Personalidades da História - Gandhi

Nesse domingo, dia 22/03/2008 juntamente com meu filho Guilherme ,  assisti o belissimo filme Gandhi com o ator Ben Kingsley e morri de vergonha por somente agora, mais de 20 anos após o lançamento do filme, vim a conhecer essa obra de arte e conhecer mais sobre esse maravilhoso homem que fez história.
Ultimamente tenho feito muitos estudos em conjunto com o Gui sobre história principalmente e virei aqui anotar tudo o que achar relevante.Infelizmente ainda não comecei minha faculdade de história, mas está nos planos para o mais rápido possivel.


Gandhi: a Morte do Mahatma


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Enquanto um número considerável de estadistas, líderes políticos e revolucionários do século XX, homens que provocaram guerras ou causaram massacres terríveis, morreram de causas naturais; Gandhi, um dos maiores pacifistas desse século, pai da independência da Índia, aquele que tudo fez ao longo da sua prodigiosa atividade para banir a violência da vida política, terminou por dessas ironias da vida assassinado a tiros em Nova Délhi em 1948.

O Momento Final

"Eu sei que hoje em dia irrito todo mundo. Como posso acreditar que somente eu tenho razão e que todos os outros estão errados? (...) devem dizer-me francamente que eu sou velho e que não sirvo a ninguém e que não devo me intrometer no seu caminho. Se me falarem assim abertamente eu não serei mais o estorvo do mundo."

Mohandras K.Gandhi, janeiro de 1948


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Gandhi e suas sobrinhas-netas

Enrolado no khaddar, a manta branca indiana que lhe encobria o seu físico enrugado e descarnado - amparado em duas das suas jovens parentes, "minhas muletas", como costumava dizer -, Gandhi aproximou-se da multidão. Esperavam-no nos jardins da Birla House em Nova Délhi, no entardecer do dia 30 de janeiro de 1948. Sempre que chegava a uma cidade ele abrigava-se nos casebres dos harijan, os intocáveis, para que seu exemplo atenuasse o preconceito que os párias sofriam na complicada sociedade de castas indiana. Desta vez o grande homem abrira uma exceção. Na sua estada em Nova Délhi, a última da sua vida, decidiu hospedar-se na residência de um ricaço.

Os Tiros


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N.Godse, o assassino de Gandhi, executado em 1949

Mal o avistaram, cercaram-no. Vinham de longe para ver o Mahatma, "a grande alma", o homem santo que os havia libertado de dois séculos de domínio britânico. Em meio ao tumulto respeitoso, num repente, espocaram três tiros. Gandhi encolheu-se no chão, baleado por uma mão que empunhara uma Beretta. As suas roupas, tecidas por ele mesmo na sua roca de fiar, mancharam-se de sangue. Os gritos da multidão comovida e indignada misturaram-se aos seus fracos e derradeiros gemidos. O apóstolo da satyagraha, a não-violência, fora executado a bala.

O Atentado como Protesto

"Gandhi used to claim the Partition would be over his dead body. So after Partition when he didn't die, we killed him."

(Gandhi alardeava de que a Partição [da Índia] só ocorreria sobre o seu cadáver. Assim quando ele não morreu depois da Partição, nós o matamos.)

Gopal Godse, irmão do assassino de Gandhi


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Gandhi, fiando suas roupas

Detiveram o pistoleiro. Chamava-se Nathuram Godse, um ativista da RSS (Rashtriya Swayamsevak Sangh), uma organização da extrema-direita nacionalista do estado de Maharastra, que vira no atentado um protesto contra a secessão do subcontinente entre hindus e muçulmanos, referendada pelo Mahatma. O pistoleiro, um ex-alfaiate, fora o braço armado de uma conspiração de certa dimensão. Dias depois um imenso cortejo, regado pelas lágrimas do pais inteiro, acompanhou pelas avenidas de Nova Délhi, a capital da Índia independente, o corpo de Gandhi, o Ram. o homem ideal do épico Ramayana, até a enorme pira funerária que ergueram para incinerá-lo. Mataram-no aos 79 anos de idade.


A Babilônia Indiana


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Buda

Ninguém como ele articulara de maneira tão hábil certas características do ser indiano com princípios universais abstratos. Além de encontrar-se dividido em mais de três mil castas e subcastas diversas, espalhadas por milhares de aldeias, seu povo - uns 400 milhões naquela época - falava mais de 60 línguas, sâncritas e não-sâncritas, e orava a deuses diversos. No norte, no atual Paquistão e na Caxemira, prostravam-se para Meca, no restante incensavam Brahma e milhares de outras divindades, entre elas Sidarta Gautama, o conhecido Buda. A Índia era um monumento humano erguido ao Caos regado pela chuva das monções.

Gente Mansa, Cordata


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Gandhi marchando pela Índia

Gente vegetariana, submissa, desafeita à guerra, vocacionada a suportar flagelações, jejuns terríveis e sofrimentos os mais diversos, os indianos não refugaram em aceitar a ahimsa, a doutrina difundida por Gandhi, baseada nas leituras que ele fizera de Leon Tolstoi e Henry Thoreau, que exaltavam o dogma de não ferir-se a ninguém. Quando seus seguidores, por vezes, descontrolavam-se em seu desejo de vingança contra o colonizador, apelando às armas, como ocorreu no lamentável incidente na aldeia de Chauri Chaura, em fevereiro de 1922, Gandhi protestou contra a agressividade da sua própria gente com jejuns expiativos. Era infalível. Acalmaram-se. Ele decidira-se pela original estratégia de cansar o braço do agressor, de constranger o porrete dos ingleses perante sua coragem pacífica e a superioridade moral da cultura indiana. Para Churchill, irritado, ele não passava de um "faquir sedicioso".

A Discórdia entre Hindus e Muçulmanos


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Os conspiradores

Cinco meses antes de morrer, Gandhi, após mais de meio século de lutas, cadeias e teimosos jejuns de fome, felicitou-se ao saber que Lord Mountbatten, o último vice-rei da Índia, finalmente arriara a bandeira britânica em 15 de agosto de 1947. Para embaraço e mais profunda vergonha do grande líder indiano, tudo voltou a ensombrecer-se. Muçulmanos e hindus, agora cidadãos livres de uma Índia emancipada, deslocando-se para as respectivas áreas determinadas pelo acordo, no caminho, ao encontrar-se em lados diferentes das estradas, jogaram-se uns contra os outros numa guerra de rotos contra tortos, um bellum miserabilium, linchando-se com paus e pedras. Calcutá, a megalópolis dos mendigos, virou um inferno.

Milhões de Mortos


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Gandhi, um pouco antes da incineração pública

Naquela trágica divisão, entre uma Índia hindu (governada por Nehru) e a outra muçulmana (governada por Jinah), calcula-se que morreram nos motins de 1947/8 dois milhões de pessoas. Naquele pequeno entreato - entre a saída das autoridades das colônias inglesas e suas substituição pelos inexperientes governos nativos -, assassinaram mais indianos do que durante os dois séculos de ocupação colonial (incluindo as baixas do motim dos Cipaios, os soldados indianos que se revoltaram contra os ingleses no século XIX). A humanidade demonstrava com aquela onda de bárbara violência que retornava ao seu leito natural de estupidez. Gandhi que fizera o império britânico inteiro vergar apenas com marchas e jejuns de fome, assombrado e decepcionado com tudo aquilo, tinha razão, tornara-se um estorvo em meio a um povo tomado de ódio cego contra o seu vizinho. Só lhe restou morrer.


Fonte :
E sobre o filme :

Gandhi é um filme britânico e indiano de 1982, do gênero drama biográfico, com direção de Richard Attenborough.


O "Mahatma"Gandhi, cujo o verdadeiro nome era Mohandas Karamchand Gandhi, foi líder de 250 milhões de hindus, que sempre viram nele a encarnação viva de todos os ideais do povo e da dignidade nacional. Nenhum homem jamais logrou reunir ao redor de si, um número tão grande de adeptos dispostos a darem a vida pelo guia espiritual. Mohandas Karamchand Gandhi nasceu em Cathiawar, província de Bombaim, em 2 de outubro de 1869. Filho do primeiro-ministro do Estado onde nasceu, foi educado por um nrâmane. Ficou noivo aos 8 anos e casou-se aos 12 anos. Aos 17 anos entrou para a Universidade de Alimedab, onde começou a falar como um perfeito advogado londrino. Em 1891 voltou para a Índia e instalou-se em Bombaim com escritório de advocacia, transferindo-se em seguida para a África do Sul, onde foi devoto na luta contra a defesa da colônia indiana, a qual todos os direitos civis eram negados, inclusive o de permanência. Instalou-se novamente em Bombaim, aonde consagrou a luta pacífica pela independência do seu país da Inglaterra, inaugurando em 1920 a campanha da não violência e não cooperação. O movimento espalhou-se rapidamente e Gandhi recebeu o título de de Mahatma que significa "Grande Alma ". "A não violência é o artigo número um de minha fé e é também o último artigo de meu credo." Preso e condenado em 1930, Gandhi iniciou a campanha da desobediência civil baseada nas idéias de Tolstoi e Rosseau. Chegou ainda, descrever a si mesmo como uma "espécie de anarquista" e planejou uma sociedade descentralizada, baseada em aldeias e comunas independentes. Por conseqüência desta campanha foi preso novamente. Já em liberdade, assinou em 1931, com o vice-rei da Índia o Pacto de Delhi, pelo qual grande parte do serviço administrativo do país passava para as mãos dos nativos. Preso novamente em 1933, foi solto em 1934 devido ao seu longo jejum de protesto contra a maneira que vinham tratando os intocáveis. Após o jejum, Gandhi renunciou a liderança do Congresso Indiano e retirou-se para Sanagram. Conseguindo a independência da sua pátria em 1946, depois de lutar durante 50 anos, dedicou-se a pacificação dos dois grupos religiosos - o Muçulmano e o Hindu - sendo meses depois assassinado quando dirigia-se a um comício de oração. A morte de Gandhi nas mãos de Nathuram Vinayak Godse, um brâmane hindu que não aprovava a ação de Gandhi por ela favorecer a convivência e o entendimento entre muçulmanos e hindus. feriu e impressionou profundamente a Índia. O falecimento de Gandhi é mais do que uma tragédia nacional. Para milhões de indianos é o pensamento de um "Deus".

Gandhi compreendeu que o mundo contemporâneo caminha para um obvio: o amor ou a destruição. Ele confirmou a possibilidade de uma sociedade nova, mas condicionou sua vida à renovação interior do homem. E atuou neste sentido em seu vastíssimo e multiforme empenho,convencido de que um homem, mesmo só, com o tempo, pode mudar o mundo. Era o único, em campo civil, anunciando e repetindo, com incansável perseverança, e numa época de sofrimento, as verdades básicas da salvação: verdades "antigas como as montanhas", mas sempre carregadas de formidável poder revolucionário. Antes, e mais que liberdade política da Índia, preocupava-o a liberdade interior do homem, entendida como libertação do egoísmo, da avareza, do ódio, do medo, de todas as paixões que reduzem o espírito dos homens à escravidão e conduzem os povos a sangrentas lutas.

[editar]Elenco

  • Ben Kingsley .... Mohandas K. Gandhi
  • Candice Bergen .... Margaret Bourke-White
  • Edward Fox .... General Dyer)
  • John Gielgud .... Lord Irwin, Viceroy (Edward F.L. Wood)
  • Trevor Howard .... juiz Broomfield)
  • John Mills .... Lord Chelmsford, Viceroy (F.J.N. Thesiger)
  • Martin Sheen .... Vince Walker)
  • Ian Charleson .... reverendo Charlie Andrews)
  • Athol Fugard .... General Jan Christiaan Smuts)
  • Günther Maria Halmer .... dr. Herman Kallenbach)
  • Saeed Jaffrey .... Sardar Patel)
  • Geraldine James .... Mirabehn)
  • Alyque Padamsee .... Mohammed Ali Jinnah)
  • Amrish Puri .... Kahn)
  • Roshan Seth .... Pandit Jawaharlal Nehru)

[editar]Principais prêmios e indicações

Foi nomeado para onze Óscares 1983, dos quais recebeu oito, incluindo o de melhor filme e melhor actor (para Ben Kingsley).

Foi nomeado para 17 prêmios BAFTA 1983, tendo vencido em cinco categorias: Melhor Ator (Ben Kingsley), Melhor Diretor, Melhor Filme, Melhor Estreante (Ben Kingsley) e Melhor Atriz Coadjuvante (Rohini Hattangadi).

Recebeu o Prêmio David di Donatello 1983 nas categorias de Melhor Filme Estrangeiro e Melhor Produtor Estrangeiro. Recebeu também o Prêmio David Europeu.

Recebeu o Globo de Ouro 1993 nas categorias de Melhor Ator de Cinema - Drama (Ben Kingsley), Melhor Diretor de Cinema, Melhor Filme Estrangeiro (Reino Unido), Melhor Roteiro de Cinema e Nova Estrela de Cinema - Maculino (Ben Kingsley).


Fonte :

http://pt.wikipedia.org/wiki/Gandhi_(filme)


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