Como resultado deste contexto existencial, Apple elaborou sua pedagogia crítica, baseada na relação entre a educação e a sociedade, ou seja, na análise relacional ou situacional.
Assim, de acordo com a teoria desenvolvida por Michael, o Currículo não é uma mera colagem objetiva de informações, pois estas são sempre frutos de determinados agrupamentos sociais, que decidem o que será transmitido nas salas de aula. Desta forma, não é fundamental saber como o conhecimento será disseminado, mas sim qual saber, e porque este e não outro. Assim, o educador propõe questionamentos alternativos e coloca em xeque o modelo tecnicista.
É por esta razão que Apple defende o saber não como algo dado, mas sim enquanto uma realidade que deve ser criticamente examinada; esta proposta rompe com a concepção até então dominante da educação. Ele vai mais além, pois busca nos conceitos de ideologia, hegemonia e senso comum desenvolvidos pelo marxista Antonio Gramsci, o necessário suporte para traduzir, nos mesmos termos, sua visão da educação. Este arsenal é extraído especialmente das teorias críticas.
Desta forma é possível ter uma percepção mais ampliada do currículo, como um conteúdo elaborado por certas camadas sociais, segundo suas ideologias, disputas, preocupações e comprometimentos culturais, políticos e econômicos. Apple vincula, portanto, a grade curricular à estruturação da economia. Embora estabeleça este laço, o educador não incorre no equívoco cometido pelos marxistas convencionais, a compreensão da educação pelo viés economicista, preferindo optar pelo neomarxismo, corrente que acredita na posição central da cultura na avaliação crítica das estruturas sociais.
Apple enfoca igualmente as questões de gênero e raça, a partir das quais elabora a questão da branquidade, ou seja, dos brancos como os normais, enquanto as demais raças e etnias não se ajustam nas estruturas vigentes; a raça branca predomina na criação do Currículo, o qual é visto também como um instrumento de poder na preservação da sociedade em sua atual configuração.
Fontes:
http://www.edrev.info/reviews/revp11.htm
Luís Armando Gandin. Michael Apple. A Educação sob a ótica da análise relacional, in Revista Educação. Pedagogia Contemporânea. Currículo e Política Educacional. Editora Segmento.
http://www.edrev.info/reviews/revp11.htm
Luís Armando Gandin. Michael Apple. A Educação sob a ótica da análise relacional, in Revista Educação. Pedagogia Contemporânea. Currículo e Política Educacional. Editora Segmento.
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