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">1991</span></td><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">20,10%</span></td></tr><tr bg=""><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">2000</span></td><td align="center"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">13,60%</span></td></tr></tbody></table><table align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><tbody><tr><td><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Fonte: Síntese de Indicadores Sociais 2000.</span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span">Essa queda continua sendo percebida ao longo dos primeiros anos do século XXI, chegando a 11,8% em 2002. No entanto, apesar dessa redução, o país ainda tem um total de 14,6 milhões de pessoas analfabetas.<br />Além do mais, a redução na taxa de analfabetismo não foi a mesma nas grandes regiões do país. No gráfico abaixo podemos identificar essas desigualdades:</span></div><br /><div align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "></div><div align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "></div><div align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><img src="http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/imagens/taxaescolarizacao15_17anos.gif" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-top-style: solid; border-right-style: solid; border-bottom-style: solid; border-left-style: solid; border-top-color: rgb(204, 0, 0); border-right-color: rgb(204, 0, 0); border-bottom-color: rgb(204, 0, 0); border-left-color: rgb(204, 0, 0); " /></div><br /><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span"><b style="font-weight: bold; ">Analfabetismo Funcional</b><b> </b><br />Analfabeto funcional é a pessoa que possui menos de quatro anos de estudos completos.<br />Na América Latina, a UNESCO ressalta que o processo de alfabetização só se consolida de fato para as pessoas que completaram a 4ª série. Entre aquelas que não concluíram esse ciclo de ensino, se tem verificado elevadas taxas de volta ao analfabetismo (Boletim: Projecto Principal de Educação en America Latina e el Caribe, 1993).<br />De acordo com essa definição, em 2002 o Brasil apresentava um total de 32,1 milhões de analfabetos funcionais, o que representava 26% da população de 15 anos ou mais de idade.<br />Confira na tabela as diferenças das taxas de analfabetismo funcional entre as Grandes Regiões.</span></div><br /><br /><table align="center" border="1" style="font-weight: bold; font-size: 14px; width: 300px; "><tbody><tr bg=""><td align="center" colspan="3"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Taxa de analfabetismo funcional das pessoas de 15 anos ou mais de idade,<br />segundo as grandes regiões - 2002</span></td></tr><tr><td bg=""></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">1992</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">2002</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Brasil</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">36,9%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">26%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Norte</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">33,2%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">24,7%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Nordeste</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">55,2%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">40,8%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Sudeste</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">29,4%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">19,6%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Sul</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">28,9%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">19,7%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Centro-Oeste</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">33,8%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">23,8%</span></td></tr></tbody></table><br /><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span"><b style="font-weight: bold; ">Média de anos de estudo</b><b> </b><br />A média de anos de estudo é uma forma de medir a defasagem escolar.<br />Quando uma pessoa não está cursando a série esperada para sua faixa etária, dizemos que ela está defasada. Por exemplo, uma criança com nove anos de idade deveria estar matriculada na terceira série do nível fundamental e não em uma série anterior.<br />Em 2002, considerando-se as pessoas com 10 anos ou mais de idade, a população do país tinha uma média de 6,2 anos de estudo. Em comparação a 1992, houve um aumento de 1,3 anos de estudo na média nacional.<br />Apesar do aumento no número de anos de estudo, ocorrido nos últimos dez anos, a defasagem escolar ainda é grande. Vejamos um exemplo prático desse problema:</span></div><br /><table align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; width: 300px; "><tbody><tr><td style="text-align: justify; "><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">As pessoas de 14 anos de idade deveriam ter em média 8 anos de estudo, ou seja, terem terminado o ensino fundamental (completado a 8ª série). Porém, é somente na faixa entre 19 e 24 anos de idade que a média da população alcança 8 anos de estudo.</span></td></tr></tbody></table><br /><span class="Apple-style-span">Acompanhe os resultados no gráfico abaixo: </span><br /><br /><div align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><img src="http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/imagens/mediaanosestudo.gif" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-top-style: solid; border-right-style: solid; border-bottom-style: solid; border-left-style: solid; border-top-color: rgb(204, 0, 0); border-right-color: rgb(204, 0, 0); border-bottom-color: rgb(204, 0, 0); border-left-color: rgb(204, 0, 0); " /></div><br /><div style="text-align: justify; "><span class="Apple-style-span">Agora veja as diferenças na taxa de defasagem escolar em uma comparação entre as Regiões Sudeste e Nordeste e o Brasil:</span></div><br /><br /><div align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><img src="http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/imagens/taxadefasagem.gif" style="padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-top-style: solid; border-right-style: solid; border-bottom-style: solid; border-left-style: solid; border-top-color: rgb(204, 0, 0); border-right-color: rgb(204, 0, 0); border-bottom-color: rgb(204, 0, 0); border-left-color: rgb(204, 0, 0); " /></div><br /><div style="text-align: justify; "><b style="font-size: 14px; font-weight: bold; ">Taxa de freqüência escolar</b><b style="font-size: 14px; "> </b><br /><span class="Apple-style-span">O Brasil chegou ao final do século XX com 96,9% das crianças de 7 a 14 anos de idade na escola. Entretanto, em 2002 apenas 36,5% das crianças de zero a seis anos de idade freqüentavam creche ou escola no país. O percentual ainda é menor se levarmos em conta as crianças de zero a 3 anos de idade. Destas, apenas 11,7% estão matriculadas em creche ou escola.<br />Na tabela abaixo, você encontra as proporções de crianças e jovens que freqüentam escola, segundo as faixas etárias, para o Brasil e as cinco grandes regiões:</span></div><div style="font-weight: bold; font-size: 14px; text-align: justify; "><br /></div><table align="center" border="1" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><tbody><tr><td bgcolor="ff0000" rowspan="2"></td><td bg="" colspan="4"><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Taxa de freqüência à escola ou creche da população residente</span></td></tr><tr><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Total</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">0 a 6 anos</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">7 a 14 anos</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">15 a 17 anos</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Brasil</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">31,7%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">36,5%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">96,9%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">81,5%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Nordeste</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">35,5%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">37,7%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">95,8%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">79,9%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Sudeste</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">29,2%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">38,6%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">97,8%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">83,8%</span></td></tr><tr><td bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Sul</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">29,3%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">33,6%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">97,9%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">78,8%</span></td></tr><tr><td bg><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Centro-Oeste</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">32,5%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">30,7%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">97,1%</span></td><td align="center" bg=""><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">80,3%</span></td></tr></tbody></table><table align="center" style="font-weight: bold; font-size: 14px; "><tbody><tr><td></td><td></td><td><br /><br /></td><td><br /></td><td><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; ">Fonte: Síntese de Indicadores Sociais 2003.</span></td><td></td><td><span style="font-family: Verdana; font-size: xx-small; "> http://www.ibge.gov.br/ibgeteen/pesquisas/educacao.html</span></td><td></td><td></td><td></td></tr></tbody></table></span><br /><br /><span class="Apple-style-span">Fonte -<br />http://escolamiguelmatias.blogspot.com/2011/06/educacao-no-brasil-segundo-dados-do.html</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-81320472662119964152011-07-23T19:05:00.000-07:002011-07-23T19:06:53.101-07:00Artigo - Professor ainda vê o computador como intruso na sala de aula<span class="Apple-style-span" style="color: rgb(65, 65, 65); line-height: 19px; font-family: 'Lucida Sans Unicode', Arial, Helvetica, sans-serif; font-size: 11px; "><div id="_mcePaste" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><strong><a href="http://www.educacaoadistancia.blog.br/wp-content/uploads/2011/06/computador1.jpg" style="color: rgb(0, 130, 241); text-decoration: none; border-bottom-width: 1px; border-bottom-style: solid; border-bottom-color: rgb(0, 130, 241); "><img class="alignleft size-full wp-image-2095" title="computador" src="http://www.educacaoadistancia.blog.br/wp-content/uploads/2011/06/computador1.jpg" alt="" width="210" height="194" style="border-top-width: 1px; border-right-width: 1px; border-bottom-width: 1px; border-left-width: 1px; border-style: initial; border-color: initial; float: left; background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: white; border-top-style: solid; border-right-style: solid; border-bottom-style: solid; border-left-style: solid; border-top-color: rgb(221, 221, 221); border-right-color: rgb(221, 221, 221); border-bottom-color: rgb(221, 221, 221); border-left-color: rgb(221, 221, 221); padding-top: 3px; padding-right: 3px; padding-bottom: 3px; padding-left: 3px; max-width: 600px; margin-left: 15px; margin-right: 15px; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; " /></a><br /></strong></div><div id="_mcePaste" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><strong>Especialistas dizem que medo de ser substituído e indisposição para adaptar estratégias de ensino dificultaria uso de tecnologia…</strong></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">A revolução tecnológica que coloca computadores, tablets e celulares nas mãos de jovens e crianças de todo o mundo não é vista com bons olhos pela maioria dos professores brasileiros, principalmente os de universidades públicas. A opinião é do presidente da Associação Brasileira de Educação a Distância, Frederic Litto, e é compartilhada por vários outros especialistas. Para eles, o professor brasileiro ainda vê o computador como um intruso em sua aula.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><br /></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><br /></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">“Os professores não aceitam que essa não é mais uma sociedade de escassez, mas sim de abundância de informação. Por isso o Brasil, está atrasado”, diz Litto, comparando as universidades brasileiras com estabelecimentos de ensino do exterior. Lá fora, diz ele, é comum a prática de disponibilizar pesquisas e conteúdo de aulas na internet.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><br /></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Um exemplo são os Estados Unidos, onde o número de instituições educativas que adotam o iPad vem aumentando. Elas usam o tablet para ensinar história através de jogos e matemática em animações.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">O depoimento do professor da Universidade de Brasília, Marcos Maia, comprova a tese de Litto. Os dois participaram nesta quinta, em Brasília, do encerramento do Fórum Universitário Pearson.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Maia conta que quando o Conselho Universitário da UnB se reúne para discutir estratégias de educação à distância, há sempre resistência de professores que temem serem substituídos por ferramentas de acesso de conteúdo. “Eles acreditam que a tecnologia é um complô industrial contra a profissão”, conta.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Esse tipo de resistência pode dificultar o projeto do Ministério da Educação de levar tablets a salas de aula porque faz com que os professores não se interessem em aprender a trabalhar com as novas tecnologias. “O computador é apenas um meio e precisamos de uma base pedagógica para esse meio”, diz Maia.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><br /></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><strong>Ensino pode incluir jogos e discussão online</strong></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">As estratégias para trabalhar com a tecnologia em sala passam tanto pelo uso de jogos e aplicativos de ensino, como por um modelo colaborativo em que os colegas interagem entre si também no mundo virtual. É o caso de grupos de discussão em redes sociais ou em plataformas da própria universidade.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Segundo o especialista em educação da UnB, Lucio Telles, há pesquisas que comprovam que essas estratégias geram mais interesse e diminuem a evasão escolar. “Quando uma turma compartilha grupos e causas nas redes sociais se importam muito mais com o que está sendo debatido do que se a mensagem fosse somente prestada pelo professor”, diz.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; ">Há vantagens também nas pesquisas pela internet. “Pesquisando pela internet, o aluno pode ler muito mais do que o seu livro lhe traz, se a tarefa interpretativa”, afirma Litto. Mas, para que a tarefa não termine em um “copia e cola” da internet, o professor tem que estar preparado para solicitar uma pesquisa que exija interpretação e busca de várias fontes. “O primeiro passo é aceitar que o computador está aí e não vai sair para depois refletir sobre como trabalhar com ele”, diz.</div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><br /></div></div><div style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; "><strong>Fonte:</strong> ig.com.br</div><div id="igit_rpwt_css" style="margin-top: 0pt; margin-right: 0pt; margin-bottom: 0pt; margin-left: 0pt; padding-top: 0pt; padding-right: 0pt; padding-bottom: 0pt; padding-left: 0pt; background-image: initial; background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: rgb(255, 255, 255); font-family: verdana, arila, serif; font-size: 12px; font-style: normal; color: rgb(78, 72, 72); height: 230px; border-top-width: 0pt; border-right-width: 0pt; border-bottom-width: 0pt; border-left-width: 0pt; border-top-style: none; border-right-style: none; border-bottom-style: none; border-left-style: none; border-color: initial; clear: both; background-position: initial initial; background-repeat: initial initial; "></div></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-55300876089501645372011-07-23T17:17:00.000-07:002011-07-23T17:19:33.764-07:00Artigo - A lição digital<p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><b>Do computador à lousa digital, pesquisas inéditas mostram quando e como a tecnologia realmente funciona na escola</b></p><p><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="border-collapse: collapse; line-height: 20px;">CAMILA GUIMARÃES. COM LETÍCIA SORG</span></span></p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Poucos segundos depois de bater o sinal que anunciava o início da aula de ciências, os alunos do 6º ano começaram a entrar na classe da professora Leika Procopiak, cada um carregando seu próprio laptop, trazido de casa. Ao se acomodar nas mesas, nenhum deles tirou da mochila um caderno ou um livro. Abriram seus computadores, conectaram-se à internet (sem fio e de alta velocidade) e estavam prontos para aprender a lição do dia: fotossíntese. “Cada dupla decide quais das atividades fará hoje”, disse ela, no início da aula.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Sem usar a lousa e movimentando-se pela sala, Leika passou os 80 minutos seguintes orientando pesquisas em bancos internacionais de dados on-line sobre fontes de energia. Ajudou a fazer simulações gráficas de como variações da luz e da temperatura podem afetar o resultado da fotossíntese. Corrigiu exercícios propostos a partir de vídeos a que os alunos assistiram em sites especializados na web. Depois, cada dupla de alunos produziu um relatório, compartilhado com os colegas e com a professora pelo serviço de arquivos on-line Google Docs. O sinal marcando o fim da aula bateu e nenhum caderno saíra das mochilas.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Essa aula aconteceu na Graded School, uma das melhores escolas de São Paulo. É o tipo de atividade com que sonham pais deslumbrados com a parafernália tecnológica que atualmente é alardeada por colégios particulares. Escolas que muitas vezes cobram mensalidades mais altas por isso. Há mais de 25 anos tenta-se comprovar a eficácia do uso da tecnologia no ensino. Mas depois de tanto tempo, e de tanto marketing, ainda resta a pergunta: usar tecnologia para ensinar faz os alunos aprender mais?</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">A resposta é sim. Dois estudos inéditos demonstram como a tecnologia ajudou a melhorar as notas de alunos da rede pública. A Fundação Carlos Chagas (FCC) acaba de concluir uma avaliação dos alunos de todas as escolas públicas do município de José de Freitas, no interior do Piauí, que desde o início de 2009 estudam com o apoio de lousas interativas, laptops individuais e softwares educativos. De acordo com o estudo, esses alunos melhoraram sua média de matemática em 8,3 pontos, enquanto os que não usaram a tecnologia avançaram apenas 0,2 ponto. O segundo estudo, da Unesco, braço das Nações Unidas para a educação, avaliou o desempenho de alunos de escolas públicas de Hortolândia, em São Paulo, que usaram salas de aula com lousa digital e um computador por aluno. O avanço foi de duas a sete vezes em relação aos colegas em salas de aula comuns.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">O sucesso, porém, depende de como a tecnologia é usada. Não adianta trocar o caderno por notebook ou tablet sem ter estratégias e conteúdo para usá-los. Isso ficou claro em alguns fracassos no uso dos computadores. O Banco Mundial divulgou, no fim do ano passado, a avaliação de um programa do governo colombiano que distribuiu máquinas para 2 milhões de alunos. O impacto nas notas de espanhol e matemática foi próximo de zero. Em alguns casos, as notas até pioram depois da chegada dos aparelhos. Em 2007, uma pesquisa do Ministério da Educação do Brasil mostrou que alunos que estudaram, por três anos, em escolas com computador estavam pelo menos seis meses atrasados no aprendizado em relação aos outros. Em ambos os casos, os pesquisadores se limitaram a contar se havia computador na escola. Não avaliaram se as máquinas eram usadas para dar algum conteúdo, além dos cursos de processadores de texto e planilhas.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">É por isso que, nos países mais adiantados na implantação de tecnologia, a discussão hoje é como usar a tecnologia da melhor forma. Nos países ricos, a questão do acesso às máquinas foi superada. Cerca de 97% da rede pública americana tem um computador por aluno. Na Alemanha, mais de 30 mil escolas estão equipadas desde 2001. Mas, depois de tanto tempo usando computador na sala de aula, as estatísticas de aprendizado nacionais não melhoraram significativamente. A pergunta é como usar a tecnologia de um jeito diferente. A Inglaterra criou um departamento só para pesquisar e avaliar o uso inovador da tecnologia em sala de aula. Na Coreia do Sul, o governo percebeu que, sem um conteúdo curricular fortemente relacionado à tecnologia, ela teria pouco efeito. Começou a produzir novos materiais didáticos para os computadores. “Ainda tendemos a conceber o papel da tecnologia como algo a que basta o aluno ter acesso que as coisas vão melhorar”, afirma o americano Mark Weston, estrategista educacional da fábrica de computadores Dell. “Essa era a ideia há 30 anos, mas agora sabemos que também é preciso ter boas práticas de ensino.” (<a href="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242300-15228,00.html" target="_blank" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration: none; ">Leia a entrevista com Weston</a>)A seguir, cinco práticas que ajudam a tecnologia a ensinar.</p><hr style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><strong>1. Saber para que usar a tecnologia</strong><br />A tecnologia precisa ser usada com um propósito. A professora Leika, da Graded School, planejou a aula descrita no começo desta reportagem porque queria que os alunos aprendessem na prática a teoria que ela tinha ensinado, do jeito tradicional, na aula anterior. “Planejei em casa e pesquisei as melhores fontes para que isso acontecesse”, diz. Na sala de aula, quem domina a estratégia é o professor, mas também é decisão da escola, ou até de uma rede inteira, como usar determinada tecnologia.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Em segundo lugar, o conteúdo tecnológico deve ser complementar ao transmitido da forma tradicional. “Não adianta dar para o aluno ler no computador o mesmo texto que ele leria no livro didático ou na apostila. Isso não o fará aprender mais ou melhor”, afirma Marcos Telles, diretor da Dynamic Lab, uma empresa de tecnologia de educação.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Essa integração entre a tecnologia e o conteúdo das aulas é o maior desafio das escolas. As escolas municipais de Matinhos, no Paraná, tinham uma demanda específica: melhorar as notas de português e matemática de todos os 3 mil alunos da rede, com equidade. Foram atrás de um software educacional feito sob medida para isso. No computador, o aluno faz atividades interativas e evolui para as mais difíceis, de acordo com seu ritmo de aprendizado. “Alunos aprendem de jeitos diferentes e, no ensino tradicional, os que estão para trás acabam fadados ao fracasso por não receber acompanhamento adequado”, afirma Betina von Staa, pesquisadora da Positivo Informática, que faz os softwares educativos. Marcos Vinicyus de Oliveira, de 7 anos, poderia ter sido um deles. Em 2010, estava no 2º ano e ainda não conseguia ler nem cumprir tarefas mais simples, como copiar a lição da lousa. “Agora consigo juntar as letras no computador”, diz. Marcos aprendeu a ler e a escrever depois de começar a usar o programa.</p><hr style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><div style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p><img border="0" src="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/foto/0,,50921774,00.jpg" alt="Patricia Stavis/Época" width="300" height="400" /></p><div><strong>PROJETO </strong><br />Alunos do 6º ano do COC Vila Yara, em Osasco, numa aula de robótica. Eles aprendem habilidades como trabalhar em grupo e dividir tarefas</div></div><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><strong>2. Transformar o jeito de dar aula</strong><br />Para usar qualquer tecnologia, da câmera digital ao computador, é preciso abandonar a geografia tradicional da sala de aula, aquela que coloca o professor na frente do quadro e os alunos enfileirados anotando tudo. Uma das tecnologias mais antigas em prática nas escolas brasileiras e que dá certo é a robótica. Ela reforça a ideia de ensinar de forma diferente: são aulas em que os alunos, sempre em grupo, precisam executar um projeto: programar e montar um robô. “Aprendi a trabalhar em equipe e a prestar atenção em pequenos detalhes”, diz César Henrique Braga. Ele acabara de terminar seu primeiro robô, um jipe lunar, com outros três colegas do 6º ano do colégio COC Vila Yara, em Osasco, São Paulo. “O aluno precisa aprender a usar o conhecimento para criar”, diz Paulo Blikstein, professor da Escola de Educação da Universidade Stanford.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Blikstein ensina professores da rede pública dos Estados Unidos a ensinar em ambientes com tecnologia. Para ele, a vocação da tecnologia é ajudar no ensino por projetos. Essa estratégia parte dos conteúdos do currículo tradicional, como escrita e matemática, para desafiar os alunos a executar tarefas criativas, como fazer um filme. E essas habilidades dificilmente são ensinadas nas aulas tradicionais.</p><hr style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><strong>3. Mudar a relação entre professor e aluno</strong><br />Segundo Blikstein, um dos maiores desafios na hora de usar tecnologia é mudar a prática e a mentalidade dos professores. Isso aconteceu no início do projeto em Hortolândia, estudado pela Unesco. Ele foi elaborado e executado por especialistas em educação da fabricante de computadores Dell e da Secretaria Estadual de Educação de São Paulo. O objetivo era melhorar o aprendizado de português e matemática de 5.500 alunos do 6º e 7º ano do ensino fundamental e 1º e 2º ano do ensino médio, de 23 escolas estaduais. As salas de aula ganharam um computador por aluno e lousa digital, com material didático digital desenvolvido por educadores da Universidade de São Paulo (USP).</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Foi preciso um ajuste de cara. As aulas não estavam durando o tempo planejado. O material fora criado para aulas de 50 minutos. Mas elas acabavam em apenas 20. Isso porque os professores usavam a lousa digital como se fosse um quadro-negro tradicional. “Eles não davam espaço para os alunos interagirem com a lousa”, diz Ricardo Menezes, diretor da área de educação da Dell para o Brasil.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">A prática do professor também está ligada a sua relação com o aluno e a seu domínio sobre a classe. A concentração dos alunos na aula é um dos fatores mais determinantes para que eles de fato aprendam. Várias pesquisas e estudos já foram feitos sobre isso, mas não existe uma fórmula mágica que garanta que garotos se interessem mais por cálculos de raiz quadrada do que por bater papo com um colega. Mas alguns especialistas dizem e pesquisas demonstram que, usada da maneira correta, a tecnologia pode sim ajudar a prender a atenção. “Como é uma linguagem que o aluno conhece, o professor se aproxima com mais facilidade”, diz Maria Elizabeth Almeida, professora do programa de pós-graduação em educação curricular da PUC de São Paulo.</p><hr style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><strong>4. Formar e treinar os professores</strong><br />No Brasil e no mundo, a maioria dos professores ainda não consegue justificar o uso da tecnologia na classe. “Eles não têm a formação adequada para isso”, diz Weston, da Dell. Não por acaso, o projeto de Hortolândia foi executado pela Escola de Formação de Professores do Estado de São Paulo. “Não adianta colocar tecnologia na escola sem dar a formação adequada aos professores”, diz Vera Cabral, diretora da escola. O próximo passo é levar o projeto para toda a rede e treinar professores em grande escala.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Há duas maneiras de fazer a formação dos professores. A primeira é colocar os formadores, monitores especializados na tecnologia e no conteúdo, dentro das salas de aula, como fez um projeto conjunto do Estado do Piauí, do município de José de Freitas, e da Positivo. Francisca das Chagas Lopes da Silva dá aula no 4º ano de uma escola estadual da cidade. Formada em pedagogia, ela não sabia como fazer o planejamento diário de suas aulas, nem aprendeu na faculdade a avaliar seus alunos de outra forma a não ser as tradicionais provas bimestrais. Ao participar do projeto, Francisca passou a dar aulas acompanhada por monitores. O planejamento das atividades fazia parte do treinamento, assim como fazer o registro de tudo o que acontecia em classe para avaliar melhor o desenvolvimento dos alunos. “Aprendi a ensinar usando a tecnologia, mas também aprendi a planejar. Se eu for planejar uma aula qualquer, do jeito tradicional, farei isso melhor do que antes”, diz.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">A segunda estratégia para formar os professores é mais comum nas escolas particulares. Ali, a formação acontece mais por iniciativa de cada professor do que em cursos oferecidos pelos gestores. No Beit Yaacov, colégio particular de São Paulo, a estratégia adotada foi deixar a cargo dos professores quando e qual tecnologia usar. Os profissionais são estimulados a pesquisar por conta própria novas tecnologias e as maneiras de usá-las, inclusive no ensino infantil. A partir da experiência de cada um, o que dá certo é adotado pelo resto da escola e o que deu errado é aperfeiçoado. “Sem o envolvimento de todos os professores, não há como criar e fortalecer uma cultura digital dentro da escola”, afirma Silvana Del Vecchio, coordenadora de tecnologia do colégio.</p><div style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><img border="0" src="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/foto/0,,50963461,00.jpg" alt=" Reprodução" width="650" height="650" /></div><hr style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><strong>5. Reformar a cultura da escola</strong></p><div style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p><img border="0" src="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/foto/0,,50922387,00.jpg" alt=" Divulgação" width="460" height="300" /></p><div><strong>CULTURA<br /></strong>Alunos da escola pública americana Quest to Learn durante uma aula. Eles aprendem programando games</div></div><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Nem a tecnologia mais avançada conseguiu ainda o feito de mudar a cultura escolar. Mas uma escola pública de Nova York resolveu tentar. A Quest to Learn foi criada pela designer de games Katie Salen, que escreveu vários livros sobre o uso de jogos na educação. Os alunos aprendem o conteúdo curricular criando e jogando videogames. Em funcionamento há um ano e meio, a escola foi moldada sob conceitos muito diferentes: os alunos não passam de ano, mas de fase – como nos jogos –, e não ganham notas, mas classificações de acordo com sua habilidade. “Acreditamos que aprender a programar e a lidar com mídias serão habilidades centrais para que os jovens se expressem e sejam competitivos ao entrar na universidade e no mercado de trabalho”, diz Katie.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">A cultura do ensino pela tecnologia está na prática diária dos professores da Quest to Learn. “Eles são treinados para criar experiências nas quais os alunos possam aprender fazendo, tentar soluções e dividir o conhecimento”, diz Katie. Até agora, os alunos da escola não mostraram notas melhores nos testes tradicionais, que não medem as tais “habilidades do futuro”. Se derem certo, porém, experiências como essa podem e devem ser usadas como alternativas para melhorar o ensino para todos.</p><p style="border-collapse: collapse; font-family: arial, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Fonte: <a href="http://revistaepoca.globo.com/Revista/Epoca/0,,EMI242285-15228,00-A+LICAO+DIGITAL.html" target="_blank" style="color: rgb(0, 136, 204); text-decoration: none; ">Revista Época</a></p>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-69945141816166010132011-07-23T15:58:00.000-07:002011-07-23T16:25:29.072-07:00Artigo - A Escola Vista pelo Cinema<img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEjyJXk0rZ4NeFiDBMnObAQ2doNu5P3QAAi3NJ0P92ncdbL5YCKKhxNpIIQs4-am9swbSZKr765HSj_lyws-8YbrCSBMIc6SCVOI_m9KL0mUPAM-EHSdHg4n6niieFPBAIsV_dZ_22oiuNT0/s200/prime.jpg" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 142px; height: 200px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632692475458589394" /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEhAqtXRlQyBvYn0FzbCjCju-bY0xxEmybHimDM9tzINhK1ukQOGXOrKXNKpOgmnGMnVdknTaA8dVLa-OIadBSmL7fDOx_1CXzsiPUkK-emfKgFTgsuQ0m9zBTtivtQvvAwOeYBsvuS9bGRa/s200/sociedadedospoetasmortos.jpg" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 152px; height: 200px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632692475496848994" /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEh92wH-oVjFmUHWfV1YI499y1KCRYTM_W25WN2lZ12Y_GINeZCqrujtnX5toyscamyQskYmqC2PrnhPzWZ_Sc8KcSWJH5kUPb2xYS5xS6_1gzLgC4q46-H_WqanZy3ntXuxv9T7bok-8tZU/s200/Ao+Mestre+Com+Carinho.jpg" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 136px; height: 200px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632692471676753938" /><img src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgBEv_zF6gHKuq7wMfedSYwzAwGCfWeMY8LGivsSudvwWgNoWJLpJvwjLsA3Jhe6yCnGlpt7xC434IhBn-4gZazmB3VQPHSG4rO2Pjve4xDYFm-ZI7kSM5Al5mvcVOsstIf0FKJDqGZ1cRU/s200/l_81779_0047885_405a92f8.jpg" style="cursor:pointer; cursor:hand;width: 142px; height: 200px;" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632692468928899218" /><br /><br /><br /><br /><p align="right" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "></p><div style="text-align: left;"><span class="Apple-style-span" style="font-family: 'Times New Roman', Times, serif; font-size: large; ">Prof. Dr. Amaury Cesar Moraes</span></div><span ><div style="text-align: left;">FEUSP</div></span><p></p><p align="right" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "> </p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><b><span >1. Por que cinema?</span></b></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >À primeira vista, parece não aconselhável que tratemos de um tema da educação - A Escola - a partir de um referencial não estritamente técnico - O cinema -, mas sim daquele consagrado - As Ciências da Educação. Para nós, entretanto, o cinema cumpre esse objetivo de modo interessante. Os filmes têm sido tratados mais como meios (recursos) e menos como objetos de ensino quando trazidos à escola básica. Raramente são explorados no seu potencial de veículo das representações sociais. Menos ainda no que se refere à pesquisa sobre o imaginário social. (TURNER, 1997)</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Para nós, os filmes são uma fonte importante de conhecimento da realidade, porque de algum modo se propõem a “reconstruir” essa realidade – de modo realista, naturalista, surrealista, alienante, engajado etc. Para além da <i>ilustração</i> que podemos recortar nos filmes, vemos também os <i>pressupostos</i> dessa ilustração.(SERRANO <i>apud </i>BITTENCOURT, s./d.)</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >É nesse sentido que tomamos a expressão “empresa epistemológica” de Xavier (1983) para enformar nossa perspectiva. Entendemos que tomando os filmes que tratam de escola e que têm o professor como protagonista, podemos de certo modo recolher informações sobre as “representações sociais” sobre a escola, ou o que aqui para nós dá na mesma, como o imaginário social representa a escola e a atividade docente.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Poderíamos recolher tais dados em entrevistas com pais, alunos, professores e outras pessoas; poderíamos tomar as leis para delas extrair uma visão sobre docência e escola; poderíamos ir até a literatura e fazê-lo; poderíamos ir até os chamados filósofos da educação e recortar em suas filosofias o “dever ser” para a educação e o educador. Ou seja, poderíamos percorrer as mais variadas formas do discurso pedagógico e nelas encontrar concepções sobre educação, escola e professores. Nosso caminho é outro: não são diretamente as pessoas que compõem esse “social”, nem são as ciências e filosofia da educação tampouco. É um modo, digamos, oblíquo, meio de esguelha, mas acreditamos tão válido ou tão fecundo como qualquer outro.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Não são documentários nem são filmes “de arte”. São filmes bastante comuns, alguns muito convencionais, cheios de “clichês” e soluções também bastante óbvias para os problemas tratados. Raramente avançam por uma via radical. Permanecem em limites suportados pelo público. São filmes de padrão americano e nisso está toda a vantagem – o que para outros pode parecer desvantagem. São filmes, como dissemos, do circuito comercial e por isso, parece-nos, representam melhor esse imaginário social. De certa forma – e isso é nossa hipótese – são condicionados pelo público bastante heterogêneo, não especialista e que assiste a esses filmes como a qualquer outro: de ação, comédias, dramas, suspense etc.. Ora, podemos dizer que há uma solidariedade entre os elementos que compõem os filmes – categorias, conceitos, valores, expectativas, comportamentos – e os que compõem o imaginário social. Os filmes sobre escola estão relacionados com a visão que esse público tem da escola. E aqui adianto um ponto: mesmo nós que vivemos e refletimos sobre esse fenômeno – a educação -, somos surpreendidos ao perceber como compartilhamos certos esquemas, valores, estereótipos e expectativas presentes nos filmes, com o público não especializado e, <i>portanto</i>, “menos crítico”.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >A linguagem cinematográfica possui alguns recursos, digamos assim, que permitem que essas relações entre filmes e imaginário social se efetivem. Por exemplo, é possível reconhecer uma <i>identificação</i> entre a vida dos personagens e a nossa vida, ou uma <i>oposição</i> entre os valores de alguns personagens - os vilões, por exemplo - e os nosso valores – ou os recomendados socialmente.(MORIN, 1970) Assim, o filme pode ser uma reconstrução da realidade e o cinema aparece como uma “janela” que nos torna testemunhas da ação. Observem que esta é uma leitura da linguagem cinematográfica, não é a única nem a verdadeira. Tal leitura ainda não existe.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Por outro lado, o cinema opera segundo uma <i>impressão de realidade</i> (METZ, 1972) que favorece aquela identidade ou oposição. Essa impressão de estarmos diante da janela e testemunharmos a ação reforça ou é reforçada pela impressão de realidade que caracteriza os filmes. Quanto mais convencionais tanto mais forte é essa impressão. Observe-se que até os documentários são “construídos” segundo essa impressão de realidade e deles “perdemos” toda a “verdade” da montagem que, se exposta, poderia desfazer ou impedir o mergulho na história. Mesmo o tempo real é usado como recurso pelo cinema, servindo para reforçar aquela impressão de realidade e os sentimentos decorrentes: tensão, angústia, esperança, identificação, oposição.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Outra linha de interpretação poderia dizer, ainda, que o cinema é feito do mesmo material que nossos sonhos. E que essas categorias que aqui apresentamos para compreender os filmes, decorrem primeiro da estrutura dos próprios sonhos. E os sonhos vieram antes do cinema. Ou prenunciaram-nos. Mas aí é toda uma teoria que não exploraremos e nem temos condições de tratar dela, por não ser nossa especialidade.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><b>2. Os filmes</b></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Temos escrito ou participado de eventos que tratam das relações entre educação e meios de comunicação, sobretudo cinema. Aqui vamos apresentar alguns pontos e não trataremos exaustivamente de cada filme ou de todos os possíveis aspectos destacáveis dessas relações. É um grande trabalho e aqui faremos uma introdução ao tema. Uma leitura preliminar, quase exercício ainda.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Para essa breve análise escolhermos quatro filmes que podem ser agrupados dois a dois. <i>Primavera de uma Solteirona</i> e <i>Sociedade dos Poetas Mortos</i> são filmes que tratam de professores que tentam influenciar seus alunos, mas acabam fracassando no seu intento: são demitidos. São professores de carreira. <i>Ao Mestre com Carinho</i> e <i>Sementes de Violência</i> são filmes que tratam da luta de professores contra alunos indisciplinados, que acabam vencendo e continuando na carreira. São não-professores que se tornam professores.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >a) </span><span ><i>A</i> <i>Primavera de uma Solteirona</i>: o título não é bom, parece preconceito. <i>Prime</i> é apogeu, auge, talvez a última primavera, que prenuncia o início dos invernos. É um filme aparentemente simples: trata-se de uma louca que é professora e conduz suas alunas marcada pelo romantismo. Mas não é tão simples assim. Há muita contradição, o que obriga a uma análise mais cuidadosa. O ano é de 1932 e o cenário é uma escola de meninas em Edimburgo. A professora Brodie é <i>comprometida</i>, quer fazer de suas alunas cidadãs, mulheres do século XX, romper com as tradições impostas pela escola, pelos padrões e convenções que fazem da mulher um ser a ser submetido, preparado para o casamento. Brodie propõe o amor para além das convenções sociais – ela não quer se casar, mas manter o seu relacionamento sem compromissos. Mas Brodie é também doutrinadora: “- Faça o que mando e não faça o que faço.”; dona da verdade: “- Quem é o maior pintor italiano?” “- Leonardo Da Vinci, Miss Brodie?” “- Errado, a resposta correta é Giotto!” Quer fazer de cada aluna o reflexo de cada uma de suas facetas: de uma escritora, de outra modelo e amante, de outra qualquer coisa (Mary MacGregor), de outra, que é fria e confiável, agente secreta. Além disso, Miss Brodie é fascista, defende as ações de Mussoline e Franco. Ora se diz <i>oleira</i> que vai moldando suas alunas; ora se diz educadora que vai conduzindo para fora – educar (<i>ex-duco</i>) – as potencialidades que estão dentro das alunas. Talvez o problema seja o sinal ou a direção - para a direita. Mas se fosse outro sinal e outra direção – para a esquerda – e aí nossa identificação seria maior com Miss Brodie? Observe-se que ela está em luta contra uma educação tradicional; e o fascismo ainda representava uma certa expectativa de modernidade contra os velhos regimes e a fraqueza das democracias liberais.</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><i>b) </i><i>Sociedade dos Poetas Mortos</i>: esse filme passou a ser um paradigma para se pensar o professor em luta contra padrões tradicionais de educação. Mas pouca diferença tem (e para pior em termos de clichês) em relação ao anterior. A concepção de poesia do Prof. Keating é discutível. Ele não aceita outras formas de interpretação da poesia que não seja a sua. Pede aos alunos que o chamem de “Meu capitão”. O que isso significa? A formação que ele teve na escola foi condição da sua competência presente? Como pensar essas relações? Por que ele não prepara o aluno Neil para fazer a ruptura? Miss Brodie podia ser confusa porque era romântica, mas o Prof. Keating não é romântico. Mas é também um doutrinador. Isso escapa a quem apenas apresenta o filme com o intuito de combater a chamada escola tradicional. Observe-se que cada um quer ver algo no filme – não tudo, nem as contradições -, mas algo que quer reforçar. Esse filme pode servir para esse propósito. Nós o vemos para outros: por que reviver a Sociedade dos Poetas Mortos se devemos aproveitar o dia? O prof. Keating quer retornar a sua juventude a partir da retomada da Sociedade dos Poetas Mortos pelos seus alunos. É certo que a escola vive no passado. É certo também que todo professor é um vampiro: mantém-se jovem pelo contato com os jovens. Mas o que é formar os outros? É reproduzir-se nos outros?</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><i>c) </i><i>Ao Mestre com Carinho</i>: esse era o filme paradigma anterior ao aparecimento de <i>Sociedade...</i>. O Prof. Thackeray reunia elementos bastante idealizados para nos comover. Não bastasse isso, vinha ainda a música “To sir with Love” para completar o sonho. Fazer de jovens ingleses, em plena era da contestação (1967), jovens conscientes e comportados, úteis socialmente era tarefa difícil. Mas o professor tinha recursos extras: era negro, vinha de uma colônia britânica da América, era engenheiro e não propriamente professor. Tomemos esse último senão transformado em vantagem: por não ser professor de carreira, ele não estava submetido a padrões de comportamento esperados de professores – não fala mal dos alunos, não reclama do salário, não toma educação como um fim -; por ser um profissional do “mundo externo” à escola, ele pode ver a escola como um meio, preparando os alunos para a vida – chega a ensinar-lhes a fazer salada -, nega-lhes a imagem de um professor tradicional, trata-os como adultos e não crianças: inspira-lhes responsabilidade. Mas, como dissemos, o filme é prisioneiro de uma época, é marcado pelo tempo. Nesse sentido, <i>Sociedade...</i> , que retrata uma época anterior, é menos comprometido com o <i>tempo real</i>, trata-se de uma abstração em que o tempo é acidente e não essência. <i>Ao Mestre...</i> não escapa do tempo em que foi feito, perde com isso boa parte da impressão de realidade...</span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><i>d) </i><i>Sementes de violência</i>: é a história de um professor, ex-soldado que retorna ao país e busca um emprego numa escola pública do subúrbio. São os anos ’50 e a juventude está passando por um processo de mudança de comportamentos: é o <i>rock’n’roll</i>, são os <i>blue jeans</i>, é o consumo de bebidas, são as experiências sexuais, é a contestação ao sistema representado pela escola e professores. A “indisciplina escolar”, como em nossos dias, talvez seja a expressão que sintetize esses comportamentos ditos desviantes. O momento também marca uma das etapas de implantação de “políticas de inclusão” das populações marginalizadas: negros e latino-americanos. Os jovens se ressentem de uma educação escolar diversa daquela que recebem em seus lares. Lá, na vida privada, as políticas de inclusão não são reconhecidas como naturais na democratização de oportunidades, mas, simplesmente, como desgoverno. Algo semelhante se passa entre os professores: as políticas de inclusão – ou de democratização do ensino – não passam de mecanismos de controle social da violência dos jovens, transferidos da família ou da polícia para os professores. “- A escola é uma grande lata de lixo da sociedade e nossa função é sentarmo-nos sobre a tampa para que o lixo não transborde” ou “- Nós mantemos esses jovens delinqüentes na escola para que as senhoras, mães de família, possam andar em paz pelas ruas da cidade”, diz o professor experiente, em fim de carreira.O professor recém-contratado, Dadier, traz uma novidade consigo: ele não está animado pelos velhos preconceitos nem pensa na escola como um fim em si mesmo. Apesar dos muitos conflitos que vive, consegue vencer: de um lado, combate a liderança negativa – West, um jovem irlandês, envolvido com bebidas e roubo de carros – e valoriza a liderança positiva – Miller, um jovem negro que trabalha como mecânico para ajudar em casa. Ele vence também porque pensa na escola como meio, sobretudo de preparação para a vida. Pois bem, um dos recursos que utiliza para alterar suas relações com a classe é justamente a projeção de filmes, a partir dos quais mantém debates sobre a vida: o certo e o errado, o justo e o injusto, o bem e o mal etc.. Mas o filme, desde o início, desde o discurso lido por um locutor, objetiva o combate à delinqüência juvenil em tom de nacionalismo e militarismo. O professor que foi combater um inimigo externo, volta e deve combater um inimigo interno. O uso do mastro da bandeira no último conflito do filme é emblemático: com ele imobiliza-se o inimigo e restabelece-se a paz e a ordem necessária.</span></p><h1 align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span > </span></h1><h1 align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span >Bibliografia Básica</span></h1><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="DE">METZ, C. <i>A significação no cinema</i>, São Paulo: Perspectiva, 1972.</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="DE">MORIN, E. <i>O cinema ou o homem imaginário</i>, Lisboa: Moraes, 1970.</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="DE">SERRANO, J. <i>Epitome de História Universal</i>, Rio de Janeiro: Francisco Alve, 1912, <i>apud</i> BITTENCOURT, C. <i>Cinema, vídeo e ensino de história</i>, São Paulo: mimeo, s/d.</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="DE">TURNER, G. <i>Cinema como prática social</i>, São Paulo: Ed. Summus, 1997.</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="ES-TRAD">XAVIER, I. (org.) </span><i><span lang="DE">A experiência do cinema</span></i><span lang="DE">, Rio de Janeiro: Graal/Embrafilme, 1983.</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><b><span lang="DE">Filmes</span></b></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="EN-US">1) Sementes de Violência ( The Blackboard Jungle, 1955), D.: Richard Brooks, com Glenn Ford;</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="EN-US">2) Ao Mestre com Carinho (To Sir with Love, 1967), D.: James Clavell, com Sidney Poitier;</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="DE">3) Primavera de uma Solteirona (The Prime of Miss Jean Brodie, 1968), D.: Ronald Neame, com Maggie Smith;</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><span ><span lang="EN-US">4) Sociedade dos Poetas Mortos (Dead Poets Society, 1989), D.: Peter Weir, com Robin Williams.</span></span></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "> Fonte -</p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><a href="http://www.hottopos.com/videtur21/amaury.htm">http://www.hottopos.com/videtur21/amaury.htm</a></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><br /></p><p align="left" style="font-family: 'Times New Roman'; font-size: medium; "><br /></p>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-61029659648070953572011-07-23T09:24:00.000-07:002011-07-23T09:31:34.678-07:00Livro em Vista - Além dos Muros da Escola<span class="Apple-style-span">Estou começando hoje outra seção aqui do meu blog que reservarei para os livros que estão na minha relação de Livros em Vista - livros que acho importante ler para aprofundar os temas propostos.</span><div><span class="Apple-style-span">Começo com o livro Além dos Muros da Escola que aborda assuntos relevantes e que segundo o autor, explicam o desinteresse pela cultura letrada.</span></div><div><table id="Table1" cellspacing="0" cellpadding="0" width="580px" border="0" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tbody style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td colspan="2" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><table id="Table4" cellspacing="0" cellpadding="0" width="100%" border="0" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; background-color: rgb(239, 239, 239); "><tbody style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td colspan="2" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 36px; "><table id="Table2" cellspacing="0" cellpadding="0" width="100%" border="0" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tbody style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td valign="middle" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblTitulo" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; display: inline-block; color: red; font-weight: bold; width: 562px; ">Além dos muros da escola: As causas do desinteresse, da indisciplina e da violência dos alunos</span></td></tr></tbody></table></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td colspan="2" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><table id="Table4" cellspacing="0" cellpadding="0" width="100%" border="0" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; background-color: rgb(239, 239, 239); "><tbody style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td valign="top" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 210px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblImagem" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><div class="sombra2" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 210px; height: 315px; background-image: url(http://www.papirus.com.br/Imagens/back200x300.png); background-attachment: initial; background-origin: initial; background-clip: initial; background-color: initial; background-position: initial initial; background-repeat: no-repeat no-repeat; "><img src="http://www.papirus.com.br/imagens.aspx?chave=1648&tabela=CAPA_FOTO&foto=FOTO&imagem=Y" border="none" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; position: relative; top: 7px; left: 5px; " /></div></span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 5px; "></td><td valign="top" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 370px; "><table id="Table3" cellspacing="0" cellpadding="0" width="100%" border="0" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tbody style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblAutor1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Autor:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblAutor" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">César Augusto Alves da Silva</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblEditora1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Editora:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblEditora" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">Papirus Editora</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblEdicao1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Edição:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblEdicao" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">01</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblArea1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Área:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblArea" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">Educação</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblColecao1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Coleção:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblColecao" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">Papirus educação</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblCodigo1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Código:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblCodigo" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">978853080934</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblISBN1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">ISBN:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblISBN" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">978-85-308-0934-8</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblDataLancamento1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Lançamento:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblDataLancamento" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">28/06/2011</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblAno1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Ano 1ª Edição:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblAno" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">2011</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblAcabamento1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Acabamento:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblAcabamento" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">Colado e costurado</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblEncaderanacao1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Encadernação:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblEncadernacao" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">Brochura</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblPaginas1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Nº Páginas:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblPagina" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">240</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblOrelha1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Orelha:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblOrelha" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">Sim</span></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 137px; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblPublicoAlvo1" class="SUBTITULO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 11px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; font-weight: bold; color: rgb(0, 0, 0); ">Público Alvo:</span></td><td style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; height: 22px; "><span id="ctl00_ContentPlaceHolder1_lblPublicoAlvo" class="LABEL_PADRAO" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 10px; font-family: Verdana, Arial, Helvetica, 'sans serif'; border-style: initial; border-color: initial; color: rgb(0, 0, 0); ">Professores e estudantes de nível superior e pesquisadores de pós-graduação e demais interessados nessa temática.</span></td></tr></tbody></table></td></tr><tr style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><td valign="top" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 77px; height: 8px; "></td><td valign="top" style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; width: 72px; height: 8px; "><br /><br /><br /></td></tr></tbody></table></td></tr></tbody></table></td></tr></tbody></table><div><br /></div></div><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><b style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; ">Sinopse</b></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">A maior dificuldade que alunos e professores enfrentam hoje no processo de ensino e aprendizagem não está dentro da sala de aula ou da escola, mas fora dela. Trata-se do desinteresse por tudo aquilo que se refere à cultura letrada, um dos efeitos perversos de nosso modo de vida contemporâneo.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">A vida cotidiana, o trabalho, o lazer – enfim, todos os âmbitos nos quais as pessoas estão imersas –, são orientados por uma lógica que implica agitação, rapidez, irreflexão, trocas, padronização, repetição, descarte, redução e facilitação, para que tudo possa ser negociado. Completa o cenário o fato de que celebridades de baixa ou nenhuma escolaridade sirvam de exemplo para a população.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Em síntese, vimos produzindo um mundo oposto àquele necessário para que as pessoas se interessem pela educação escolar.</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "> </span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><span style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; "><b style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; ">Sumário</b></span></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">PREFÁCIO</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><i style="margin-top: 0px; margin-right: 0px; margin-bottom: 0px; margin-left: 0px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; border-top-width: 0px; border-right-width: 0px; border-bottom-width: 0px; border-left-width: 0px; border-style: initial; border-color: initial; font-size: 8pt; font-family: Verdana; border-style: initial; border-color: initial; ">Mario Sergio Cortella</i></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">INTRODUÇÃO</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">1. A RACIONALIDADE TÉCNICA DO CAPITALISMO INDUSTRIAL: DOMINAÇÃO E REGRESSÃO DO SER HUMANO</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">O uso e a percepção social da técnica</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Aufklärung: Racionalidade técnica instrumental e emancipatória</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">A redução das possibilidades do pensamento</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">A condição estabelecida pelo capitalismo para os seres humanos</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">2. A EXPERIÊNCIA MODERNA E AS DIFICULDADES PARA A EDUCAÇÃO FORMAL</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Produção, troca e alienação da experiência formativa</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">O ambiente hostil à educação formal</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">O ambiente propício à educação formal</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Modernidade: Algumas dificuldades para a experiência formativa</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">As consequências diretas da organização social na modernidade e a educação formal</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">3. INDÚSTRIA CULTURAL E EDUCAÇÃO FORMAL: O PODER E A FORÇA DAS SEREIAS</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Cultura, civilização, ideologia e educação formal</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Formação do ego e indústria cultural: O peso sobre os ombros da educação formal</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Indústria cultural e educação formal</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">4. EVIDÊNCIAS EMPÍRICAS DA SEMIFORMAÇÃO</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">As evidências da cultura extraescolar</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">O naufrágio do narrador: Experiência versus indústria cultural</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Cultura material, imposições sociais e educação formal</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Os choques audiovisuais e a aceleração da vida</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">A experiência formativa não realizada: A educação formal abortada</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">Possíveis soluções</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">À GUISA DE CONCLUSÃO</span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; "><br /></span><span class="Apple-style-span" style="font-family: Verdana; font-size: 11px; ">REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS</span><br /><div><br /></div><div>Fonte -</div><div><a href="http://www.papirus.com.br/livros_detalhe.aspx?chave_livro=3676&pagina=0&origem=livros.aspx&opcao=pesquisa&qual=titulo&descricao=al%C3%A9m%20dos%20muros%20da%20escola">http://www.papirus.com.br/livros_detalhe.aspx?chave_livro=3676&pagina=0&origem=livros.aspx&opcao=pesquisa&qual=titulo&descricao=al%C3%A9m%20dos%20muros%20da%20escola</a></div><div><br /></div><div><br /></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-1457716979958007155.post-43178149983801731012011-07-23T09:13:00.000-07:002011-07-23T09:16:56.437-07:00Dica de Ebooks - Revista Espírito Livre<a href="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwfKvLBtxw4EeyK4C3fkeREg6JHFMQeYaZ-EmJTr2F75JlRS1p1xwDCzjxgO8MEj-F7__GgrtdV-QWYZ75C1Tc8cL97Lwnj3Ff21hgE1V92LQopBgBDuj8ocLuMZUv8LqotlKAi4n4P10n/s1600/REL027_Capa.jpg" onblur="try {parent.deselectBloggerImageGracefully();} catch(e) {}"><img style="display:block; margin:0px auto 10px; text-align:center;cursor:pointer; cursor:hand;width: 240px; height: 320px;" src="https://blogger.googleusercontent.com/img/b/R29vZ2xl/AVvXsEgwfKvLBtxw4EeyK4C3fkeREg6JHFMQeYaZ-EmJTr2F75JlRS1p1xwDCzjxgO8MEj-F7__GgrtdV-QWYZ75C1Tc8cL97Lwnj3Ff21hgE1V92LQopBgBDuj8ocLuMZUv8LqotlKAi4n4P10n/s320/REL027_Capa.jpg" border="0" alt="" id="BLOGGER_PHOTO_ID_5632582222101670802" /></a><br /><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">A edição deste mês apresenta um tema que por muitos é considerado polêmico por justamente ir contra a alguns conceitos enraizados em nossa sociedade, de que só é possível aprender diante de um professor e se transpormos essa ideia para o universo real significaria dizer que a educação, de um modo geral, só se dá através de alguém sentado, frente a um professor, real e físico. </span><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><br /></span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Mas o tutor a distância e o professor que estão a distância não são físicos e reais? E as aptidões? Eles as têm? E se não as têm como verificar estando a distância? Os alunos aprendem, ou fingem aprender só para alcançar a tão sonhada “nota”? Ele vai “colar”, já que o professor “não está vendo”? </span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Como avaliar, medir e constatar se houve absorção e troca de conhecimento? As dúvidas e questionamentos continuam, já que a EAD, apesar de não ser tão nova assim (desde o século XIX já se praticavam metodologias neste sentido). O ensino por correspondência, tele-aula, vídeo-aula, manuais, ensino pelo rádio, e tantos outros métodos já foram utilizados (e em alguns lugares ainda continuam sendo), mas com a ressalva de que agora a tecnologia envolveu-os de novas possibilidades, além de diminuir os custos e as distâncias.</span></div><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">O EAD proporciona, mesmo a distância, o que nem sempre conseguimos compreender presencialmente: a soma de nossas experiências pode resultar em uma terceira experiência, e o meio digital é propício para isso, dada a quantidade de novos recursos disponíveis, dentro e fora dos ambientes de estudo.</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><br /></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, 'century gothic', Arial, verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; ">Mas que ferramentas utilizar? Já temos soluções maduras o suficiente para suprir o espaço ocupado por uma sala de concreto e um quadro branco com pincel? E os profissionais estão preparados para todas essas mudanças? Eles estão acompanhando? Estão interessados em acompanhar? O perfil do profissional de educação nesta (nova) era de certa forma muda, e os pré-requisitos enquanto conhecimentos também. Agora não basta dominar a matéria e saber manusear um livro, também deve-se dominar “o bicho de sete cabeças”, chamado computador.</p></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><div><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><br /></span></div></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; ">Claro que vários de nossos professores estão sabiamente preparados e dispostos a apontar nesta direção, entretanto diante de todas as políticas públicas que hoje percebemos a nossa volta, direcionadas ao ensino como um todo, ainda temos muito a caminhar. E mesmo diante das medidas atualmente tomadas pelos governos, sabemos que tal metodologia ainda atinge uma parcela relativamente pequena da população.</span></div><div><span class="Apple-style-span" ><span class="Apple-style-span" style="line-height: 20px;"><br /></span></span><span class="Apple-style-span" style="color: rgb(80, 73, 69); font-family: Tahoma, 'century gothic', Arial, verdana, sans-serif; font-size: 13px; line-height: 20px; "><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; ">Entretanto, na iniciativa privada, nas empresas a realidade mostra-se diferente, e caminhando a passos largos. Cursos, treinamentos, reciclagens profissionais, seminários, e tantas outras medidas já são realidade em diversos nichos. O treinamento que antes demandava uma sala física em um local específico dentro da empresa, hoje demanda um servidor, softwares específicos e ambiente mudou, agora é virtual, como os ambientes virtuais de aprendizagem. E nesta edição tratamos de acompanhar vários, entre eles o Amadeus, um projeto brasileiro em meio a tantas soluções criadas originalmente fora de nosso país, como é o caso do popular Moodle, amplamente utilizados por universidades e empresas. Vários colaboradores, e entre eles, vários convidados, apresentaram de forma primorosa soluções em código aberto que podem ser utilizadas nas mais variadas situações.</p><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; ">Além do tema principal, a edição 27 está repleta de outras matérias igualmente importantes: Fabrício Araújo continua com o tema LTSP, bem como a coluna sobre LibreOffice. Birgitta Jonsdottir, ativista e membro do parlamento islandês também participa desta edição com uma reflexão bastante pertinente sobre o uso de nossas informações por diversas empresas.</p><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; "><br /></p><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; ">Clique abaixo para visitar o site da Revista e fazer o download -</p><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; "><a href="http://www.revista.espiritolivre.org/?p=1532">http://www.revista.espiritolivre.org/?p=1532</a></p><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; "><br /></p><p style="margin-top: 5px; margin-right: 5px; margin-bottom: 5px; margin-left: 5px; padding-top: 0px; padding-right: 0px; padding-bottom: 0px; padding-left: 0px; font-family: Tahoma, Georgia, Arial, 'century gothic', verdana, sans-serif; font-size: 13px; "><br /></p></span></div>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/00767423192144686590noreply@blogger.com0